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Karina's pov:

"Somos pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo, nossa existência faz sentido — uma equilibra a outra."

Não sei bem porque vim conferir como ela estava, mas depois que vi o seu estado eu não podia simplesmente deixá-la assim. Eu sei muito bem como são crises de pânico. Durante meu período de reabilitação, tive minha cota pessoal delas. Crises como essas prendem a pessoa por inteiro e depois a libertam de tal modo que ela fica em pedaços. Agora estamos aqui, sentadas na cama dela, ainda no abraço uma da outra.

Hesitante, aproximo minha mão e acaricio os seus cabelos. Este momento e tão surreal que mordo o lábio para me assegurar de que não estou delirando. Pergunto-me se vai parecer mais real quando ela se der conta da nossa situação e finalmente me afastar.

— Por que você ainda está aqui? — Ela sussurra, afastando-se.

— Eu só queria me certificar de que você estava bem. Você está bem? — Pergunto, fazendo um gesto com a cabeça na direção dela. Depois que as palavras saem da minha boca, percebo como a pergunta é idiota. Claro que ela não está bem.

— Eu vou ficar bem — Minjeong responde, evitando me encarar. Não há mais nenhum indício de raiva em seu rosto, agora ela só parece cansada. — Deve ser difícil morar num lugar em que você não se sente completamente bem-vinda. Tenho certeza de que seus motivos para ficar aqui são válidos, mas isso não torna menos difícil lidar com essa minha atitude.

Fico surpresa com seu comentário, mas não respondo.

Minhas atitudes fizeram um ótimo trabalho para que muitas pessoas me desprezassem. Eu era a inconsequente do meu círculo social, a decepção. Mesmo quando decidi corrigir os meus erros e recomeçar, ninguém tinha o interesse em me conhecer de fato porque já conheciam bem a minha antiga reputação. Assim, eu nunca me apresentava para os seus julgamentos e eventualmente nunca era bem vinda.

— Sei que você não me conhece, mas se um dia precisar de alguém para conversar... — Digo, evitando falar sobre mim.

— Eu não preciso — Minjeong responde e quando as palavras saem de sua boca, ela parece incomodada.

Nos conhecemos há um tempo que pode ser contado em dias, não em anos, e ainda me parece tão improvável que estejamos nessa situação. Além disso, ela parece realmente querer me proteger de si mesma. Não sei como me sentir a respeito disto.

Tocada, talvez. E também vigilante.

— Está bem.

Seu lábio inferior estremece.

— Não é você. Eu não me sinto confortável para conversar com pessoas que não são próximas. E mesmo assim...

Assinto com a cabeça, compreendendo.

— Bem... Meu nome é Yoo Jimin. Eu adoro música e tive algumas aulas quando era mais nova, mas nunca terminei nenhuma composição. Sou a pior pessoa para se levar a um restaurante, porque nunca consigo decidir o que quero comer. Adoro sair para correr no parque, embora tenha pavor das aves que nele habitam, o que algumas pessoas acham uma frescura, mas eu acho aterrorizante. Tenho uma tatuagem no pulso direito que fiz para representar o significado da minha família e...

Ela estreita os olhos.

— O que você está fazendo?

— Estou te contando coisas sobre mim para ficarmos mais próximas. Assim, você vai poder conversar comigo.

Ela sorri de forma singela. E ainda mantenho minha opinião, sorrisos deixam ela ainda mais interessante.

— Por que você está se esforçando tanto para eu me abrir? — Pergunta Minjeong.

Start Over - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora