Capitulo 1

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Finney não sabia como falar aquilo para seu melhor amigo, ele não seria a melhor pessoa para se falar sobre essa tipo de assunto, mas ele precisava desafar a muito tempo.
-Robin- interrompe- posso te falar uma coisa?
Ele interrompeu Robin enquanto falava sobre um novo iogurte natural rico em proteínas ou algo do tipo. Depois que começou a treinar kickbox ficou obcecado nessa coisas.
-Ah claro. Algum problema, cara?
-Promete não falar para ninguém?
Ele revira os olhos.
-Fala logo, Finn.
Ele olha em volta todo o refeitório só para se certificar, estavam suficientemente afastados de todos.
-Qual seu tipo de homem?
O mexicano demora para processar a pergunta.
-Que tipo de pergunta é essa?!
-Só quero saber que tipo de garoto você acha mais atrativo.
Seu amigo estava sem palavras, enquanto Finney estava calma.
-Eu não sei... que pergunta estupida- responde Robin irritado.
-Foi um erro ter perguntado, desculpa.
-Por que perguntou para começo de conversa?!
-É que eu tenho pensado muito sobre os ombros de Bruce- respondeu Finney.
O mexicano encara ele de forma desconfiada.
-Os ombros?
-Sim.
-Isso é algum fetiche seu? Ombros?
As maçãs do rosto ficam vermelhas.
-O que? Não! - ele esconde seu rosto - Apenas acho eles bonitos e não é nenhum fetiche.
-Hum... e por que Bruce, está apaixonado por ele?
Finney parou para pensar.
Ele era apaixonado por Bruce Yamada?
Finney o admirava por seu talento no baseball, nunca conseguiu fazer três Strikes seguidos no asiático; também era um bom amigo sempre gostou de conversar com ele; particularmente sempre o achou atraente.
Isso sem falar que Finney se considerava bissexual, já havia namorado sua colega de sala, Donna, só que nunca tinha ficado com um garoto. Mesmo assim, nunca pensou no asiático de forma romântica ou libidinoso, sua obsessão por seus ombros era o mesmo que tinha por uma obra de arte.
-Com certeza não.
-Ótimo - soltou Robin
-O quê?
Finney o encarou.
-Nada. Finn, hoje não vou poder voltar com você, tenho treino depois das aulas.
-Ok não bata muito naquele tal de  Evan.
-Pode deixar.
Finney não queria voltar sozinho, ele decidiu esperar Bruce sair de sua aula de biologia.
Ao vê-lo esperando Bruce abriu um grande sorriso.
-Robin foi treinar?- perguntou ele.
-Isso mesmo.
-Fantástico. Podemos fazer nossa tarde do filme hoje.
-Era o que tinha em mente- Finney sorri.
Bruce coloca seu braço esquerdo em volta do ombros de Finney.
-Tem algo te preocupando?- perguntou calmamente.
-Não, por que acha isso?
-Seu rosto está diferente, como se quisesse dizer algo.
-Está tudo bem- Finney exibiu seu melhor sorriso.
Bruce beijou sua bochecha, não era a  primeira vez que ele fazia isso e aos olhares de terceiros devia passar impressão de que estão namorando. Mas na verdade isso estava mais para um cumprimento deles. Finney nunca pensou em Bruce como algo além de um amigo, ele nem era seu melhor amigo, porém eles tinham algum tipo de conexão estranha, sentia que podia compartilhar seus segredos mais intimos para o garoto ou mesmo agora a pouco quando percebeu algo de errado com Finney, a relação entre eles era especial.
Ele não estava errado.
Havia algo que não tirava da cabeça a dias e não era os ombros de Bruce.
Ele começou a seguir mensagens estranhas em seu computador.
Algo como:
"Se afaste de Donna"
"Eu vou te levar enquanto você dorme"
"Você é meu"
Algumas ameaçaram o garoto de morte, ele tinha quase certeza que era trote, algum engracadinho da escola tentando tirar uma com a cara dele. Havia muitos garotos idiotas em sua escola, o mesmo já sofreu Bullying deles, até descobrir que podia usar um pedaço de pau como cacetete (Robin quem ensinou). Mesmo assim não conseguiu deixar de ficar preocupado.
Chegaram na casa de Bruce, como de costume da família Yamada, Finney teve que tirar seus sapatos na entrada, depois ambos subiram ao quarto de Bruce.
-Que filme vamos assistir hoje?- perguntou Bruce- Estou em dúvida entre o Império Contra Ataca e Aliens 2.
-O Império Contra Ataca, não assisto desde que era criança.
-Por que você gosta tanto de filmes no espaço?
-Nem sei porque, o espaço sempre me fascinou.
-Acho que vou dar uma camisa da NASA de presente no sei aniversário.
Finney sorri.
-E eu vou te dar roupas de monge.
Era uma piada com a mania de limpeza de Bruce, o quarto dele parecia com o de um monge.
Ele coloca o filme, ambos se sentam no chão um ao lado do outro apoiados na lateral cama.
Passado metade do filme Bruce fala:
-Eu vi Donna hoje mais cedo, acho que ela está saindo com outro garoto.
-Tudo bem, não temos mais nada- responde Finney secamente.
-Entendi. E com sua outra namorada?- Bruce abre um sorriso sarcástico.
Finney franse a testa.
-Outra namorada?
-A lutadora.
Finney cai em gargalhada e Bruce continua:
-Serio, precisa ver o olhar de raiva que ele me dá quando roubo você dele.
-Não liga não, é coisa de dele, ciúmes de melhor amigo.
-Entendo- responde Bruce com sorriso calmo.
O asiático pausa o filme e se levanta.
-Estou com sede, vou beber um pouco de água. Quer que eu traga algo?
-Não, estou bem por enquanto.
Bruce deu um último sorriso e saiu do quarto.
Já era noite lá fora e o Silêncio dominou o quarto. Uma faixa de luz vermelha em meio ao breu chamou a atenção do cacheado. Ele procurou de onde se originava a luz.
De uma fina brecha dentro de uma das portas de Bruce saia uma luz vermelha.
Sabe aquela sensação que algo está errado. De que você não deve fazer uma coisa, pois terá consequências ruins depois?
Era o que a consciência do garoto falava aquele momento, mesmo assim, tomado pela curiosidade se levantou em direção ao armário, a luz vermelha ficava mais intensa...
-Eu trouxe um pouco de suco de laranja.
Finney pula de susto.
Bruce entrou com dois copos de suco e uma tigela de cheetos, ele notou a cara de espanto do outro garoto.
-Tudo bem, Finney?
-Tudo. Você me assustou.
Bruce riu.
-Precisa ver sua cara, ela está pálida. Tenho que tirar uma foto.
Ele acende as luzes e pega seu celular.
-Não quero...
Antes mesmo que pudesse terminar a frase ele tirou uma foto.
-Ficou muito engraçada- ele continuava a rir.
-Legal, que bom que te faço rir- disse Finney envergonhado.
Não gostava quando riem dele assim, o deixava ruborizado.
-É brincadeira Finney, vem aqui.
Ele pede para o garoto aproximar-se dele, ele o faz e mira a câmera para ele.
A foto é tirada.
-Vou mandar para Robin, quero ver ele espumando de raiva- disse Bruce.
-Que malvado- Finney ri.
Depois eles terminam o filme, Finney se despede vai embora. Bruce vê o garoto pela janela sumir virando a rua.
O asiático caminha até o armário que Finney quase abriu.
Havia esquecido de desligar a lâmpada interna.
-Ainda bem que você não viu nada, Finney. Ou eu teria que tomar providências.

S.T.A.L.K.E.R.Onde histórias criam vida. Descubra agora