Finney acordou naquela manhã. Como era de costume, verificou suas mensagens, havia um e-mail anônimo como de costume.
Ele suspirou e abriu."Você me pertece, meu príncipe. Qualquer um que tente colocar os dedos em seus belos cachos terá uma morte dolorosa"
Quem estava enviando aquelas mensagens perturbadoras?
Ele claramente conhecia Finney. Será que eram os Bullies do colégio ou Vance Hooper, o delinquente do bairro? Ou mesmo Robin tentando fazer uma pegadinha de mal gosto.
A dias Finney estava com sua cabeça cheia, sentia que ia explodir se não falasse isso para alguém.
Decidiu que falaria com Robin assim que chegou no colégio. Só que assim que chegou notou a expressão de poucos amigos do mexicano.
-Oi- cumprimentou Finney.
-Olá- respondeu secamente.
-Algum problema?
O rosto do seu amigo estava amargo e irritado.
-Como vai Bruce?
-Bem...- Finney não conseguiu terminar de responder sem ser interrompido.
-Vocês dois estão namorando por acaso?
O cacheado ficou mudo por um tempo, seu rosto começou a ficar vermelho.
-Não, nos so... mos só amigos- gaguejou ele.
-Não parece. Ele me mandou uma foto, ele está quase te abraçando por trás.
Então Bruce realmente enviou a foto, pensou ele.
Robin continuou:
-Não sabia que você era tão íntimo dele.
-Mas é daí se eu for. Qual o problema?- retrucou Finney irritado.
-E daí que você mentiu para mim, Finn. Eu te perguntei se você gostava dele e você sempre dizia não, você começou a mentir para mim que está ocupado quando só queria se encontrar com ele. Essa não é a primeira vez, você está sempre mentindo!
-Calma, Robin. Não precisa ficar com tanta raiva- Finney colocou a mão no ombro do seu amigo tentando acalma-lo.
-Desculpe. Você pode se relacionar com quem quiser, é que eu me sinto um pouco excluido nos últimos meses.
-Ei- chamou Finney- Nós sempre seremos amigos enquanto vivermos e não é Bruce ou um namoro que vai mudar isso. Ok?
-Ok.
Ele fazem o cumprimentos dos manos que só eles sabiam. Eles entram no prédio escolar, enquanto, á poucos metros, atrás da parede de tijolos Bruce ouviu toda conversa.
-Enquanto viver, não é, Finn?Após o fim da aula de matemática, Finney foi chamado por Donna na saída da sala.
-Hey, Finn- disse ela com uma voz doce.
-Oi, Don.
-Posso te pedir um favorzinho?
-Claro.
-Poderia me ajudar no dever de matemática, minha notas estão um pouco baixas- antes que o cacheado pudesse responder, ela acrescentou- eu pago seu lanche, pode pedir o que quiser.
-Burrito?
-Burrito- confirmou ela.
No percurso até a cantina ambos conversaram sobre as novidades em sua vida. Finney contou sobre a sua última derrota no baseball e ela sobre um novo garoto que ela estava gostando.
Donna era uma garota legal, gentil, sempre o ajudou quando preciso. Acreditava que esse foi o motivo de ter namorado ela. Hoje não a ama mais, porém ainda é uma boa amiga...
O que se seguiu ocorreu em poucos segundos.
Finney e Donna estava passando por uma área aberta ao lado do prédio principal, algo grande vinha caindo do alto do terceiro andar. Em um impulso ele empurrou Donna para longe, ela bateu o rosto no chão do asfalto enquanto por azar o garoto foi atingido pelo objeto nas costas.
Todo o ar foi expulso dos seus pulmões, ele não podia descrever quanta dor sentiu.
Donna gritou por ajuda, muitas pessoas vieram ao socorro de Finney Blake e aos poucos sentiu sua realidade desaparecer.
No seu subcontinente ele pensou:
O Stalker é real. Ele está lá fora, está atrás de Finney, ele quer meu corpo e minha alma. Ele me quer vivo ou... pelo visto, morto também.Finney acordou mais tarde naquele dia em uma cama de hospital. Estava com ataduras em suas costas e se sentia meio molenga por causa de analgésico que deram a ele.
Seu pai saiu mais cedo do trabalho para ver o garoto, fato que o irritava.
Donna veio mais tarde com dois Burritos que ela comprou em uma lanchonete próxima.
Um garoto da sala de arte de Finney, Griffin Stagg, veio fazer uma visita.
-Estava 'passando por aqui perto'- disse ele.
Griffin sempre falava de forma distraída e parecia estar quase sempre alheio a tudo. Coisas simples como um inseto ou uma caneta colorida o distraiam por muito tempo.
Finney sabia que ele era autista. Muitos o evitavam por achar isso irritante, só que Finney sempre gostou da companhia dele.
Falaram por um bom tempo. Os assuntos foram desde desenho até 'uma namorada que ele encontrou na Internet'.
-Então eu queria fazer...- ele fez uma pausa- um desenho no seu gesso.
-Não tem gesso, Griffin, apenas uma atadura nas costas.
Ele faz uma pausa para processar a informação.
-A.... é mesmo.
Finney gargalha.
-Posso fazer um desenho na sua atadura?- perguntou o artista.
-Pode.
Finney se virou para deixar Griffin fazer o que sabia de melhor. Ele desenhava usando somente uma caneta ponta pincel.
-Sabe quem fez isso com você? - essa foi a primeira pergunta séria que Griffin fez.
-Não, ninguém viu- respondeu o cacheado.
-Eu estava do lado de fora fazendo origamis de papel... não sei quem fez isso... mas acho que vi seu namorado no terceiro andar.
Se Finney Blake tivesse bebendo água teria colocado tudo para fora nesse momento.
-Namorado?!- exclamou Finney, seu rosto ficou vermelho como um pimentão.
-Sim... o Japa de olhos puxados.
-Ele não é meu namorado!
Por que essas coisas deixavam o garoto tão sem jeito?
-Não? Vi ele beijar seu rosto outro dia, pensei que fossem.
-Não, somos só amigos.
Griffin ri.
-Engraçado.
-O que tem de engraçado?
-Você se importa mais por eu ter achado que vocês eram namorados do que ele estar no terceiro andar... perto da sala de jardinagem.
-Ele o que?
O sangue de Finney gelou naquele momento, sentiu um medo que nunca antes havia experimentado.
-Bruce Yamada. Tem certeza que foi ele quem fez isso, Griffin?
Ele demorou para responder.
-Não posso responder com certeza, Blake. Mas ele estava no terceiro andar perto da sala de jardinagem.
Griffin não sabia o quanto isso podia ser sério.
Bruce faria algo assim contra ele, por que?
E como um demônio que teve seu nome invocado, Bruce Yamada entrou no cômodo.
-Oi, Finn.
O rosto de Finn que já estava pálido por causa da situação anterior adequou um tom maior de branco.
-O-oi Bruce- gaguejou o cacheado.
-Vim ver como o campeão está- falou ele com seu típico sorriso. Ele se vira para ver Griffin terminando o desenho em minha costas- Stagg, certo?
-Isso.
-O que está fazendo?
Ele olha para as costas de Finney.
-Nossa que legal- exclamou Bruce.
-O que ele desenhou? -
- Você. Arremessando uma bola.
-Serio?
-Sim- respondeu Griffin.
-O desenho esta bem feito, parabéns.
-Obrigado.
Griffin se levanta.
-O desenho está pronto, tenho que ir, Tchau Blake e... Tanaka?
-Yamada- corrigiu Bruce.
Calmamente ele vai embora, deixando os dois sozinho.
Bruce se senta a margem da cama.
-Fiquei preocupado- sua voz carregava dor.
-Eu estou be-em.
-Não sei o que eu faria se aquele vaso tivesse atingido sua cabeça.
Seus punhos apertaram com força o colchão da cama.
-Não fique assim Bru, o pior não aconteceu.
-Sim...
Bruce encara Finney nos olhos. O cacheado sentia que o asiático estava lendo sua alma.
Ele se aproxima para dar um abraço em Finney.
-Eu senti muito medo- murmurou o asiático.
Ele escutou soluços vindo do garoto maior.
-Bruce? Esta chorando?
-Acho que sim.
-Não fique assim.
Finney retribuiu o abraço. Nesse momento não queria saber daquela dúvida idiota de momentos atrás.
Bruce era alguém especial para ele e não acreditava que ele pudesse fazer algo desse tipo. Para Finney isso bastava.
Bruce afaga o cabelo de Finney e ele apenas aproveita.
-Eu juro, Finn. Eu vou fazer de tudo para te proteger. É uma promessa.
Finney pega o rosto dele em suas mãos e beija o garoto.
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S.T.A.L.K.E.R.
Novela JuvenilFinney Blake está mudando a percepção que tinha sobre seu amigo, Bruce Yamada. A admiração que sentia por ele esta se tornando algo mais intenso, não sabe o que fazer e não quer compartilhar desse sentimento com seu melhor amigo, Robin Arellano. Ao...