Capítulo 8

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Finney esperava no ponto de ônibus.
Ele não tinha recebido mensagens do seu namorado o resto do fim de semana. Precisava falar com ele.
O que havia dito o deixou com a mente cheia.
-Opa!
Finney pulou ao se assustar com a voz de Vance.
-Eai, idiota.
-Oi, Vance. Tudo bem.
-Melhor impossível!- exclamou ele.
Ele coloca um cigarro nos lábios e oferece.
-Não obrigado. Acho que nunca mais vou colocar um cigarro na boca.
Vance bufa em descrença.
-É o que todos dizem. Mas se não quer cigarro, posso te oferecer umas bebidas. Tá afim de sair hoje?
Ele encarou.
-Aonde?- perguntou Finney.
-Por aí, algum bar ou caminhar um pouco.
Finney estreita a visão em desconfiança.
-Só nos dois?- pergunta ele.
-Sim.
Ele definitivamente estava flertando.
-Não posso. Meu namorado ia pensar besteira- disse Finney firmente.
-Ah sim... O Garoto Maravilha.
Vance escondeu uma risada com as mãos.
-O que foi?
-Nada não. Apenas não sei o que todo mundo ver naquele merdinha- respondeu Vance, o desprezo em sua voz é evidente.
Finney contorce seu rosto em uma careta, fogo corria pelas suas veias.
Vance continua:
-Quero dizer. Ok ele é bom no baseball, mas é daí? Aquele cara não era um santo. Ele escondia quem ele realmente era, acho que ele matou seu amigo Imigrante por ciúmes.
Finney se levanta para olhar Vance nos olhos. Antes mesmo que qualquer um dos dois percebe-se, Finney esbofeteou a cara de Vance.
-Meça sua língua para falar dele!
Finney não acreditou no que fez, tudo aconteceu por impulso. Mas ele não se importava. Vance falou coisa absurdas e nojentas sobre Bruce. Ele não ligaria se recebe-se um soco ou um chute no estômago agora.
Vance se recompõe e olha para ele.
Ele pega seu cigarro da boca e joga no chão. Então ele apenas dá de ombros
-Que decepção- disse ele.
Ele sai esbarrando no ombro de Finney.
O ônibus chega.

Bruce faltou a aula.
Finney estava inquieto, ele não falava com Bruce desde sábado, estava com medo que algo tenha acontecido.
Sua preocupações foram aumentando quando a Sra. Yamada ligou para o garoto no intervalo.
-Boa Tarde, senhor Blake- disse ela.
Finney achava estranho ser chamado de senhor na sua idade. Nunca se acostumou com as formalidades que os Yamadas usavam.
-Boa tarde e pode me chamar só de Finney, Sra. Yamada.
-Certo. Meu filho está bem?- perguntou ela, Finney notou a preocupação em sua voz.
-Como assim? Eu não vejo ele desde de sábado e nem falei com ele no celular depois disso.
Ele escutou um choro do outro lado da linha.
-Sra. Yamada, o que aconteceu?- perguntou Finney, agora ele quem  demonstrou preocupação.
-Não sabemos onde ele está, quarto dele foi invadido, acho que alguém levou ele.
-Finny tudo bem?- perguntou Griffin ao seu lado, usando o novo apelido que havia dado a ele.
Finney se levantou e saiu correndo até a casa dos Yamada.

Mesmo a luz do sol entrando entrase pela janela da cabana, ela castigava o garoto asiático como se ele tivesse ficado dias inteiros em uma praia sem protetor solar. Talvez seja porque não comia ou bebia nada a um dia e meio.
Ele estava amarrado com os amarrados e erguidos sobre um viga de madeira do teto e seus pés amarrado em uma coluna de sustentação.
Vance estava matando ele aos poucos.
Perto do meio dia, acreditava ele, Bruce escutou o barulho da moto de Vance. Ele entrou na cabana como se fosse normal ter um garoto amarrado e todo esfolado.
-Eae Garoto Maravilha? Que tem feito da vida?- esnobou o deliquente.
Ele apenas ficou calado, já que não conseguia mais falar pela falta de saliva na boca, apenas o encarando com ódio nos olhos.
-No sábado a noite eu fui até o seu quarto- comentou ele- e porra, me veio a cabeça a morte daquele mexicano. Fala aí, você matou ele não foi?
Ele apenas continuou encarando.
-Não precisa responder, sei que foi você. Não aguentou ver a sua putinha tão perto do Imigrante, então deu fim nele- ele gargalha- Você é doente. Pior do que eu, você matou por algo tão idiota como ciúmes.
-Estu- prar é... pi...or do que ma...tar- sussurou Bruce, sua voz estava tão rouca que Vance demorou para entender o que ele falou.
Vance riu.
-O que posso fazer? Não sou um santo.
Vance abre o compartimento no chão da cabana e pega um HD e trás seu novo notebook para frente de Bruce. Ele coloca o HD no eletrônico.
-Muito bem lembrado.
Ele executa um arquivo de vídeo.
"Finney estava caído no chão, estava desacordado.
As mãos de Vance apareciam na tela, elas se aproxima da calça do cacheado..."
-Por... fa...nã...o não - implorou Bruce com seu resto de suas forças para Vance.
-Shhhh relaxa e aproveita o filme- ordenou Vance.
"Vance esfregava sua mão nas nádegas do garoto e puxou sua calça."
Bruce tentou fechar os olhos, mas Vance não deixou, abriu bem seus olhos.
"-Vamos começar a festinha- disse a voz de Vance no vídeo.
Então ele abriu as próprias calças..."

S.T.A.L.K.E.R.Onde histórias criam vida. Descubra agora