Capítulo 3

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— Então aqui que é a praia — comentou Akira, olhando o lugar pela a ponte.

— Não parece surpreso — disse Chishiya, as mãos nos bolsos do casaco.

O Kimura poderia quase ter se assustado com a voz, tinha esquecido que estava acompanhado.

O Shuntarō não era de conversa, o moreno só sabia o nome dele por ele mesmo ter perguntado.

Fora isso, nada mais foi dito.

— Não estou, eu ouvi sobre esse lugar em um dos walkie-talkies de um jogador no jogo que fui — respondeu. — Então decidi procurar, e acabei encontrando três de vocês no mesmo lugar.

Chishiya soltou o ar quando percebeu, Akira sabia.

— Foi por isso que se aproximou? — perguntou, a voz calma.

— Era você ou aquele cara da cicatriz, e ele não parecia ser muito amigável... — balançou os ombros, voltando a olhar o outro. — Não que você seja.

O loiro não respondeu, apenas seguiu adiante e Akira foi ao seu lado.

A dupla caminhou para dentro da casa absurdamente grande, chegando ao corredor, quatro homens apontaram as armas para o novato.

— Ele tá comigo — foi apenas isso que Chishiya disse, e os outros olharam entre si.

— São ordens, leva o garoto para o chefe — pôs arma de volta na bermuda.

O Shuntarō acenou levemente, o deboche e superioridade estampado em seu rosto.

Akira foi levado até a sala, alguns dos homens armados o vigiando. O garoto engoliu em seco quando viu o executivos da praia, ninguém parecia favorável.

— Chishiya, vejo que trouxe um novato para mim — comentou chapeleiro, abrindo os braços e se aproximando. — E a primeira vez que ele faz isso, o que te trouxe aqui?

Akira estreitou os olhos, voltando a focar no loiro que estava com a mesma expressão calma.

E o Kimura sabia que ele não iria fazer nada pra ajudar.

— Além das pernas, eu busco respostas — respondeu em sarcasmo, e chapeleiro alargou mais o sorriso.

— Você tem humor — apontou, sua roupa de praia balançando conforme andava. — Eu posso te ajudar com as respostas — ele estalou os dedos e dois homens ajudaram a abrir a porta de madeira.

O baralho estava desenhado na parede, cada número e símbolo do começo das cinquenta e duas cartas.

Algumas riscadas, mostrando que já as possuem.

— Se conseguirmos todas as cartas do baralho, uma pessoa poderá retornar ao mundo real — ele abriu os braços. — Qualquer carta que estiver ganha, tem que ser para a praia. A nossa utopia!

Akira continuou com a expressão de tédio, o chapeleiro parecia não ser tudo que tivera ouvido.

Só um idiota com óculos escuros e roupas coloridas.

— Essa é a resposta que veio procurar — ele virou para o garoto.

— Mas não tem 100% de certeza? — perguntou o Kimura.

— Temos 87% de certeza — comentou Ann.

— E os outros 13%? — rebateu, e notou que a mulher travou a boca. — É um tiro no escuro — cruzou os braços, olhando ao redor e não encontrando mais o loiro.

O cretino havia deixado.

— Temos que tentar alguma coisa, isso pode ser uma chance — chapeleiro sorriu.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora