Capítulo 7

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A terceira rodada já tivera ido, e mais um dos jogadores havia morrido.

Graças a Urumi, é claro.

— Aquela moça ali não gostou quando a gente mentiu pro menino — a boneca lunática começou. — Ela precisa morrer — disse para o grupo.

Akira desviou o olhar para Chishiya, os dois se comunicando. Se continuasse dessa forma, metade dos jogadores não sairiam vivos.

E Ippei parecia cabisbaixo, triste pela o rumo da situação.

...

Outra mentira.

Urumi havia informado o naipe errado para a outra integrante de seu próprio grupo.

Burra e inconsequente — Akira diria.

...

Outra rodada, menos um.

Akira pegou uma barra de chocolate diferente dessa vez, vendo o Matsushita ao longe.

Por que sempre o mesmo biscoito?

Se perguntou, estreitando os olhos por causa de seu comportamento.

Bem, talvez ele gostasse apenas do conteúdo, mesmo que estivesse pegando embalagens diferentes.

Entretanto, por qual motivo o emo depressivo não estava acompanhado com o serial killer?

Ippei se aproximou, com a cabeça baixa, procurando por algo na prateleira.

— O da esquerda é melhor — comentou o moreno. — O da direita tem um gosto meio amargo, eu necessariamente prefiro 100% açúcar.

Oki o olhou, assentindo e pegando o chocolate sugerido.

— Por que não desiste? — perguntou o mais novo, antes que Ippei se fosse.

O homem voltou-se para ele, seus olhos transmitindo tantas emoções quanto Akira podia ver.

— O quê? — sua voz saiu baixa, como se estivesse com medo da própria sombra.

— Todos estão se matando lentamente, mesmo sem ter um tempo determinado — comentou, as mãos nos bolsos quando ele se virou. — As pessoas estão mostrando o que são, então eu particularmente não entendo o porque de sua surpresa.

— Nem todas são assim... — respondeu, sua feição abatida. — Eu acho... — tremeu. — Eu ainda acho que existe bondade humana em algum lugar, mesmo que esteja escondido.

Silêncio.

O Kimura se apoiou na prateleira, e ele cedeu por apenas um segundo.

Um maldito segundo.

Ippei pôde ver uma porção de emoções, entre elas, medo.

Akira voltou a sua feição habitual, mas um sorrisinho gentil estava presente.

E agora, Oki entendia o porque de Chishiya ter se apegado a ele.

— Você é uma boa pessoa, carinha de amarelo — apelidou, se aproximando. — Talvez eu posso te ajudar, mas tudo tem um risco.

Ippei sentiu uma pequena lasca de esperança crescer, e Akira tinha um olhar divertido no rosto.

[...]

Horas haviam se passado, e mais pessoas estavam mortas ao decorrer do jogo.

Já era a nona rodada, e todos pareciam em um misto de exaustão e desespero.

Bem, quase todos.

...

A temperatura dentro de uma cela era extremamente quente, mas era possível ficar ainda mais quando se tinha uma tensão pairando sobre ela.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora