Capítulo 8

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— Queria me ver? — perguntou o Kimura, fechando a porta atrás de si.

— Sente-se — mandou o Chapeleiro.

Akira estreitou os olhos, suspirando antes de fazer.

— Como já sabe, irei para os jogos amanhã — começou.

— Quer que eu vá junto? — perguntou, bebendo um pouco de whisky.

— Pelo o contrário, preciso que fique — continuou, sua voz cansada. — Metade da milícia vai ficar, creio que tenha alguém planejando roubar as cartas da praia.

Akira se manteu calmo, mas seu olhar estava no homem a sua frente, que também o olhava meticulosamente.

Ele sabia.

Chapeleiro provavelmente tinha ideia de alguém em sua mente, mas ele estava jogando com Akira.

Um movimento em falso, e o Kimura não passaria com vida da porta.

— E? — perguntou, se apoiando no sofá.

— Você é esperto, muito esperto — se inclinou sobre a mesa. — E você jurou lealdade, então me contaria se soubesse quem está planejando o plano, não é?

— Talvez, o que eu ganharia com isso? — rebateu, não dando um passo em falso.

— Você já tem liberdade e proteção, eu posso te dar a fama — sorriu, e Akira revirou os olhos.

— Fama? — repetiu. — Eu não faço as coisas por fama, chapeleiro. Eu faço por diversão.

— Vamos, você só precisa me dizer quem está por trás de tudo — tentou, e o Kimura pensou na resposta.

"Todo mundo pode trair todo mundo."

E Akira não era estúpido, sabia que Chishiya não confiava totalmente nele.

O truque de contar sobre o plano era fachada, as perguntas ilegíveis e as respostas fáceis na ponta da língua.

Tudo encenação.

Seu cérebro disse para o contar, seu coração o falou para voltar atrás.

— Niragi — respondeu.

Akira era um filho da puta, mas um filho da puta consciente e vingativo.

— Niragi? — perguntou o homem.

— Não tenho plena certeza, mas acho que esteja planejando algo — continuou, levantando. — Aguni também é suspeito — seguiu até a porta. — Já posso ir?

Chapeleiro não respondeu, apenas assentiu, erguendo o copo de whisky.

Akira passou pelos os guardas do número um, pensando no que tivera acabado de fazer.

Se Niragi ou Aguni soubesse que o Kimura tivera posto seus nomes na ponta da faca, ele estaria ferrado.

Não tinha medo de Niragi, mesmo que ele fosse um lunático.

Mas ainda tinha um pé atrás por Aguni, ele sim era o problema.

[...]

— Não deveria estar aqui — comentou Akira, apoiado no muro.

Arisu estava indo em direção a lixeira, mas acabou por dar um pequeno pulinho de susto.

— Eu... — tentou formular uma resposta.

— Faça — mandou, sugerindo que tirasse o plástico de cima.

O Ryohei estreitou os olhos, sua curiosidade falando mais alto.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora