Capítulo 10

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— Kuina, como está tudo aí? — perguntou Chishiya, pelo o walkie-talkie.

Já era noite, e ele se encontrava na suíte real.

— O Aguni continuou no quarto dele — respondeu ela. — Estou morrendo de tédio.

— Então vamos seguir com o plano? — perguntou, mudando de assunto. — Não sei se o Arisu é esperto ou burro.

Caminhou até o quadro.

— As cartas nunca estariam num cofre comum — continuou o homem.

— Então onde fica o verdadeiro cofre? — perguntou a mulher pelo o walkie-talkie.

— Quando o Arisu encontrou o cofre falso, o Aguni, que não costuma vacilar, ficou olhando para um certo local — respondeu. — Não acredito que o conteúdo do envelope fosse uma combinação ou uma carta em branco. Talvez fosse um desenho.

Ele retirou o quadro da parede, encontrando o cofre real.

— Eu encontrei — soltou o ar pelo o nariz, um risinho nasal escapando.

— E você os usou para isso? — perguntou a mulher, se referindo a Arisu e Usagi.

— Para ganhar uma coisa, você precisa perder outra — rebateu.

— E por que não o Akira? — disse ela, e Chishiya ficou quieto por um segundo.

"Para ganhar uma coisa, você precisa perder outra." — a resposta veio em sua mente.

Ele sacrificou dois deles, por apenas uma única pessoa.

Uma troca.

— Akira é esperto, não ia cair — respondeu. — De qualquer maneira, Arisu foi sacrificado. Acontece bastante, não?

— Não, de jeito nenhum — retrucou ela. — Eu odiaria ser sua inimiga.

— Sempre me dizem isso — rebateu ele, abrindo o cofre e encontrando uma caixa.

Chishiya deixou um sorrisinho ladino subir por seus lábios, pegando o objeto ele retirou a tampa.

Seu maldito sorrisinho caiu.

— Impossível... — ele disse, a calma quase fugindo de seu controle.

[...]

Akira manteu as mãos nos bolsos, as cartas em suas mãos.

Ele pegou a mochila que já havia preparado, era a hora de partir.

Se olhou no espelho uma última vez, um sorrisinho divertido nos lábios.

Chishiya tivera manipulado Arisu e Usagi, e Akira tivera manipulado todos de uma só vez.

Começou com o loiro naquele jogo, depois Arisu e o Chapeleiro em seguida.

O walkie-talkie fez um chiado, estava na linha.

— Já estou no ponto — disse a voz. — Niragi está com Usagi.

— Ótimo! Chegou a hora de apagar as luzes — respondeu, seu sorriso crescendo.

Foi mal, Chishiya.

[...]

O homem seguiu com as mãos nos bolsos até o ponto de encontro, Kuina já estando presente.

— As cartas sumiram — começou o loiro, e a mulher o olhou.

— O quê? — perguntou ela, o choque em sua expressão.

— Chegaram antes — respondeu.

— E sabe quem foi? — perguntou, se aproximando.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora