𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅ

Capítulo 9

Ippei estava morto.

Ou quase isso.

Chishiya não pôde deixar de notar que não havia corpo nenhum. Ele não estava em qualquer maldito lugar.

Ou seja, com base no novo cenário, estava sozinho. Não podia contar com Akira, isso iria arruinar o plano.

Falando no Kimura, o mesmo estava apoiado na parede, as mãos nos bolsos enquanto escutava a conversa alheia.

O que podia fazer?

Estava entediado.

— O que aconteceu? — Banda perguntou a Matsushita.

— O Valete de Copas... — começou Enji. — É aquele cara ali.

Akira o viu apontar para o Shuntarō na tela, e apertou levemente as mãos nos bolsos.

Maldito emo! — ele xingou mentalmente, agradecendo que sua katana não estava consigo.

— Eu já estava desconfiando dele — o assassino murmurou.

— Relaxa — continuou Matsushita. — Ele morre nesta rodada.

O homicida soltou o ar, se afastando de onde estava ouvindo, embora seus olhos se voltaram para o homem de terno o encarando ao longe.

O garoto não pôde deixar de acenar suavemente com a cabeça em um gesto cínico, se distanciando e sumindo por um dos corredores.

— Aquele cara, além do Banda — comentou o Sr. Yaba. — Ele é uma bomba relógio, só está esperando o momento certo para explodir.

— O quê? — sua companheira sussurrou.

— Ele age pela a lógica, cabeça antes do coração. E tem um instinto perigoso que está começando a exalar pelos os poros — prosseguiu o homem, encostando-se na parede. — Se o Banda não for o Valete, aquele jovem é.

...

Akira nunca sentiu tanta vontade de se acabar em risadas ao ver Chishiya indo de um lado para o outro, tentando saber seu naipe.

Nesse momento, a pobre mulher que estava com o homem de terno era sua vítima.

O Kimura não pôde deixar de notar o comportamento agitado dela, e pra alguém que trabalhava com o que ele trabalhava antes de vir para esse inferno, isso significa muita coisa.

Quando a senhora saiu as pressas, o Shuntarō não pôde deixar de olhar na direção do quase namorado.

O garoto deu um leve mordida no chocolate, batucando os dedos na mesa em uma sequência única.

Código Morse.

Chishiya se virou, um sorrisinho quase imperceptível nos lábios enquanto seguia seu próprio caminho.

"É hora de responder. Por favor, se dirigiram individualmente para uma das solitárias."

— Finalmente — o Kimura sussurrou, jogando a embalagem do doce fora e pondo as mãos nos bolsos, indo diretamente para o local citado.

...

Quando o cronograma chegou a zero, Matsushita foi o primeiro a sair da maldita cela.

Olhando para os lados e percebendo que estava sozinho, ele sorriu.

— Eu venci — e caiu na gargalhada, chegando a dobrar o próprio corpo em contentamento.

O que não durou muito.

Uma das portas foi aberta em seguida, e Chishiya saiu.

— Eu sabia que o Valete de Copas era você — comentou o Shuntarō.