Capítulo 4

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— Qual é o seu plano? — perguntou Akira, quando finalmente conseguiu alcançar Chishiya.

O homem mais velho o olhou, a confusão atravessando sua calma.

— Você acha mesmo que eu vou acreditar que alguém como você está seguindo ordens sem pestanejar? — rebateu, os dois caminharam para fora.

Chishiya soltou o ar pelo o nariz, o cinismo em seu ato.

Perspicaz — pensou o loiro.

— E eu sei que me trouxe aqui por um motivo, eu posso te ajudar por conta própria — disse o Kimura. —, sem mentiras.

E o Shuntarō parou, acenando com a cabeça para que o mais novo o seguisse até o terraço.

[...]

— É um bom plano, admito — respondeu o garoto, seus olhos nas pessoas abaixo deles.

A piscina estando lotada, a noite caindo sobre suas cabeças. Era uma verdadeiro fuga da realidade.

— Isso é um sim? — perguntou o outro, sua voz calma.

— Sim — respondeu. — Mas sem mentiras, um vacilo e eu tô fora — se apoiou na grade, virando de costas.

Chishiya não respondeu, apenas balançou levemente a cabeça, entendendo o recado.

E Akira voltou a seguir sozinho, deixando o loiro no terraço e passando pelas as pessoas da piscina.

Precisava encontrar uma pista.

Ele entrou dentro da casa grande, trombando com uma garota alta.

Kuina.

Chishiya havia falado dela, a única que sabia do plano além dos dois. E pelo visto, Kuina também parecia saber sobre ele.

— Você deve ser Akira — ela sorriu, tirando o que aparentava ser um cigarro não acesso da boca. — Sou Kuina, prazer — ela estendeu a mão.

— O prazer é meu — aceitou o cumprimento, e logo voltou a caminhar.

A Hikari em seu alcance.

— Eu sei que agora fazemos parte do mesmo plano, mas você não precisa me seguir para qualquer lugar que eu vou — comentou o Kimura.

— Eu sei, mas Chishiya pediu que eu te apresentasse o lugar — ela recitou.

Akira parou, estreitando as sobrancelhas.

— E por que ele faria isso? — perguntou.

— Você faz parte da equipe agora — Kuina disse. — E, bem... existe algumas pessoas na praia que você não deve se meter, vamos! — chamou, indo para a  piscina.

Akira não contestou, apenas a acompanhando.

— Eu tenho que admitir que estou surpresa, é a primeira vez que Chishiya socializa com alguém — ela começou, sentando-se na espreguiçadeira.

— Me pergunto o que ele era antes de toda essa merda — comentou o garoto.

— O que você era? — perguntou, e Akira se calou. — Minha mãe está doente no hospital, ela não consegue ao menos fazer xixi sem ajuda, e, mesmo assim, me separaram dela.

O Kimura apertou os dedos, sua mente gritando.

— Quero voltar viva, por isso parei de fumar — continuou. — E você? — o garoto a olhou. — Pelo o que está vivendo?

— Por nada em particular — respondeu, e Kuina sabia que ele mentia.

— Que porra de música brega! — uma voz os alarmou, e o som parou.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑 ✦ ᴀʟɪᴄᴇ ɪɴ ʙᴏʀᴅᴇʟᴀɴᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora