Lara
Até que esbarro no Luiz, o que ele estava fazendo ali? Eu estava nervosa e com os olhos manejados. Ele me segura pelo braço, me fazendo olhar pra ele.
- O que aconteceu, Lara?
Coloco a mão no rosto.
- Eu só preciso sair daqui.
- Meu carro está ali na entrada, se você quiser eu deixo os papéis com algum dos empregados e te levo para algum lugar.
Naquele momento eu só queria sair dali e talvez seria bom ter uma companhia. Chamo uma das empregadas, Luiz entrega os papéis e peço para ela levar a Heloisy que estava no carro para uma das babás. Luiz, me conduz, até o carro dele, nos entramos e ele dá partida.
- Pra onde você quer ir?
Aquelas palavras não saiam da minha cabeça, a risada do Gabriel.
- Pra qualquer lugar onde não tenha ninguém.
Eu realmente não queria acordar amanhã com fotos minhas bebendo ao lado do Luiz.
- Ok.
Ele não fala nada durante o caminho, até que entramos num condomínio, não demora muito ele para na frente de uma casa. Olho pra ele, que diz:
- Eu não pensei em nenhum outro lugar que não tivesse ninguém, mas se você quiser..
Coloco a mão no braço dele.
- Aqui tá bom.
Nos descemos do carro. Ele abre a porta da casa dele, que por sinal era muito bonita e diz:
- Quer beber algo?
- É o que eu mais quero.
Ele sorri e pede para um acompanhar ele. Estamos na sala de estar, eu me sento, enquanto ele serve um copo de whisky, ele me entrega o copo e se senta ao meu lado. Eu bebo um pouco, estico um dos meus braços no sofá e falo:
- Tem algo que eu queria te dizer desde do dia do casamento.
Ele toma um pouco do copo dele e diz:
- O que seria?
- Eu não traí o Gabriel com você, nós não estávamos juntos.
- Você sabe que não me deve explicações, Lara.
- Eu sei, mas eu queria que você soubesse.
Ele assente, eu viro o restante do whisky e ele diz:
- Quer mais?
Entrego o copo para ele que estava com a mão estendida.
- Por favor.
Ele se levanta, me serve novamente, entrega o copo e se senta no mesmo lugar.
- Quer falar sobre o quê aconteceu?
Bebo um pouco, dando de ombros.
- Nada demais, eu só percebi que me casei com um completo idiota.
- Vocês brigaram pelo visto.
Bebo mais um pouco.
- Na verdade não. Desde quando você conhece o Gabriel? Vocês são próximos?
Ele olha em meus olhos.
- Desde que eu comecei a trabalhar pra ele, 6 anos atrás. Somos bons colegas, eu diria.
Acabo com a bebida num gole só, eu já estava começando a ficar meio animadinha.
- Mais whisky por favor.
Ele pega o copo da minha mão e diz:
- Você não quer um suco? Ou comer algo?
Não se embebem por um idiota, perto de um cara que você mal conhece Lara.
- Eu aceito uma água.
Ele pede para uma das empregadas buscarem e coloca meu copo vazio ao lado do criado mudo.
- E você como conheceu o Gabriel?
Me aproximo mais dele.
- Bem, ele já fez alguns negócios com meu pai, em uma dessas acabamos no conhecendo, mas no início eu não vi nada demais nele, então nem dava atenção.
- Então vocês se conhecem faz tempo?
- Bem, sim, mas o relacionamento é algo mais recente, até porque ele era casado.
- Você conheceu a esposa dele?
- Só de vista e você?
- Só de vista também, ela quase não era vista em público, algumas pessoas dizem que ela tinha depressão, mas nunca soube se isso era verdade.
É uma possibilidade na verdade, principalmente dado ao fato de que o Gabriel nunca comenta sobre ela ou sobre a causa da morte dela. Quando eu dizer algo, meu celular toca no meu bolso, tiro ele do bolso, olho no visor que era o Gabriel, silencio e desligo. Então, não sei foi a bebida, ou a raiva, mas eu beijo o Luiz, que me afasta na hora, se levantando.
- Lara, acho que não é o momento, você está triste com raiva e já bebeu.
Eu fico totalmente sem graça, eu sou uma completa idiota, não sei o que me deu.
- Desculpa, de verdade você está certo. Acho melhor eu ir embora.
Ele coloca a mão no meu braço, me fazendo olhar nos olhos dele.
- Se você quiser embora eu te levo, mas se for pelo beijo não tem problema. Eu só não quero me aproveitar da sua fragilidade entende.
O Gabriel provavelmente não se importaria com isso, pois o importante seria me levar pra cama de qualquer forma. Sorrio, um pouco mais leve.
- Obrigada por tudo, de verdade Luiz, eu quero realmente ir, preciso enfrentar minha realidade.
- Tudo bem, vamos então.
Ele pega a chave do carro e vamos. Durante o caminho, conversamos sobre coisas aleatórios, então ele para na entrada e eu falo:
- Obrigada Luiz e mais uma vez desculpe pelo beijo.
Ele sorri, balançando a cabeça negativamente. Como o Luiz era um gato.
- Não foi nada, já passou.
Tiro o cinto, estava prestes a abrir a porta, mas me viro novamente e falo estendo a mão:
- Me empresta seu celular, por favor.
Ele me olha confuso e antes dele dizer algo eu falo:
- Por favor.
Ele desbloqueia e me entrega o celular. Eu coloco meu número, enquanto ele olhava o que eu estava fazendo. Entrego pra ele que diz em tom brincalhão:
- É o real dessa vez?
Eu sorrio:
- É sim.
Ele assente.
- Boa noite.
Abro a porta.
- Boa noite, Luiz.
Desço do carro e os empregados abrem o portão assim que me veem e eu entro. Estava subindo as escadas, pois tudo que eu queria era um banho e minha cama. Então escuto:
- Onde você estava?
...
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O Casamento
RomanceLara, 23 anos, uma mulher com personalidade forte, mas totalmente obediente aos pais e com seu futuro traçado desde que nasceu. Gabriel, 30 anos, um homem determinado, milionário, influente, pai e agora também viúvo. Como será que os caminho desse...