Liz

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Gabriel

A viagem ocorreu perfeitamente bem, sem nenhum problema ou mulheres no caminho. Não via a hora de voltar pra casa, mas quando finalmente iria embarcar, o tempo mudou bruscamente, os voo até mesmo os privados foram canceladas e remarcado por questão de segurança. Liguei na hora para Lara, que disse que estava bem, sem sinal da Liz ainda e diz que só era para eu voltar quando fosse realmente seguro. Do contrário disse que me mataria quando eu chegasse em casa.  Como o sábio homem que eu sou, irei acatar o que minha esposa disse, mas espero de coração que o tempo melhore até amanhã.

...

Lara

Depois de algumas perguntas e exames. O médico disse:

- Você vai ficar em observação, mas o intervalo das contrações ainda é bem longo e você quase não está dilatada. Vamos começar alguns exercícios, pra te ajudar a induzir o parto, já que você quer te parto normal.

Assenti e o médico saiu do quarto. Antes de alguém dizer qualquer coisa, Estela diz:

- Eu fico com ela. Vocês podem ir pra casa, Heloisy deve estar preocupada lá com as babás.

Todos concordam, mas dizem que qualquer coisa é só ligar, me dão um beijo e vão embora. Eu cruzo os braços e bufo:

- Eu disse que os intervalos ainda estavam longos. Poderia estar em casa, agora vou ter que ficar aqui nesse quarto. 

Ela se senta na cadeira ao meu e diz:

- Não reclama.

Reviro os olhos e logo aparece um enfermeira e começamos os exercícios.

...

Passei a noite toda sentindo contração, os intervalos estavam diminuindo mais ainda entre uma e outra. Eu não aguentava mais, o médico disse que ainda estava com 15 dedos de dilatação, que precisava de um pouco menos para conseguirmos o parto normal. Tinha uma bola lá, pra ajudar, mas eu não estava morrendo de dor, só queria ficar deitada. Então o celular da Estela toca, ela pede licença e saí pra atender. Quando volta, eu já vou perguntando:

- O que foi, Estela?

- Gabriel já chegou, ele está vindo pra cá junto com o Lucas.

Respiro aliviada. Eu fico na posição fetal e a Estela pega minha mão e diz:

- Usa a bola, Lara, vai ajudar.

Eu não aguentava mais alguém falar dessa maldita bola.

- Não quero, Estela.

Eu só fechava os olhos e torcia pra tudo aquilo acabar logo... Não demora muito e o Gabriel chega. Ele me dá um beijo na testa e diz:

- Oi meu amor. Como você está? Vim correndo.

Lanço um olhar furiosa pra ele.

- Como você acha, Gabriel?

A Estela diz:

- O médico está passando a cada 30 minutos, ela está com 13 cm de dilatação, falta pouco.

Eu tentava respirar fundo, enquanto apertava os lençóis. Gabriel aponta pra bola e diz:

- Usa a bola, meu amor.

- Usa você, Gabriel.

Estela olha pra mim, olha pra ele e diz:

- Não se preocupe, ela está soltando os cachorros pra todo mundo desde ontem.

Gabriel suspira aliviado. Então eu grito de dor. Eles chamam imediatamente  o médico, que vem, mede a dilatação e diz:

- Ela está pronta.

Eu começo a me contorcer e puxo o Gabriel pela camisa que ele até se assusta.

- A culpa é sua, seu idiota.

Ele arregala os olhos sem entender e dou outro grito.

- Minha?

Eu assenti com cara de dor.

- Você me engra(outro grito)

O médico estava com as enfermeiras se preparando para começarmos o parto. Uma das enfermeiras me coloca uma medicação na minha veia, posiciona as minhas pernas e diz:

- Vamos começar, você vai precisar fazer força mãezinha.

Gabriel segura na minha mão e diz olhando nos meus olhos:

- Vamos, Lara, você é forte.

Eu respiro fundo e começo a fazer força e a gritar com a mesma intensidade. Então o médico diz:

- Força, Lara, força.

Eu faço força e grito novamente. Encosto na cama de novo, já cansada, eu balanço a cabeça negativamente.

- Eu não consigo.

Gabriel beija minha testa e diz:

- Consegue sim, vamos, só mais um pouco.

Faço força novamente e médico diz:

- Isso, vamos, estou vendo a cabeça dela já.

Eu respiro fundo e faço força novamente. Gabriel não soltava da minha mão . Eu sinto uma dor indescritível e médico diz:

- Vamos a cabeça dela está saindo.

- Ela deve ter a sua cabeça, Gabriel.

Gabriel olha pra mim e sorri. E eu continuo, fazendo força e gritando, até que finalmente escuto um chorinho e me deito na cama exausta. Gabriel pega ela no colo primeiro. Assim que ele pega ela no colo, vejo lágrimas caindo dos olhos dele e ele trás ela até mim. Coloco ela no meu colo e diz:

- Ela é perfeita.

Eu olha pra ela, toda cheia de sangue ainda, enrolada em um pano branco, era ela maravilhosa, linda e evidentemente a cópia do Gabriel. Não seguro e as lágrimas caem de mim como se fosse um riacho. Gabriel passa a mão no meu cabelo, beija o topo da minha testa e diz:

- Você fez um ótimo trabalho.

Eu olho pra ele sorrindo.

- Nós fizemos. Bem- vinda ao mundo Liz Maria Martins. 





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