Lara
Estava na sala de jantar esperando meus pais para tomarem café da manhã, como havíamos combinado no dia anterior, mas eu olhei no meu relógio, que estava no meu pulso e notei que eles estavam uns minutos atrasados. Fico um pouco inquieta, quando eu estava prestes a começar a me servir, pois já estava ficando com fome, eles aparecem, só que acompanhados por um cara com os cabelos castanhos, olhos claros, barba feita, um físico e tanto. Uma camisa polo branca e uma bermuda. Quando ele se aproxima mais, percebo que eu já o conhecia, só não lembro de onde, até que eles chegam perto, eu me levanto e minha mãe diz:
- Bom dia filha, desculpe o atraso, encontramos o Gabriel na escada e acabamos nos empolgando na conversa. Você se lembra dele não é mesmo.
Ele sorri, me dá dois beijos no rosto e diz:
- Bom dia, Lara.
Agora lembrei, Gabriel Martins, um dos maiores empresários e milionários do pais. Já fez alguns negócios com meu pai, inclusive já foi lá em casa algumas vezes e fomos no enterro da esposa dele ano passado. Sorrio e falo:
- Bom dia, claro que lembro.
Eu não o conheço muito bem, nos falamos poucas vezes, mas em todas essas vezes ele foi agradável. Nos sentamos a mesa e cada um começa a se servir. Estávamos em silêncio, até que minha diz enquanto eu mastigava meu pãozinhi:
- E sua filha, como está?
Nem lembrava que ele tinha uma filha. Ele toma um pouco de café e responde:
- Está ótima.
Me interessei em saber da filha, então pergunto:
- Ela também está aqui? Adoraria conhecê-la.
Ele olha pra mim.
- Não, ela ficou com o tio dela, não queria atrapalhar a rotina dela.
Apenas assenti e voltei a tomar meu café. Meu pai diz tocando no ombro dele:
- Você é um homem e tanto Gabriel. Passar pelo que você passou e agora cria uma filha sozinho.
Minha concorda e complementa:
- Imagino que não seja nada fácil, principalmente sem uma figura feminina presente.
Bem, milhares de mães e pais criam seus filhos sozinhos. Ele não seria o primeiro, nem o último a fazer isso, ainda mais com o recursos que ele tem. Mas meus pais falam dele como se ele fosse um guerreiro. Gabriel diz:
- Sim, realmente não é fácil.
Eu término meu café em silêncio, enquanto eles continuam conversando com o Gabriel, ou melhor bajulando ele, eu apenas escutava em silêncio a conversa. Meus pais realmente tem algum tipo de apreço por esse cara, porque assim, eles conhecem, conversam com muita gente, mas pelas costas sempre dizem que são uns fúteis, uns chatos e etc... Agora eu particularmente nunca ouvi eles falarem nada negativo sobre esse Gabriel.
Meus pais passaram o dia me enchendo o saco, me empurrando para diversos caras, eu até tive que conversar com alguns e não foi nada interessante. A maioria só sabia falar sobre o clima, sobre o quanto eles tinham, assuntos fúteis, não sei se eles são idiotas assim ou se tem esse tipo de papo comigo porque são uns machistas que acham que eu só sei falar desse tipo de coisa. Estava andando pela piscina, onde estava acontecendo meio que uma "festinha", quando avisto a minha mãe com o William, entro em pânico na era, ele era simplesmente insuportável. Eu não queria passar a noite conversando com ele. Então vejo o tal Gabriel, basicamente na minha frente e ele estava sozinho. Eu me aproximo e em desespero falo:
- Oi Gabriel, o que você está tomando?
Ele olha para mim sem entender, depois olha para o copo e diz:
- Vinho.
Minha mãe que ainda estava um pouco distante, para na hora e me observa de longe.
- Vinho é muito bom.
Ele apenas diz:
- Sim, é mesmo. Com licença.
Como eu percebi que minha mãe ainda me olhava e eu sabia que ela não iria me fazer conversa se eu estivesse conversando com alguém. Gabriel tenta se retirar, mas eu seguro no seu braço e falo me aproximando:
- Pode ser estranho, mas você pode ficar aqui fingindo que está conversando comigo?
Ele fica confuso.
- Por quê?
Como vou explicar isso?
- Bem, não olha, mas minha mãe está olhando pra mim e que ela quer que eu converse com uma pessoa que eu não gosto.
Ele bebe um pouco do vinho.
- Entendi.
Dá um passo se aproximando e diz:
- Então a senhorita quer me usar?
Ele ficou ofendido?
- Não, claro que não...
Ele me interrompe, colocando uma das mãos no meu braço e diz rindo com a expressão suave:
- Calma, eu estava só brincando.
Suspiro aliviada.
- Esses eventos estão cheios de pessoas chatas e com assuntos iguais a ela.
Caraca, que sincero. Acho que é isso que todo mundo pensa, mas ninguém nunca tevê coragem de dizer.
- Concordo totalmente com você, sempre achei esse evento chato.
Ele pergunta intrigado:
- E por que você vem afinal de contas?
Porque meus pais querem me arrumar um marido não é uma boa explicação. Suspiro! Dou de ombros e falo:
- O evento é da minha família, então basicamente eu tenho que vir. Fora que daqui um tempo meu pai quer que eu assuma os negócios da família, então ele quer que eu esteja por dentro de tudo.
- Entendi, é faz sentido.
Cruzo os braços e falo:
- E você, por que vem?
- Bem, para não fazer desfeita, principalmente porque gosto dos seus pais e porque esses eventos por mais chatos que sejam são importantes para os negócios.
- Você fez bem em não trazer sua filha, ela iria morrer de tédio.
Ele toma mais um pouco do vinho e diz brincalhão:
- Mas diferente de você, ela queria realmente vir.
Rio e brinco:
- Uma menina de negócios, eu diria.
A conversa está tão agradável, que nem se quer havia percebido que minha mãe não estava olhando mais. Suspiro aliviado e falo:
- Você salvou minha noite Gabriel, acho que conseguimos despistar minha mãe.
Ele levanta a taça e diz:
- Feliz em ter te salvado uma dama de um destino tedioso.
Sorrio e falo:
- Obrigada! Vou nessa, aproveite sua noite tediosa.
Ele sorri.
- Você também.
Vou direto para meu quarto, antes que minha mãe me veja e tente me empurrar para mais alguém.
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O Casamento
RomansLara, 23 anos, uma mulher com personalidade forte, mas totalmente obediente aos pais e com seu futuro traçado desde que nasceu. Gabriel, 30 anos, um homem determinado, milionário, influente, pai e agora também viúvo. Como será que os caminho desse...