O Casamento

Segunda chance?

Gabriel

Eu não quis perguntar, mas pelo nervosismo da Lara, ficou bem claro que ela era virgem. O que me surpreendeu, primeiramente porque era algo incomum ver alguém da idade ser virgem, antes de casar comigo até onde eu sei, ela tinha uma vida, frequentava baladas, principalmente porque ela também mantinha um relacionamento de meses já com o Luiz e eles nunca terem feito nada.

Ela estava deitada no meu peito, os dois ainda ofegantes, eu fazia cafuné no cabelo dele e estávamos em silêncio. Mas era um silêncio bom sabe. Até que acabo pegando no sono, ali no sofá mesmo. Acordo, vejo que ainda era madrugada, a Lara deve ter subido para o quarto dela, pois ela já não estava aqui subo para meu quarto, tomo um banho e durmo novamente...

Estava na salão de jantar, tomando meu café junto com a Heloisy, quando ela diz:

- Papai, é hoje que o titio vem?

Droga! Esqueci que tínhamos combinados dos meus pais passarem o final de semana aqui. Como meu irmão está na cidade, ele também vem.

- Sim filha, daqui a pouquinho eles já devem estar chegando.

Ela sorri animada. Então eu vejo a Lara entrando na sala, até fiquei meio desconcertado, eu me sentia até um adolescente apaixonado perto dela, na verdade acho que fazia tempo que eu realmente não gostava de alguém, a maioria das mulheres que eu ficava era por ficava, por atração, não por gostar. 

Lara dá um beijo no topo da cabeça da Heloisy, se senta e diz:

- Bom dia.

Sorrio e respondo:

- Bom dia, dormiu bem?

Ela começa a se servir.

- Sim e você?

- Também.

Tomo um pouco do meu café.

- Será que podemos conversar depois do café?

- Claro que sim.

Então tomamos café todos juntos em harmonia, depois a Helo foi brincar no quintal com uma das babás, nós dois fomos até meu escritório. Ela entra primeiro, eu entro depois e fecho a porta. Acho que ela estava meio nervosa sobre o que eu ia dizer.

- Bem, eu queria dizer que a noite de ontem foi incrível.

Ela sorri meio envergonhada.

- Também achei.

Me aproximo dela, seguro em suas mãos e falo:

- Queria saber de uma coisa...

Ela me interrompe:

- Sim, eu era virgem, Gabriel. Parece meio inacreditável, mas sim.

- Bem, pelo seu nervosismo, pelo "não vai caber", eu acabei meio que descobrindo.

Ela me olha e nós dois rimos.

 - Então o que você queria perguntar?

- A noite de ontem significou que você me perdoou? Que você vai me dar uma segunda chance?

Ela muda a expressão, fica pensativa é séria.

- Bem, Gabriel, eu achei que você fosse um homem moderno e entendesse que aquilo foi um momento de diversão apenas.

Tá, eu esperava de tudo, menos isso.

- Lara, eu sei que fui um idiota, mas eu realmente me arrependi. Eu gosto de você e quero que a gente dê certo.

Então ela me olha e começa a rir. Eu estou aqui abrindo o meu coração e ela está rindo pra minha cara.

- Claro que eu te perdoei seu bobo e que essa é sim sua segunda chance e última chance aliás.

Essa mulher quer me matar do coração. A puxo para o meu colo, como eu não aguentava mais essa cadeira de rodas.

- Seu senso de humor é horrível sabia.

Ela ri.

- Igual ao seu.

Então a beijo, ela se afasta e diz brava:

- Se você me trair de novo, me enganar Gabriel, eu vou embora sem olhar pra trás e ainda corto seu pinto. Eu faço picadinho dele na verdade.

- Acredite em mim, eu não faria isso de novo, eu aprendi minha lição. Dei muito duro pra você me perdoar e não penso em te perder ou perder meu pau.

Nós dois rimos e nos beijamos novamente. Eu já começo a tirar a blusa dela, mas alguém bate na porta, ainda no meu colo a Lara pergunta:

- Quem é?

Uma das empregadas diz do outro lado da porta:

- Desculpa atrapalhar senhora, os pais e o irmão do senhor Martins chegaram.

- Tudo bem, avise eles que já vamos.

- Sim senhora.

Ela olha pra mim:

- Tinha esquecido que seus pais vinham hoje.

- Na realidade eu também. Eles vão passar esse final de semana aqui, então teremos que dormir no mesmo quarto, tudo bem pra você?

- Tudo bem, mas não te garanto que você vai dormir.

Ela sorri maliciosa e dou um tapa de leve na bunda dela. Ela me dá um selinho se afasta e diz:

- Seus pais estão nos esperando, querido.

- Eles podem esperar um pouco mais, vem aqui, querida.

Ela sorri.

- Não querido, nós precisamos ir.

Respiro fundo.

- Ok, deixa eu me recompor e vamos. Mas uma coisa eu te garanto de noite você não me escapa.

Ela se aproxima novamente e sussura no meu ouvido.

- Eu não pretendo escapar, pretendo fazer o oposto.

Ela se afasta e depois de alguns minutos vamos até a sala onde minha família estava nos esperando.