Família

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Lara

As coisas estão uma loucura desde que a Liz nasceu, tá sendo uma nova fase, cheio de surpresas, então todos nós estamos tentando nos adaptar. Confesso que não sei o que faria sem o Gabriel e mãe dele não sei o que seria de mim. Cada vez que a Liz, chora acho que ela precisa ir ao médico, ou que está se sentindo mal ou algo do tipo. Mas a mãe do Gabriel, que é a mais experiente entre nós, me explica cada coisa, então aos poucos estou aprendendo a diferenciar os choros da Liz e também a descansar. Nos primeiros dias, eu ficava ao lado dela sempre, com medo dela precisar de mim e eu não estar. Até mesmo acabava dormindo na cadeira ao lado do berço dela de tanta preocupação, mesmo o Gabriel, me ajudando e querendo dividir comigo acho que eu não deixava ele ser pai sozinho sabe. Sempre estava em cima, mas isso é algo que eu não faço mais. Além de reversamos as noites, contratamos mais duas babás somente para a Liz. Tínhamos conversado sobre isso na gravidez, eu tinha dito que não queria babá, que a mãe era eu. Na realidade eu tinha medo ser uma mãe ruim por isso, uma mãe que deixa a filha recém- nascida com os outros sabe. Mas minha sogra conversou comigo e disse que isso não fazia de mim uma mãe ruim. Até porque acredito que muitas mãe queriam ter esse recurso, para conseguir descansar um pouco, pois além de mãe da Liz, também sou mãe da Heloisy, tenho que dividir a minha atenção com ela também, sou esposa e mulher também tenho que ter tempo para as outras áreas da minha vida.

Os meus pais ficaram sabendo que a Liz nasceu pelas notícias que saíram, porque na real nem eu, nem ninguém avisamos ele. Não sei se foi a correria ou, talvez o fato de que eu não queria realmente avisar. Eles mandaram uma cesta cheia de presentes para Liz e pra mim. Agradeci, mas disse que precisava de um tempo pra tudo isso, mas que ao menos logo eles poderiam ao menos conhecer a Liz.

Estávamos jantando, quando Heloisy diz:

- Papai, eu quero um cachorro.

Gabriel termina de mastigar, bebe um pouco de suco e diz:

- Um cachorro?

Heloisy assente positivamente.

- O papai compra um de pelúcia pra você.

- Eu quero um de verdade, papai.

Gabriel olha pra mim e eu dou de ombros.

- Vou conversar com a sua mãe sobre isso. 

Heloisy vira pra mim e diz:

- Você vai deixar né, mamãe? Fala pra ele me dar um cachorrinho.

Coloco a mão na cabeça dela e falo:

- Vamos ver meu amor, ter um animalzinho envolve responsabilidade.

Heloisy cruza os braços fazendo bico e diz brava:

- Se você pra Liz, você dava. Vocês sempre fazem tudo que ela quer.

O ciúmes bateu. Puxo ela para o meu colo e falo:

- Nós não fazemos tudo que a Liz quer meu amor. Nós já te explicamos que ela é pequeninha e não entende as coisas. 

- Então me dá um cachorrinho, mamãe.

Gabriel diz mais sério:

- Nós vamos pensar, filha, já falamos.

- Tudo bem. 

Coloco ela no lugar dela e terminamos o jantar... Estava arrumando a casa para deitarmos, quando eu falo:

- O que você acha do cachorro?

- Acho que seria bom, mas também não quero mimá-la sabe. Não quero que ela pense que tudo o que pedir, nós vamos dar e usar a Liz vai funcionar.

- Você está certo, então só  esperamos um tempo para dar o cachorro então. Pode ser?

Ele assente sentando na cama, então eu o beijo e ele vai me puxando para o colo dele. Mas bem na hora pela babá eletrônica ouvimos o choro da Liz. Eu paro o beijo e falo:

- Sua vez, papai.

Ele sorri e brinca:

- Vai ser difícil dar mais um irmão pra essa menina, ela não nos dá tempo nem de tentar. 

Eu sorrio e ele se levanta pra ir até a Liz.


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