Gabriel
Finalmente tive alta e estou em casa não aguentava mais ficar naquele hospital. O médico pediu para usar cadeira de rodas nessa primeira semana e depois usar as moletas para me locomover. Lara, queria que eu ficasse em um dos quartos de baixo, mas eu não queria trocar de quarto, então disse a ela que usaria o elevador mesmo.
Pelo menos nessa primeira semana, vou precisar ficar em casa em repouso e, mesmo não querendo vou precisar deixar a empresa comandada pelo Luiz, por mais que eu vá ficar de olho de tudo por aqui, não é a mesma coisa, preciso de alguém que esteja lá e que tome a frente das coisas na minha ausência. Eu espero que ele consiga separar as coisas e continue sendo o ótimo funcionário que foi durante todos esses anos. Essa também vai ser minha oportunidade de tentar me aproximar da Lara, principalmente com o Luiz distante, pois cuidar da empresa sozinho, vai demandar bastante do tempo dele. Mas mesmo não querendo, eu precisava conversar pessoalmente com ele, então mandei uma mensagem pedindo para ele vir aqui em casa mais tarde.
Estava no quarto de Heloisy, brincando com ela de "restaurante". Ela me serve um prato com comida de mentirinha e diz:
- Aqui papai, quer dizer cliente.
Eu sorrio, finjo comer toda a comida de mentira, devolvo o prato para ela e falo:
- Estava muito bom senhorita, seu restaurante é muito bom. Aqui está seu dinheiro.
Tiro do bolso o dinheiro de mentira, ela vem até mim, eu entrego o dinheiro, ela sorri e diz:
- Volte sempre.
Eu sorrio. Então uma das empregadas bate na porta, que estava aberta, eu peço para que ela entre e ela diz:
- O senhor Luiz está te esperando patrão.
- Levem ele até meu escritório e avise que eu já estou descendo.
Ela assente.
- Mais uma coisa, onde a Lara está?
- No quarto dela.
- Não quero que ninguém fale que temos visita.
- Sim senhor.
- Pode se retirar.
Ela pede licença e saí. Me viro para a Heloisy que continuava "cozinhando".
- Filha?
Ela olha pra mim:
- Papai vai resolver umas coisas agora, depois continuamos a brincadeira.
- Tudo bem papai.
Peço para a babá ficar de olho nela, enquanto outra empregada me ajuda a chegar até o escritório. Eu ainda não estava acostumado com a cadeira, então estou precisando de ajuda. Quando entro no escritório, agradeço a empregada e peço para ela fechar a porta ao sair. Assim que o Luiz me vê, ele se levanta, vem até mim e tenta me ajudar com a cadeira. Mas eu digo que não preciso, ao menos até a minha mesa, eu conseguia me locomover. Ele se senta novamente e diz:
- Eu estava com a Lara, quando ficamos sabendo do acidente, como você está?
Olha que imbecil! Ele tinha necessidade de dizer que ele estava com a Lara. Forço um sorriso e falo:
- Estou ótimo, mas não foi pra falar de mim, ou da Lara que eu te chamei pra perguntar se você consegue cuidar da empresa por uns dias? Claro que mesmo daqui eu vou estar por dentro de tudo e que toda decisão ainda passará por mim. Você acha que consegue?
- Sim, consigo.
Claro que eu coloquei pessoas da minha confiança que ficaram em cima dele, pois eu não confiar a minha empresa a um homem que quer minha mulher, ele não sabe que tem pessoas que vão estar observando ele o tempo inteiro, vou tomar isso como um teste para saber se ele realmente sabe separar a vida profissional da pessoa. Eu só estou deixando ele tomar frente, pois fui pressionado pela diretoria, na minha ausência, quem fica a frente é ele, então basicamente não tive escolha.
Então a porta de abre com a Lara com uma bandeja encarando a mesma dizendo.
- Eu vim trazer seu remédio, uma das empregadas me avisou que você estava aqui.
Ela levanta o olhar e então vê o Luiz.
- Desculpa, eu não sabia que você tinha companhia.
Na hora que ela ia fechar a porta, eu falo:
- Não, pode ficar. O Luiz já estava de saída.
Ele que estava encarando a Lara, se levanta e diz:
- Sim, verdade.
Ele aperta minha mão e eu falo:
- Me mantenha informado por favor.
- Claro e melhoras!
- Obrigado!
Ele passa pela Lara e diz:
- Lara.
Não sei se foi impressão minha, mas parece que tinha uma certa tensão entre os dois e não era porque eu estava lá.
- Luiz.
Então ele me encara, encara ela e saí. A Lara trás o remédio até mim e diz:
- Desculpa de verdade, eu não sabia que você tinha visita. Só vi que estava no horário do seu remédio...
Pego na mão dela a interrompendo.
- Tudo bem Lara.
Eu pego o remédio e o copo de água e tomo.
- Obrigado por isso. Você sabe que não tem obrigação nenhuma comigo.
Ela sorri.
- Eu sei, mas eu só quis ter certeza de que você iria tomar o remédio.
- Com uma enfermeira dessa, eu vou ficar mal acostumado.
Lara, coloca a bandeja em cima da minha mesa, apoio os braços do apoio da cadeira, se aproxima de mim, com a boca tão perto da minha, quando eu ia pegar na nuca dela para beijá-la, ela pega a bandeja e saí sorrindo.
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O Casamento
RomanceLara, 23 anos, uma mulher com personalidade forte, mas totalmente obediente aos pais e com seu futuro traçado desde que nasceu. Gabriel, 30 anos, um homem determinado, milionário, influente, pai e agora também viúvo. Como será que os caminho desse...