Luiz

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Lara

Hoje vou jantar na casa do Luiz, que disse que não iria conseguir me buscar, mesmo eu falando que estava tudo bem, que eu iria de uber, ele insistiu e disse que mandaria o motorista dele. Eu tentei argumentar, mas acabei aceitando, eu não iria com nenhum do motorista do Gabriel, pois provavelmente ele ficaria sabendo aonde eu fui, se eu fosse com um deles.

Tomo um banho, coloco um vestido vermelho, tomara que caia, que tinha uma duas na fendas nas laterais, com um salto preto, faça uma maquiagem básico, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e estou pronta. Vou até o quarto da Heloisy, que estava na mesinha dela, pintando. Assim que ela me vê, se levanta e diz:

- Você está linda, Lara.

Sorrio segurando a mãozinha dela.

- Obrigada princesa, eu vou sair, mas daqui a pouco o seu pai deve estar chegando. Obedeça as babás enquanto isso, meu amor.

- Tudo bem, você pode me dar um beijo de boa noite antes de você ir?

Nesse momento meus olhos encheram de lágrima e o meu coração de alegria. Me abaixo e falo:

- Claro que sim.

Dou um beijo nela, a puxo para uma abraço.

- Boa noite, durma com os anjos gatinha.

Ela sorri de orelha a orelha.

- Boa noite pra você também.

Ela volta a ser sentar na mesinha e eu saio com lágrimas nos olhos. Meu celular vibra, vejo que era uma mensagem do Luiz, avisando que o motorista já tinha chegado.

Assim que chego na casa do Luiz, uma das empregadas me direciona até a sala de estar e avisa que o Luiz foi tomar banho, mas que ele já estava descendo. Ela me oferece algo pra beber, mas eu digo que estou bem. Não demora muito, Luiz desce, com uma bermuda, uma camisa polo preta e com os cabelos penteados, mas ainda molhados. Me levanto e dou dois beijinhos no rosto dele.

- Sinto que não estou a altura dessa jantar, você está simplesmente deslumbrante, Lara.

Tenho certeza que devo ter corado nesse momento.

- Obrigada, Luiz.

Ele faz um sinal para nos sentarmos. 

- Aceita beber algo? Tem um vinho que minha mãe trouxe da Europa e é incrível.

Sorrio.

- Então vou querer provar.

Ele chama um dos empregados e pede duas taças de vinho.

- Mas me diz, como você está? Como estão as coisas?

- Eu estou bem. Você quer dizer as coisas com o Gabriel?

Nessa hora a empregada chega com duas taças e uma garrafa. Elas no serve, Luiz agradece, ele me entrega uma taça e fica com a outra.

- Sim e não. As coisas no geral.

Tomo um pouco do vinho, que realmente era delicioso.

- Nós não estamos juntos.

Ele ergue as sobrancelhas e diz:

- Mas estão casados.

- Sim, eu sei que é complicado.

Ele bebe um pouco da taça dele.

- Um pouco, eu diria.

Eu ainda não sentia que era o momento pra contar a razão pelo qual estamos casados.

- Tudo que posso dizer, é que cada um é livre para viver a vida como quer.

Ele assente. Eu sei que ele queria saber o que rolava entre mim e o Gabriel. Mas no momento a última coisa que eu quero falar é dele. Acho que ele percebeu, porque disse:

- Está gostando da cidade?

Respiro um pouco mais leve.

- Na verdade ainda estou me adaptando, não conheci muito.

- Deveria ter me chamado para ser seu guia.

Sorri.

- Mas me diz, já que você mora aqui, o que você fazia aquele dia na balada?

Ele sorri.

- Estava visitando meus pais. Uns amigos tinha dito, que tinha uma balada legal e eu acabei resolvendo ir.

Conversamos mais um pouco, até que fomos jantar. A comida estava realmente incrível e a companhia extremamente agradável. Se eu tivesse conhecido o Luiz antes, as coisas poderiam ser diferentes hoje em dia. Talvez eu pudesse ter me casado por amor e estivesse feliz.

Luiz estava me levando para casa, pois já era bem tarde. A conversa é tão boa, que demoro a me dar conta que já estávamos na entrada de casa. Eu tiro o cinto, me viro e falo:

- Obrigada pela noite incrível e pela comida que estava uma delícia.

Ele sorri, desligando o carro:

- E a senhorita duvidou do meu tom.

Coloco a mão no peito.

- Me desculpa, chefe.

Ele ri, balançando a cabeça negativamente.

- Você é bem debochada, sabia?

- Eu? Imagina, mas agora é sério foi tudo ótimo.

- Digo o mesmo, é sempre bom ter uma boa companhia.

Coloco a mão na maçaneta para abrir o carro e falo:

- Boa noite, Luiz.

Então sinto ele colocar a mão na minha perna, eu olho da mão para ele, que tira de imediato e diz:

- Me desculpa, eu só...

O interrompo, pois sei o que ele queria e eu também.

- Pode.

Ele coloca a mão na minha nuca, se aproxima e diz:

- Tem certeza?

Eu assenti e ele me beija.

...






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