Tentativa

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Mon*

Eu precisava descansar, passar a noite em um hospital não é a coisa mais confortável do mundo e principalmente quando se acorda com gritos.

Não julgo a Sam, toda vez que ela conseguia dormir alguém a acordava e me surpreendeu ela não ter atacado na terceira vez.

Quando Tyler foi o último a sair vi que Sam não dormiria tão cedo e foi quando decidi me deitar ao seu lado, como fazíamos antes de tudo e funcionou.

Mas ainda me lembro de como ela me olhava e lembrar disso fez meu rosto esquentar novamente.

  Quando acordei com Tyler me perguntando sobre ela, decidi que estava na hora de eu ir, avisei a ele que voltaria mais tarde e sai.

E aqui estou eu agora me revirando na cama enquanto lembro daqueles olhos em mim...

Sam tinha efeito nas pessoas e sabia disso, mas não sabia o efeito que tinha em mim na verdade nem mesmo eu sabia.

Eu não a odiava isso é verdade, mas odiava seu orgulho, seu jeito mal educado de tratar as pessoas e seu temperamento irritado. Ela podia ser tanto e escolhe ser uma babaca jura?

Me reviro na cama mais algumas vezes até desistir de dormi.

Eu não entendo como me apaixonei por ela sinceramente... claro ela é linda, protetora, tem seu lado doce e é gentil com as amigas...ela é uma pessoa tão boa as vezes...mas tão poucos vêem esse lado, por que ela é assim?

Meu telefone toca e corro para ver, na esperança de que fosse ela, por algum motivo eu não conseguia me afastar dela por mais que eu quisesse, então era melhor eu ajudar ela a melhorar certo?

Mas não era ela quem havia me mandado mensagem e sim Nop, me chamando para tomar café da manhã com ele.

Largo o celular me esparramado de volta na cama, eu precisava comer mas estava sem energia para socializar...

Respiro fundo e respondo sua mensagem avisando que iria me arrumar.

Seria bom falar sobre as coisas com alguém.

                         ...

  Encontro Nop me esperando em frente de casa com uma cesta de piquenique e fico curiosa para saber o que comeríamos, minha barriga ronca e sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha por ele ter escutado, o mesmo apenas ri e me chama pra comer.

Passamos a manhã conversando sobre como tinha sido meu tempo fora, como tinha ficado as coisas aqui e o que eu faria agora que estava de volta.

— Vai voltar a trabalhar?

— Sim, mandei alguns currículos agora esperar...

— Já falou com a Sam? - sua pergunta me deixa em alerta - Quando você foi embora, durante um tempo ela vinha até aqui com o carro, nunca falava com ninguém, apenas parava e depois ia embora. Era assustador.

Escuto a risada de Nop mas a única coisa que consigo pensar e no porque ela tinha feito isso.

Sam era um mistério e era uma confusão, acho que nem mesmo ela sabe do porque de suas atitudes.

— Fala com ela Mon... Sei que gosta dela.

Observo Nop perdido em pensamentos, ele olhava a rua parecendo buscar respostas para suas próprias perguntas ou talvez seria apenas eu e minha mente refletindo em outras pessoas.

  Puxo o ar para meus pulmões e o solto de vagar, eu sabia que teria que conversar com ela em algum momento e sabia que ela não era a única a ter errado nem eu era a única a ter um coração por mais que ela não admitisse.

Tomo um gole do chá e decido deixar meus pensamentos irem longe, o silêncio entre Nop e eu era confortável e eu tinha tantas perguntas...

Desperto dos meus pensamentos com o meu telefone tocando, olho para o nome e me surpreendo, lady sam...

  Tenho dúvidas se atendo ou não, ainda tenho medo de ouvir sua voz por telefone depois de tanto tempo, mas também me preocupo que algo tenha acontecido.

— Sam? - Pergunto ao atender e não ouvir nada.

— Oi... - ela parecia nervosa.

— Está tudo bem?

— Vai ter karaokê hoje...com as meninas... - ela não estava no hospital?

— Hm...legal...

— Vai ter comida...

Sorrio me lembrando desse jeito dela, eu tinha me esquecido, mas não seria tão fácil assim.

— Que bom, aproveite...

— E bebida... Comida boa...e cara.

Me mantive em silêncio segurando a risada e Nop me olhava com cara de curioso.

— Mande um beijo para as meninas.

  Escuto Sam suspirar do outro lado da linha, ela deveria estar dando voltas agora.

— Tee quer que você vá. Vou te buscar as 17h.

Ela desliga sem ao menos me perguntar se eu estava livre e rio da situação, ela estava tentando e eu deveria dar uma chance a essa tentativa.

Conto a Nop o que aconteceu desde que cheguei até agora mas ele parece não estar muito feliz apesar de a pouco tempo a trás dizer que eu precisava conversar com ela.

Sinceramente eu estava cansada de brigar, correr atrás ou só me desgastar. Vou só deixar acontecer o que tiver que acontecer e o que não acontecer... vou aceitar também.

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