𝐁𝐄𝐋𝐋𝐄 | Artemis Lima, filha mais velha de Lívia, tendo 23 anos, e irmã de Bárbara Lima. Sendo uma irmã gentil e bondosa, sempre protegendo sua família, Artemis como a Deusa da caça também é uma caçadora, ela caça animais para levar para o vilar...
— Minha irmã, minha responsabilidade, sempre e para sempre.
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TODOS SEMPRE TÊM ALGUM SEGREDO, especialmente na Ilha, e o segredo da tão amada Artemis Lima era um segredo triste e doloroso.
Sentada com o peito encostado nas costas de uma cadeira de madeira e sem blusa, sua mãe com um sinto de coro batia com força - mesmo bêbada- em suas costas com a fivela do cinto.
Artemis morde a boca com tanta força para não fazer barulho e preocupar sua irmãzinha e Milo que dormiam ao lado, que ela sente o gosto de sangue em sua boca pela força de seus dentes em seus lábios.
Seus olhos cheios de lágrimas não derramadas, suas mãos apertavam a cadeira com tanta força que ela pensou que poderia quebrar.
Lívia para de bater nas costas da loira por um momento e vai na frente da garota, a ardência dos recentes cortes doía, mesmo ela já acostumada com aquilo, mas para a pequena loira, as novas cicatrizes não doíam tanto quanto ver sua irmã sofrer, então se ela tivesse que passar por aquilo para proteger sua pequena margarida ela não se importava.
Lívia segura com força o queixo da filha e o levanta vendo os olhos marejados e os lábios cortados sangrando.
— Não adianta chorar, não vou ficar com pena, acha que se chorar todos vão ficar com pena, pode engolir essas sua lágrimas de crocodilo, isso tudo é culpa sua, Artemis.- É como se ela cospisse o nome da filha com desgosto.
— Eu te avisei mais de mil vezes sobre entrar naquela mansão infernal, coisas ruim vão acontecer e a culpa será toda sua!- Artemis vira o rosto com o tapa forte direcionado ao lado esquerdo da sua bochecha, mas logo seu rosto já estava novamente preso entre a mão da mãe.
— Você é mesmo uma praga, além de me desobedecer e entrar naquele merda de mansão, arrastou sua irmã junto!- O olhar de desgosto e aquelas palavras saindo da boca de sua própria mãe, doeu mais do que os vário cortes sangrando em suas costas, seu coração parecia que tinha alguém o esmagando, suas lágrimas agora escorriam sem controle, e ela não conseguia respirar direito, mas o que doeu mais foram as próximas palavras de sua mãe...- Você é meu maior erro, uma maldição, soube disso no dia que você nasceu, eu odeio você igual odeio aquela mansão!
E Artemis sentiu seu mundo desabar, como se paredes estivessem desmoronando ao seu redor, ela congelou com os olhos arregalados olhando para sua mãe, Lívia soltou o queixo da filha e foi possível ver uma marca roxa de dedos começando a se formar, Artemis abria e fechava a boca tentando falar algo enquanto lágrimas desciam sem parar.
— M-mas... Eu amo a senhora...- Sua voz saiu falhada e quase sem som. Lívia apenas a olhou com desgosto e saiu do quarto fechando a porta e deixando Artemis largada na cadeira destruída.
— " Eu sou realmente uma decepção... Nunca faço as coisas direito e não obedeci ela e entrei na mansão com a Bárbara... Da pra entender porque ela me odeia..."
Artemis se levanta devagar pela dor e pega dentro do guarda roupa escondido, um Kit médico, ela pega um pano branco limpo e álcool indo até o espelho de seu quarto e com dificuldade começa a tentar limpar os cortes enquanto seus olhos derramavam lágrimas sem parar.
O pano antes branco, foi manchando com um sangue carmesim que escorria por suas costas já cheias de cicatrizes e agora as que seriam as novas.
Artemis se olha no espelho com um olhar triste, ela não entendia porque sua mãe parecia a odiar tanto, ela sempre fez de tudo para orgulhar a mesma, ajudava todos na ilha, e não faltava nada, ela inclusive que conseguia pagar as bebidas de Lívia.
— Eu não sou o suficiente...- Sua voz saí como um sussurro
A loira organiza tudo e trata suas feridas como pode, pega suas coisas e em silêncio saí da sua casa com uma vela e anda em direção a mansão com o rosto ainda molhado em lágrimas, ao entrar na mesma sozinha, ela estremece com medo e começa a subir as escadas até o segundo andar, parando no retrato de Constantino que parecia a olhar de volta, ela se assusta ao ver como se a tinta estivesse derretendo nos olhos do quadro, como se o quadro estivesse chorando, e assustada ela começa a subir rapidamente em direção ao quarto do garoto francês esperando que ele estivesse acordado.
Olivier dá um pulo assustado ao ouvir a porta se abrindo e pega um travesseiro de arma, mas se acalma ao ver a loira entrando, sua irmã tinha finalmente conseguido dormir um tempo atrás, e ele fica confuso ao ver a Bela caçadora entrando no seu quarto com apenas uma vela.
Artemis se assusta também com o Olivier, mas logo se acalma, ela fecha a porta com cuidado e com o garoto a observando ela anda até ele exitante e sem encarar seus olhos.
— Desculpa te acordar... Eu só...- Ela murmura desconfortável já na frente do mesmo que a olhava de baixo preocupado ao finalmente notar o rosto inchado de lágrimas e marcas roxas no queixo, seu lábio inferior cortado, seu coração falha uma batida, ele sente seu coração apertar ao vê-la daquele jeito.
— Artemis! O que aconteceu?- Ele se levanta rapidamente em silêncio e pega a vela dela colocando em cima da cômoda e segurando suas mãos nas dele com cuidado.- Meu deus... Quem te machucou, chérie?- Ele leva sua mão sem luva em direção ao rosto da menor e faz um carinho em sua bochecha onde se formava um hematoma, ele para ao ver ela estremecer de dor.
— Eu... Podemos falar sobre isso depois? E-eu posso passar a noite aqui? Se não puder tudo bem, eu sei que você provavelmente não quer ficar perto de alguém- Ela começa a sussurrar com medo que ele também a visse como uma aberração, mas se surpreende ao ele a interromper levantando seu queixo com carinho e se aproximando até encostar seu nariz um no outro.
— Você pode fazer o que quiser, é muito bem vinda, não sei o que aconteceu, mas saiba que eu estou aqui com você agora, não precisa se preocupar.- Artemis o olha com os olhos lacrimejando e é ainda mais surpreendida com Olivier juntando seus lábios lentamente e com um carinho absurdo, seus lábios pareciam ser feitos um para o outro, se encaixavam perfeitamente, como se fossem destinados um ao outro, suas almas pertenciam um ao outro, um encontro predestinado.- Estou com você, Mon chérie.
Naquela noite, enquanto Artemis adormecia em seus braços se ajeitando desconfortável com a dor, Olivier sabia que ela estava com muita dor que nem conseguia deitar de costas, então a puxa para seu peito e ela relaxa um pouco, naquela noite ele prometeu para si mesmo que faria de tudo para ela não sofrer mais assim.
Ele não queria vê-la chorar nunca mais, e principalmente aqueles ferimentos terríveis, que ele iria descobrir quem os causou.
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Mais um capítulo de BEAU CHASSEUR finalmente! Espero que gostem!
Desculpa qualquer erro, não corrigi o capítulo.
Que dor meus amigos... Tadinha da nossa pequena Chasseresse, ela não merece isso...
