Capítulo por LENNON.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.
DUAS SEMANAS DEPOIS...— Lennon, sério. — o Pool fala e eu olho pra ele. — Tu tem dez minutos, no máximo quinze.
Assenti e sai do carro já atravessando. Falei com o portei do orfanato e ele já me liberou. Falei com a diretora, a Soraya e com a Júlia, a mina que trabalha aqui assim que esbarrei com as duas quando eu estava indo na sala da direção.
A Júlia me levou no pátio onde as crianças estavam brincando e eu fiquei até perdido procurando o Arthur mas logo senti alguém abracando minhas pernas, olhei pra baixo e vi a cabeleireira toda bagunçada e logo ele levantou o rosto com um sorrisinho sacana.
— E aí? — abaixo e ele me abraça de novo. — Como você tá? Tudo bem?
— Sim tio. Eu tava com saudade. — ele solta o abraço e ajeita o cabelo tirando uns fios desajeitadinhos.
— O tio também. Mas o tio quase não tá tendo tempo, tô trabalhando muito longe. E a tia Laví também tá trabalhando muito.
Já tinha duas semanas que a Laví e eu só conseguia vir aqui ver ele e ir embora. Não estavamos conseguindo tempo pra pegar ele. Até dava pra pegar e ficar com ele lá e trazer ele no outro dia, mas a gente não ia conseguir dar a atenção que ele sempre quer, e a que a gente gosta de dar.
— Você veio me buscar hoje? Vou pegar minha mochila, eu fiz um desenho na escolinha, quero mostrar. — meu coração já deu uma fraquejada.
— Arthurzinho, hoje o tio não vai poder te levar. O tio tá indo trabalhar lá longe, então não vai dar. — ele murchou na hora e juro que vi os olhos do moleque brilhando por causa de algumas lágrimas. — Mas eu quero ver teu desenho. Pode me mostrar?
Ele assentiu e pegou na minha mão. Saímos ali do pátio e ele foi andando pelo orfanato até chegarmos na parte dos quartos. Entramos e ele foi até a cama dele, subiu, pegou uma folha debaixo do travesseiro, e me entregou.
Abri o desenho e foi inevitável não sorrir. No papel tinha três bonequinhos daqueles de palito, um maior pintado de verde, outro médio pintado de rosa, e um menor pintado de azul.
— Muito lindo, tutu.
— É eu. — ele aponte pro menor. — A tia Laví. — aponta pro médio. — É você. — aponta pro maior.
Sorri, peguei ele colocando no meu colo e beijei a cabeça dele.
— É muito bonito teu desenho. — falo e ele contínua olhando pra folha.
— É pra você.
— Obrigado, o tio vai guardar e depois botar lá na sala.
Ele deu um sorriso murcho, e desceu do meu colo, pegou o homem aranha e ficou mexendo sem falar nada e nem me olhar. Meu celular vibrou e eu vi que era o Pool ligando.
— O tio agora tem que ir, tá? — ele assentiu me olhando. — Quando eu voltar, eu venho te buscar. Fechado?
— Fechado. — a gente faz um toque.
— Bora lá. — levantei e pegue na mão dele.
Fomos até o pátio e eu deixei ele perto da Júlia, me despedi e quando cheguei no portão, olhei pra ele que tava me olhando e deu um tchauzinho. Acenei pra ele e mandei um beijo antes de sair de vez do orfanato.
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Em suas mãos | L7NNON.
Fanfictiononde um trauma priva Lavínia de viver, sentir, demostrar e expressar tudo o que sente.