All for us - Bruce Wayne Gotham

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Que dia maravilhoso.

Meu irmão agora é um homem casado, revi meu pai, estou disposta a aceitar Bruce de volta, mas sinto que algo muito ruim irá acontecer. Logo vem em minha mente o que fiquei sabendo hoje de manhã, Mário me disse que Jim insistiu que ele fizesse não só um, mas três testes do vírus de Alice Tetch. O vírus que ultimamente está enlouquecendo a cidade. Jim não seria capaz de fazer algo contra meu irmão ou seria...?

Já está de noite e estava me preparando para dormir quando vejo novamente o uniforme escuro de Bruce. Ele estava na mesma árvore que antes, então discretamente saio de seu campo de visão e desço as escadas.

Saio pela porta da frente mesmo, o vento está gelado típico de Gotham, então me enrolo mais ainda no cobertor em meus ombros. Com passos calmos e silenciosos, caminho em direção á árvore, Bruce já percebe minha presença e me acompanha com os olhos.

- Não acha que está tarde não? - Pergunto olhando para cima, assim que chego perto o suficiente da árvore.

- Você tem inimigos agora, o perigo não dorme - Diz o garoto dando um breve olhada no perímetro e logo voltando seu olhar para mim.

- É claro, mas... O Bruce precisa dormir - Digo de uma forma que não pareça forçada, sei de seus problemas com sono desde que seus pais morreram.

- Angel, você corre perigo a qualquer momento - Diz já meio aborrecido, então decido usar minha última carta na manga.

- Eu estou bem e me sentiria ainda mais protegida se estivesse dentro da mansão comigo, o lado esquerdo da cama ainda é seu Wayne - Não espero uma resposta e logo me viro voltando para casa. Alguns passos á frente, ouço suas botas tocarem a grama e mais passos na mesma.

Quase chegando na entrada, vejo minha mãe sentada na pequena escada, ela sorrir para mim e eu retribuo o sorriso passando por ela e entrando em casa.

Para alguns, isso é extremamente estranho, mas para mim não. Tenho visto minha mãe com bastante frequência, aquele sentimento de solidão e vazio não habitam mais em mim. Com a presença dela eu meio que "prevejo" um acontecimento, tipo uma premonição. Um exemplo recente foi a dois dias atrás, eu estive fora a manhã inteira resolvendo os últimos preparativos para o casamento do meu irmão e alguns negociantes insatisfeitos, então optei por almoçar num restaurante qualquer, quando eu estava esperando o sinal abrir, vi uma menina da uns 5 anos mais ou menos correndo na rua e um carro iria passar na mesma hora que ela.

E como num piscar de olhos, aquela cena toda tinha desaparecido, como se fosse tudo coisa da minha cabeça. Foi quando minha mãe do nada aparece no banco do carona me mandando os comandos dela, ela me mandou virar a esquerda, a direita, seguir reto, até chegarmos numa rua bem parecida com a que eu "vi" a menina, segundos depois a mesma menina passa correndo na rua e o mesmo carro também. Como num instinto impulsivo, saio às pressas do carro e corro em direção à garota, a agarrando pela cintura a trazendo de volta pra calçada.

Sem ao menos perceber, chego em meu quarto. Me deito na cama do lado direito, o direito sempre foi o meu lado.

Logo que me deito, sinto a cama afundar atrás de mim e um braço meio nervoso rodear minha cintura. Eu mesma, um pouco surpresa por sua atitude, hesito antes de colocar minha mão sobre seu braço, o acariciando.

Sentia falta disso, do toque, dos beijos na testa e nos ombros, das trocas de carícia, dos pequenos detalhes em geral, de como segurava minha mão quando estava com vergonha ou nervoso, quando pedia minha opinião nos meros detalhes...

Sou despertada pela voz de Bruce atrás de mim.

- Tenho uma notícia pra te dar - Diz ele.

- Boa ou ruim? - Pergunto descontraída.

- Ruim, muito ruim. É sobre seu irmão - Aquela frase me deixa tensa, o que de tão ruim pode ter acontecido com Mário no dia de seu casamento?

                                       * * *

Estou tentando ser forte, estou realmente tentando, mas essas malditas lágrimas insistem em cair. O que eu fiz pra merecer isso? O que eu fiz pra merecer tanta dor ao longo da minha vida?

De longe vejo Jim observando o funeral. Como ele pôde matar o meu irmão e depois aparecer aqui!!??
Eu não o odeio, mas é uma questão de consciência e respeito pelos amigos e familiares. Respeito a mim, ao meu pai e a Lee...

Vejo que meu pai também notou a presença do homem, seguro sua mão e o olho pedindo que não faça nada. Volto o olhar para a lápide, perto do da minha mãe.

O que irei fazer sem ele aqui comigo...?