61. Daddy e mommy issues

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Com Vitória...

Hoje é sábado, por isso não tem aula e não ter aula significa viver um inferno dentro de casa.

Estou sentada na minha mesinha de estudo, estudando para a prova de biologia que vai ter segunda-feira.

Eu poderia estar me divertindo com meus amigos? Poderia. Mas que amigos eu tenho? Nenhum.

Estava estudando, quando a porta do meu quarto é aberta e minha mãe entra, respiro fundo.

Ruth- Vim pegar as colchas da sua cama, já que você não faz nada –Falo indo até sua cama-

Fico calada e tento me concentrar novamente no assunto, até que ela fala novamente.

Ruth- E o Hardin? –Pergunto tirando os lençóis da sua cama-

Vitória- O que que tem ele? –Pergunto colocando o lápis na mesa-

Ruth- Vocês ainda estão...juntos? –Tiro as fronhas dos travesseiros-

Nego com a cabeça.

Vitória- Ele agora está namorando com uma menina lá da escola –Respondo-

Ruth- Nem para sustentar um relacionamento você serve –Vou até seu banheiro-

Vitória- Mãe, por favor, não fala assim comigo –Peço vendo ela sair com meu cesto de roupas sujas do banheiro-

Ruth- Falar como? –Pergunto retoricamente- você é imprestável demais, só fica enfurnada nesse quarto e ainda é toda esquisita

Sinto meus olhos encherem de lágrimas, mas respiro fundo tentando não chorar.

Ruth- Ninguém nunca vai te querer desse jeito –Ela desvia o olhar- OLHA PARA MIM QUANDO EU ESTIVER FALANDO COM VOCÊ –Grito e ela volta a me olhar- você é tão esquisita que eu não julgo os garotos não te quererem. Também magrinha desse jeito, não tem um corpinho bonito

Vitória- Mãe, por favor, para –Peço começando a chorar-

Desde que eu me conheço por gente minha mãe me trata assim, ela sempre, sempre me coloca para baixo, eu não faço a mínima ideia do porquê.

Ruth- Pronto, já começou com os dramas –Reviro os olhos e saio do quarto-

Respiro fundo e enxugo as lágrimas, pego minha garrafinha de água e percebo que estava vazia, resolvo descer para pegar mais água. Desço as escadas da minha casa, vejo meu pai sentado de frente para a televisão assistindo ao jogo de futebol e bebendo sua cerveja como de costume, ia passar reto por ele, mas ele me chama.

Bruce- Volte aqui e fale com o seu pai, sua desnaturada –Mando sem paciência-

Vitória- Oi, pai –Falo com ele-

Vou até o filtro de água e encho minha garrafinha, ia subindo de volta para o meu quarto.

Ruth- Venha almoçar, você precisa ganhar uns quilinhos ou vai acabar sumindo de tão magra –Coloco os pratos na mesa- por isso que ninguém te quer

Vitória- Eu não estou com fome –Ia sair da cozinha-

Bruce- Sua mãe mandou você comer –Dou um tapa nela-

Coloco a mão aonde ele bateu sentindo meu rosto arder e uma dor forte em meu rosto, começo a chorar de dor.

Bruce- É uma imprestável mesmo, já está chorando –Falo olhando para ela com raiva-

Vitória- Não fala assim comigo, eu sou sua filha –Falo chorando de dor-

Bruce- Como ousa me contrariar? –Pergunto furioso-

Socos, chutes, pontapés, cotoveladas, mais e mais socos e chutes por todo o meu corpo, depois de longos 45 minutos ele me joga com força no chão.

Minha visão está totalmente turva, minhas costas estão doendo muito assim como todo meu corpo, acho que quebrei minhas costelas, sinto o gosto de sangue em minha boca que logo estou cuspindo sangue.

Bruce- Vá para seu quarto agora e não saia de lá –Mando me sentando a mesa-

Me levanto com muita dificuldade e caminho até as escadas, subo a mesma me rastejando literalmente, mal consigo ficar de pé, entro em meu quarto e caio no chão de tanta dor.

Eu vou morrer? Eu sinto que vou morrer.

Preciso de ajuda e preciso sair daqui, pego meu celular e o coloco dentro do sutiã, abro a janela do meu quarto com dificuldade pulo para o lado de fora, saio andando pelas ruas notando vários olhares das pessoas na rua, mas nenhuma me ajudou.

Continuo andando até que me esbarro em uma pessoa.

Vitória- Me.…me...desculpa –Peço desculpas sem olhar para pessoa-

Lucas- Vitória? –Pergunto a olhando de cima a baixo- o que aconteceu com você?

Vitória- O meu pai... –Respondo sentindo minha visão escurecer- por favor, me ajuda, eu não...não quero morrer –Peço ajuda desesperada-

Minha visão escurece totalmente e eu desmaio em seus braços, a partir daí eu não vejo mais nada.

O diário de Hardin¹ Onde histórias criam vida. Descubra agora