O diário de Hardin¹

72. Últimos resquícios de felicidade

Com Hardin...

Vejo a Amélia passando pela porta e franzo o cenho muito confuso.

Hardin- Como você conseguiu quebrar o feitiço? –Me levanto da cama e visto minha bermuda-

Amélia- Eu não sei –Falo realmente sem entender nada- eu só coloquei a mão e passei

Hardin- Mas esse feitiço de bloqueio é com o sangue da Vitória –Falo óbvio e ela assente-

Amélia- O que significa que eu tenho o mesmo sangue que a Vitória? –Pergunto atordoada- ou o feitiço deu errado e não vimos?

Hardin- Eu não sei, amor –Pego em sua mão- só depois para descobrirmos

Ela fica parada olhando para a porta com um semblante confuso.

Hardin- Amor, vamos deixar isso para lá –Fico em sua frente- vamos cozinhar arroz com frango? –Pergunto e ela assente-

Descemos para sua cozinha, pego uma panela e encho de água.

Amélia- Hardin –O chamo e ele me olha- sobre eu dançar no colo dos homens –Ele revira os olhos- eu vou parar com isso, eu te prometo –Me aproximo dele- o único colo que eu vou dançar ou rebolar vai ser o seu –Dou um selinho nele que solta um sorrisinho-

Hardin- Eu acho bom –Retribuo ao selinho- você está de boa sobre minha amizade com a Vitória? –Ela solta um suspiro pesado-

Amélia- Sim, por incrível que pareça estou –Afirmo um pouco surpresa comigo mesma- ela ajudou a gente a se reconciliar o que prova de certa forma que ela não te quer mais, fora que eu sei que você me ama

Hardin- Mas você não confia nela, não é? –Pergunto já sabendo a resposta e ela assente-

Amélia- Ela pode até ter mudado e se tornado uma pessoa melhor, mas é impossível esquecer com facilidade o que ela fez –Pego a bandeja de cortar carne e pego o peito de frango no congelador- ela expôs o meu passado inteiro de uma forma totalmente distorcida e ainda ajudou o babaca do Murilo a vazar um vídeo íntimo meu

Hardin- Eu entendo de verdade –Pego a cebola e o óleo-

Ficamos cozinhando, conversando e rindo muito juntinhos.

Eu AMO essa mulher.

Com Henry...

Henry- Filhos, algum de vocês viram o Hardin ou a Helena? –Pergunto descendo as escadas-

Enola- O Hardin está na casa da Amélia se resolvendo com ela e a Helena não sei, acho que ela está no quarto, pai –Respondo sua pergunta-

Henry- Eu vou lá ver se ela está no quarto dela –Subo novamente as escadas-

Vou até o quarto da minha filha Helena, bato na porta e escuto um “entra”, entro em seu quarto e a vejo deitada na cama abraçada com seu urso de pelúcia.

Henry- Filha, aconteceu alguma coisa? –Pergunto fechando a porta do seu quarto-

Helena- Pai, você acha errado que eu goste de meninas e não de meninos? –O questiono tristinha-

Henry- Lógico que não é errado, cada um tem seus gostos –Respondo me aproximando de sua cama- o que fizeram com você? –Pergunto preocupado-

Helena- Nada, só o menino insuportável que disse a seguinte frase para mim “Uma gay como você tentando me dar ordens? Chega a ser patético. Vai aprender a chupar um pau e a gente conversa, sua lésbica de merda” –Repito o que o Murilo falou para mim mais e começo a chorar-

Meus olhos ficam totalmente pretos, mas eu respiro fundo e olho para minha filha.

Henry- Meu amor, não liga para esse tipo de comentário –Me sento ao seu lado- ele é um idiota e não sabe respeitar a escolha de sexualidade dos outros, você não é nada disso do que ele falou, ele foi preconceituoso e homofobico