O diário de Hardin¹

62. Aceitação

Com Ayla...

Quando eu descobri que estava grávida pela primeira não aceitei muito bem minha gestação no início, por que eu não me imaginava mãe e por que tinha muito medo de ser uma mãe ruim.

Na minha primeira ultrassom, o dia em que eu conheci a minha princesinha, eu fiquei tão feliz e contente, ali eu vi que eu precisava ser mãe, vi que uma coisinha tão pequenininha havia me escolhido para ser a mamãe dela.

Então resolvi trazer a Enola para sua primeira ultrassom, quero que ela conheça o seu bebê e tome a decisão correta.

Ayla- Chegamos –Estaciono o carro-

Enola- Por que estamos em um hospital? –Pergunto sem entender-

Ayla- Te trouxe aqui para você fazer um ultrassom –Respondo simples e ela me encara com a sobrancelha erguida- não acha que você merece conhecer o seu bebezinho antes de tomar a sua decisão?

Enola- Eu não sei se quero conhecer ele... –Falo em dúvida do que fazer-

Ayla- Meu amor, eu sei exatamente o que você está passando –Tiro o cinto de segurança- já estive no seu lugar na minha primeira gravidez –Ela me olha surpresa-

Enola- O que te fez desistir de abortar? –Pergunto curiosa-

Ayla- O meu irmão Henrik me fez tomar conta do Pedro, Abigail e Andrew –Respondo- nesse dia eu percebi que ser mãe não é algo tão terrível e assustador, pelo contrário é muito, muito bom –Ela solta um suspiro- a sensação que eu tive quando vi a Elisabeth ainda em meu ventre tão pequenininha foi algo mágico

Ela estala os dedos nervosa e desvia o olhar.

Ayla- Eu estava errada quando cogitei a hipótese de abortar, percebi isso graças ao Henrik –Me lembro do meu irmão mais velho- Enola, ser mãe é uma coisa boa, de verdade, é uma coisa muito boa –Ela volta a me olhar- é assustador no início por que o bebê vai precisar de você para absolutamente tudo e você vai ter uma vida em mãos que precisa de você, mas não é um bicho de sete cabeças se você tiver apoio e eu sei que você vai ter –Olho para ela- Enola, todos naquela mansão irá te ajudar e apoiar em tudo que você precisar, fora que eu vejo a forma que o Louis que é o pai da criança te trata, tenho total certeza que se você decidir seguir com a gravidez ele vai te ajudar –Começo a falar- sabia que quando eu dei a luz pela primeira vez eu estava tão nervosa com a possibilidade de ser uma péssima mãe ou não conseguir ser uma mãe tão maravilhosa igual a minha, mas quando eu vi a minha filha em meus braços –Solto um sorrisinho- quando eu a peguei e vi o seu rostinho pela primeira aquele medo e nervosismo foram todo embora, por que você sente um amor tão incondicional e puro que nada mais importa. Você está chorando? –Pergunto surpresa-

Enola- Estou... –Enxugo as lágrimas- desde que eu descobri a gravidez eu estou muito mais emotiva e o que você disse foi muito emocionante

Ayla- São os hormônios é normal –Enxugo suas lágrimas- você quer conhecer o seu bebê? –Pergunto- caso não queira tudo bem, iremos voltar para casa e ninguém irá te forçar a nada

Ela fica um tempo em silêncio e diz.

Enola- Eu quero conhecer o meu bebê –Falo um pouco nervosa e ela sorri-

Ayla- Você não irá se arrepender, eu te prometo –Ela respira fundo-

Saímos do carro e entramos no hospital, fomos até a recepção para assinar uns documentos, depois ficamos esperando sentadas, noto que Enola estava muito nervosa e com as pernas trêmulas.

Ayla- Você não está sozinha, está bem? –Pego em sua mão- eu estou aqui com você

Enola- Obrigada –Agradeço me acalmando-

A médica chama o nome da Enola, nos levantamos e fomos até seu consultório.

Médica- Boa tarde, podem se sentar –Aponto para as cadeiras em minha frente e elas se sentam- quem é a mamãe aqui? –Pergunto me sentado em minha poltrona-

Ayla- É ela, doutora –Respondo cruzando as pernas-

Médica- Está grávida de quantos meses? –Pergunto pegando os papeis-

Enola- Um mês e uma semana... –Respondo tímida-

Médica- Está sentindo muitos enjoos? –Ela assente-

A médica faz outras várias perguntas e por fim diz.

Médica- Enola, deite-se ali e levante um pouco sua blusa, por favor –Aponto para maca-

Com Enola...

Me levanto e vou até a maca, me deito levantando minha blusa, a médica vem até mim e passa um gel em minha barriga, Ayla fica ao meu lado e segura minha mão.

Médica- Vamos conhecer esse bebezinho –Pego o aparelho e começo a passar em sua barriga, ligo o visor- está vendo? –Aponto para o visor- esse grãozinho aqui é o seu bebê

Olho para o visor e eu não sei decifrar o que eu estou sentindo nesse momento, é um misto de emoções e sentimentos.

Ayla- Doutora, dá para ouvir o coraçãozinho? –Pergunto e ela assente-

Um som começa a ecoar pela sala.

Enola- Que som alto... –Falo surpresa e a médica ri-

Médica- Esse é o coração do seu bebê batendo, querida –Explico-

E foi ali, ouvindo o som do coração do bebê que a minha ficha caiu. Tem um neném se formando aqui em meu ventre, uma vida.

Sinto meus olhos ficarem marejados e um sorriso escapa de meus lábios.

Médica- Vou dar mais privacidade a vocês –Saio do consultório-

Ayla- Como está se sentindo? –Pergunto a olhando-

Enola- É para ser honesta? –Ela assente- muito bem –Respondo com sinceridade e olho para o visor- ele ainda é muito pequeno

Ayla- É do tamanho de uma cabeça de alfinete –Falo olhando para o visor também-

Enola- Eu sinto uma coisa boa vindo dele, não sentia isso antes de conhecer ele –Olho para ela- é um sentimento bom, muito bom

Ayla- Meu bem, isso é amor materno –Sorrio- você está sentindo amor materno, está criando um vínculo com o seu bebê

Fico encarando o visor por um bom tempo, uma coisa tão pequena não pode ser terrível, fora que agora que eu o conheci não quero mandar ele ir embora, quero ter o meu bebê.

Enola- Eu não quero mais abortar –Falo de uma vez-

Ayla- Sério? –Pergunto e ela assente- que notícia maravilhosa, meu amor –Sorrio feliz por ela-

Enola- Eu vou ter esse neném e vou ser uma boa mãe para ele –Passo a mão em minha barriga- vou aprender a amar ele, eu quero ter o meu filho –Sorrio emocionada-

Ayla- Eu fico muito feliz em ouvir isso, querida –A abraço-

Retribuo ao abraço feliz.

Eu vou ser mamãe...