009| o putífero veigh?

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DÉBORA

   Já era segunda e eu não consegui superar sábado. Eu morria de vergonha de mim mesma, mas nada era tão pior do que ter visto o Thiago levando como se fosse nada.

  Eu não queria uma dramatização, óbvio, até porque realmente não foi nada demais. Mas agir de uma maneira tão indiferente fere um pouco o meu ego, minha autoestima.

  Porra, eu sou um mulherão do caramba. Só que pro Thiago eu sou só a Debinha que ele cresceu, a "irmãzinha" que ele não teve, já que a Lyllian tem uma diferença enorme de idade. E ele também foi o irmão que eu nunca tive, mas mesmo assim eu consigo olhar ele como um homem. Consigo me atrair por ele.

— Aí, nada a ver Débora. — Falei sozinha no meio da loja.

  Eu já tinha ocupado minha cabeça de mais com esse assunto tão besta. Isso que era pior.

  Comecei a organizar algumas peças pra me distrair. Até dar uma ajeitada na estufa eu fui. Descontar os problemas na disposição pra trabalhar é simplesmente terapêutico.

[...]

  Quando deu mais ou menos umas duas da tarde eu fui dar uma olhadinha no celular, e eu me surpreendi um pouco de ver mensagem do Thiago.

thiagoveigh7
debinha?

— Oh senhor, eu sempre fui uma mulher tão sabia, senhor. — Murmurei sozinha novamente.

  A loja hoje tava mais parada que água de rio.

me
oi, tô trabalhando

thiagoveigh7
eu sei. vou aí, qual loja vc trampa?

me
vc n faz nada da vida n?

thiagoveigh7
não 😘

me
trabalho aqui na BUH. Saio às 15:30 pra almoçar

thiagoveigh7
pdp. Já já tô colando

  Eu pensei em evitar ele pra tentar voltar a ter mais controle das minhas emoções e pá, mas eu sei que me esconder só mostra covardia e não auto-proteção.

[...]

— Como é trabalhadeira. — Thiago disse da porta da loja, tirando minha atenção do computador.

— Um de nós precisa trabalhar, né? — Brinquei.

— Tá dizendo que ser cantor não é profissão? — Se fez de ofendido. — Vou fazer exposed lá no meu "tt".

— Ser mais cancelada do que eu sou eu acho difícil. — Pisquei pra ele.

  Coloquei no sistema que eu entraria na pausa almoço e também a chave dentro da gaveta.

— Sai fora que eu vou fechar. — Avisei antes de abaixar o portão.

  Thiago ficou esperando há alguns centímetros de mim com as mãos no bolso.

  Tranquei tudo direito e comecei caminhar na direção da praça de alimentação, ele me seguia.

— Vai comer aonde? — Eu perguntei vendo tudo meio vazio.

MANDRAKA - VeighOnde histórias criam vida. Descubra agora