013| jantar

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gente antes de começar o capítulo, eu queria dizer que me incomoda muito ver 100/200 views em praticamente todos os capítulos, mas poucos votos. Comentários eu entendo que nem todo mundo curte, mas favoritar é o mínimo.

Nunca fui de estipular voto pra próximo capítulo, mas se eu ver que n tá da hora, vou começar a postar de acordo com o engajamento.

É isso, bom capítulo!!!

DÉBORA

   O fim é triste, mas o dia seguinte é pior. Além de uma sede absurda e dor no corpo, eu também tava com ressaca moral.

  Eu e o Thiago ontem ficamos, finalmente, e eu posso dizer que foi melhor do que eu imaginava. Foi um pouco inesperado, até agora eu não sei o que deu nele, mas foi gostoso.

  Acordei até disposta hoje. Fiz um almocinho responsa, já que a minha mãe tinha ido na missa e fui comer assistindo alguma bobeira na TV.

— Tô indo ali no Pássaro. — Felipe passou quase que correndo pela sala.

  Como eu conheço a peça, corri atrás pra entender da pressa.

— Ou? — Chamei ele da porta.

  Meu irmão tava simplesmente na estica, cabelo arrumadinho, até de tênis tava.

— A mãe não te quer andando com o Pássaro.

  Esse cara já tinha uns trinta anos nas costas, mas desde que eu sou pequena sei que ele mexe com uns bagulho errado.

— Ela também não te quer em baile e você tá lá todo fim de semana. — Me afrontou.

— Quando cê tiver mais de 18, e um emprego você decide sua vida, falou?!

  Felipe estalou a língua e continuou o caminho. Senti que tinha coisa errada nisso.

  Faz uns tempos que o Felipe não para em casa, ele diz que vai ver alguma mina, e minha mãe com a cabeça que tem sempre achou isso suave. Só que ele tem 13 anos e age como se tivesse 17. E também esquece com quem ele anda.

  Não que eu desconfie do meu irmão, mas ele sempre foi mente fraca. Uma vez ele viu um moleque que mora aqui no prédio com um Mizuno da hora, fez minha mãe comprar mesmo que a gente não tivesse tanta grana, e ainda exigiu um original. Em dois meses ele deixou o tênis de lado e começou a pedir outro.

  A gente sempre teve uma criação humilde. E o que eu ostento vem de muita economia, de muitos extras trampando, e mesmo assim nunca faltou nada na nossa mesa, tanto por mim quanto pela minha mãe.

  Voltei pra dentro na procura do meu celular, eu ia avisar minha mãe com quem ele tava, mas vi que tinha um áudio do Thiago. Mandei a mensagem pra dona Cida e fui escutar.

Titi ❤️
áudio vem aqui jantar. Minha mãe que tá mandando!

  Pensei em recusar, mas eu acho que soaria como uma fuga depois de ontem.

me
manda a localização e eu já vou.

  Logo minha mãe respondeu também.

Dona encrenca ❤️
Eu já tô chegando. Se ele tiver com esse nóia do passarinho vou bater nele na frente de todo mundo.

  Era uma pena que eu não vou estar aqui pra ver isso.

[...]

  Parei na frente do prédio que o Thiago mandou a localização e o porteiro pediu meu RG pra confirmar. E então chamou um elevador pra mim.

  Subi pro segundo andar e vi ele na porta com um short de pijama e sem camisa. Foi inevitável não lembrar da noite de ontem e sentir meu corpo reagir.

— Ta dormindo na casa da sua mãe, Thiago? — Perguntei passando os braços pela cintura dele. Thiago me apertou nos braços e me deu um beijo na testa.

— Vim direto do baile pra cá, filha. — Me deu passagem pra entrar. — La em casa não tem comida e eu tava varado de fome.

— Você é um bebezão, hein?!

  Thiago me levou pelo apê até a cozinha, onde a tia Miriam tava fazendo alguma coisa no fogo.

— Tia?! — Falei chamando atenção dela.

  O sorriso lindo dela se abriu e em poucos segundos a gente já tava agarrada.

— Oh gloria, que saudade de você Deborinha.

— Morri de saudade da senhora, tia. — Levantei ela no colo.

— Cê tá linda, filha, graças a deus. — Se afastou um pouco pra me encarar.

— A senhora tá gatona também, tá?

  Ela riu e começou fazer um carinho no meu rosto.

— Passei todos esses anos brigando com o Thiago, pra ele ir atrás de você.

— Tô aqui agora pra atormentar a senhora. — Dei mais um abraço.

— Atormentar nada. Vocês são minha alegria!

  Mesmo sendo da igreja, ela sempre se divertiu com a gente. Não no sentido de ir pra baile e beber, mas sempre entrou nas nossas brincadeiras.

  Tentei ajudar ela no que tava fazendo, mas ela rapidinho expulsou a gente da cozinha.

— Eu amo mais sua mãe do que você. — Sentei no sofá.

— Normal, pra ela eu aceito perder. — Se jogou no meu colo.

  Thiago deu play num filme que tava passando. Acabei fazendo um cafuné nele enquanto tava entretida, fazia muitas cotas que eu não fazia cafuné nele.

— Conhece a Giovana Dib? — Ele perguntou aleatoriamente.

— Quem não conhece?

— Ela vem jantar aqui hoje também.

 

MANDRAKA - VeighOnde histórias criam vida. Descubra agora