007| no baile tudo acontece

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VEIGH

   Cadê a maluca?

  Sai por uns cinco minutos e ela simplesmente sumiu.

— Aí, parça?! Cê viu a Débora? — Perguntei pra um quebradinha que tava ali do nosso lado há um tempo.

— Mano, ela saiu com o Bruno. Nem vi pra onde eles foram.

— Ata, valeu!

  Tinha me desacostumado com esses perdidos da Débora. Mas pelo o menos tava mais tranquilo que ela tinha ido ficar com alguém e não tava passando mal por algum canto da casa.

  Escorei na parede segurando a garrafa de água que eu peguei pra ela, com a mão livre fui dar uma olhada no celular, e tinha mensagem da Giovana. Desde ontem de tarde ela não me responde.

dib <3
surtei de novo tô ligada. sei que a gente n tem nada ainda pra eu te cobrar dessa forma, ent desculpa

dib <3
vou ir dormir aí, tá bom?

me
rlx gata. Então n vai dar pra você dormir hj lá em casa pq eu tô aqui num churrasco da tasha e eu n sei se volto hj

dib <3
Amanhã ent?

me
Amanhã eu vou lá pra minha mãe. Vem segunda

dib <3
deixa vai. Outro dia a gente marca.

me
blz linda. Dorme com deus

— Oi?! — A doida parou do meu lado .

— Ainda dá perdido, Débora? Meu Deus hein. — Brinquei estendendo a garrafa pra ela.

  Débora continuou me encarando com aqueles olhos pequenos e vermelhos.

— Já solta o que foi!

  Ela abriu um sorriso enorme.

— A gente pode dar uma passada no baile?

  Essa menina não sossega nunca?

— Parça, olha a festa que tá acontecendo bem na sua frente. Cê quer ir pra baile?

  Ela me olhou de um jeito que me fez repensar por alguns instantes.

— Por favor, Titi. Faz mó cota que a gente não vai pra um junto. — Ela usou a carta na manga dela. Me chamou de Titi.

— Titi não, Débora.

— Por favor?!

  Suspirei. Não acredito que mais uma vez ela vai me ganhar só me chamando por quatro letras.

— Tá bom, Débora. Mas cê não vai mais beber! Já tá louca ja.

  Debinha me encheu de beijo na bochecha.

— Tá, vamo em bora de fininho. — Ela deu a ideia e foi ótimo. Odeio me despedir de cada pessoa.

— Tá bom, vai indo lá pra fora, vou pegar o capacete! — Avisei e ela concordou passando pelas pessoas.

  Fui pra um quarto de hóspedes que eu tinha guardado nossos capacetes, em poucos minutos eu já tava lá fora.

  Liguei minha navinha e partimos para um baile que tava tendo ali perto.

  Estacionei minha moto bem longe do fluxo e sem soltar a mão da Débora fui passando pelas pessoas até o comecinho do baile, tava lotado. Puxei a Débora pra ficar na minha frente.

— Caralho, tô arrepiada! — ela me mostrou o braço assim que começou a tocar o Medley com algumas antigas.

— Você tá é bêbada. — Falei alto no ouvido dela.

  Débora riu virando de frente pra mim.

— Eu tô mesmo. — Falou ainda com os dentes branco ocupando grande parte da boca.

  Débora paralisou por bons segundos e o sorriso dela foi se desmanchando. Me preocupei.

— Caralho que merda. — Ela disse sem desviar os olhos de mim.

— O que foi, Debinha?

  Ela mordeu o canto interno da bochecha e me olhou de uma forma diferente.

— Parça, desculpa! — Ela disse me deixando ainda mais confuso.

  Não deu nem tempo deu pensar direito e ela selou minha boca. Fiquei completamente em choque, não me movi um centímetro.

— Desculpa, desculpa! — Ela voltou pra trás sem nem ter dado cinco segundos.

  Eu ainda não tinha ideia do que responder. Não tinha nem ciência de aquilo realmente tinha acontecido de verdade.

— Mano, você tá muito louca Débora. Vamo pra casa! — Falei e vi ela ficar muito sem graça. — Não precisa fazer essa cara ai, tá tudo bem. — Puxei ela pra um abraço.

— Você me odeia porque eu te beijei, né?! — Ela perguntou num tom mais sério, ri fraco.

— Calma, Debinha, tá tudo bem.

  Ela assentiu e voltou virar de frente pro baile, mas isso não durou muito. Em pouco tempo ela mesmo quis ir embora, então arranquei pra minha casa, não teria a mínima condição de levar pra dela nesse estado. A tia Cida me mata!

[...]

  Depois de uma cotinha já em casa, forcei a Debinha tomar um banho e colocar uma roupa minha. Quando saiu do banho arrumei minha cama pra ela, e desci pro sofá.

  Forrei o estofado um uma coberta leve e deitei um pouco cansado, mas a adrenalina do energético não me deixava dormir nem fodendo. E pra piorar eu comecei pensar no que passou pela cabeça da Débora pra ter tentado me beijar. Eu entendo que ela tava fora de si, mas de qualquer forma é incompreensível.

  Porra era a Debinha, minha irmã. Não faz sentido.

— Foda-se. — Murmurei sozinho pensando em ignorar. Foi só um selinho, não tem porque comer a cabeça com isso.

DÉBORA

12:00 PM

  Acordei com o sol entrando pelo quatro, mais uma vez meu corpo pesado. Acho que eu nunca dormi tanto, e o milagre foi minha mãe ter deixado eu dormir até tarde!

  Sem abrir os olhos procurei pela cama o meu celular, como ele sempre fica, mas não encontrei. Precisei abrir um pouco os olhos.

  Merda. Onde eu tô?

  Acabei despertando completamente, quase me ceguei com a claridade. Comecei analisar aquele quarto, e só reconheci quando vi um mural de fotos do Thiago. Minha cabeça começou a dar flashs do que tinha acontecido ontem.

  Era melhor a morte!

MANDRAKA - VeighOnde histórias criam vida. Descubra agora