Capítulo 1 - Paraíso Abandonado

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 O carro acinzentado parou ao lado da calçada e saindo dele, o homem de pelo menos 1,80 abriu a porta ajeitando os óculos escuro, segurando o copo de café. Acenou de modo desleixado para os colegas, policiais que estavam parados com a típica pose de mãos na cintura, observando aquele homem. Seus olhares o julgavam. Ele passou as faixas amarelas entrando na mansão, coçou o nariz com o forte cheiro e resmungou.

 — Bom dia detetive Barns. – o tom igualmente julgador veio do homem de terno. — Está atrasado.

— Yeap.

— E de ressaca.

— Acertou de novo. – acenou Barns ajeitando os cabelos oleosos. — Já pensou em ser detetive? Tem um instinto, oh! Afiadíssimo!

— Cale a boca, além de sair merda, cheira a bar.

  O detetive acompanhou o chefe com o olhar por trás dos óculos escuros, ergueu as sobrancelhas não se importando muito com tal comentário e logo deu um grande gole no café. O acompanhou para o próximo cômodo, a sala de jantar. Barns franziu o cenho e tirou os óculos finalmente, impressionado e horrorizado com a cena. A família morta, todas ao redor da mesa.

 A família morta, todas ao redor da mesa

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— Gostoso! – ironizou. — Não tem nada mais delicioso como o cheiro de café e miolos fritos pela manhã.

 Aproximou-se analisando. Sete pessoas, a da ponta, o homem, um dos únicos que tinha a cabeça caída para trás do encosto da cadeira, a arma em sua mão indicava que supostamente havia matado os demais e a si logo depois. O detetive caminhou ao redor da mesa, observando as outras seis pessoas ali, a própria família.

— Alguém sobreviveu?

— Pelo que vimos a esposa dele tinha um bebê recém-nascido, mas, vasculhamos a casa inteira, ele não está aqui, pela carta que Leonard deixou provavelmente mandou para adoção, sei lá.

— Leonard Noyer filho? Esse é o filho único do grande farmacêutico? –viu o chefe acenar. — Ryan... O mundo enlouqueceu?

— Se eu disser que o pai já sabe e pediu para não divulgar nada. – a reação de Barns foi rir alto. — É eu sei.

— Céus... Depois dos ataques a cinco anos esse lugar enlouqueceu a um ponto de nada fazer sentido.

— A carta deixada dizia que "não haveria lugar para se esconder", e é isso. – apontou. — A família inteira morta.

— Poupou apenas o bebê.

— É...

— Que loucura é essa? – coçou atrás da cabeça e deu as costas saindo dali.

— Apesar dos indícios de suicídio e provavelmente uma grande paranoia, precisamos ir afundo, para ter certeza de que não foi um assassinato.

— Bom e se foi, o que ganhariam?

— Tem sempre alguém querendo alguma coisa Nero, vamos conversar com o pai dele depois, continuar analisando a cena do crime e juntar o máximo de informações. – acenou. — Está encarregado, então nada de sair para beber, entendeu?

G.U.Y. - A Lei do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora