"Já tiveram a sensação de olhar para o próprio reflexo e não verem a si mesmos? Como se um estranho o encarasse de volta?
Eu me sinto assim todos os dias, e talvez um pouco pior. Porque uma parte de mim sabe, a outra é um animal incontrolável, impulsivo e perigoso. Caleb mencionou que nunca é bom deixar um fio desencapado por aí.
Acho que no final de tudo ele se referia a mim. Tenho problemas, vários e um deles é não aceitar ser contrariada. É não aceitar o que me tornei e por quê? Por quem?Para que tanto medo? Por que temer o fim? Se essa é a nossa única certeza?
Acho que nunca tive opção, muito menos caminho de volta no momento que me deitei com o Diabo. Além de gostar, me entreguei por inteira mesmo sabendo que pulava no abismo.Olhem para mim agora, o que me tornei?
Sou a definição de curto-circuito. E sinceramente... Aprendi a gostar disso, não preciso de regras, não preciso de mais nada. Apenas à espera da morte.
E ela veio."
Natasha estava dependurada, segurando-se apenas com o braço direito na beirada do prédio. O ombro esquerdo foi deslocado, o punho torcido queimava, o corpo tremia tentando manter-se, o impacto contra a parede a deixou zonza. Ela lentamente olhou para baixo, não se via nada além de miniaturas.
"E eu a encarei no fundo dos olhos. Infelizmente não sabia se queria ir ou sobreviver. Então... ela decidiu por mim."
Os dedos escorregaram por fim para cair no abismo.
[Minutos antes]
— Lilith. – gesticulou ele.
A resposta dela foram tiros diretos na cabeça dele, mas, assim como era de esperar, o capacete era blindado. O viu cambalear para trás, pode não ter morrido, mas com toda certeza aquilo lhe daria muita dor de cabeça.
Natasha continuou atirando até vê-lo correr e esconder-se no quarto ao lado.
— Patético. – disse ela franzindo o cenho. — Como pôde lutar contra um primordial?
Ela manteve a arma erguida, mas se abaixou ao lado da mulher que tinha um saco na cabeça. E ao retirar ergueu as sobrancelhas.
Não passava de uma boneca. Aquilo a enfureceu ao ponto de atirar naquela cabeça de plástico. Lançou o olhar ao homem que correu para o lado oposto em direção a janela, pulou para o andaime, fugindo.— Você não é ele. – mirou nas cordas de aço. — Então desça mais rápido.
Atirou nas cordas e o andaime despencou. Natasha fora até a janela ver os restos distantes de ferro e um corpo explodido, e a sombra no andar de cima a fez erguer o olhar.E agora sim, ela encarou o verdadeiro assassino. Ele a fitou de volta do telhado e logo desapareceu.
— Filho da puta.
Ele pensa exatamente como ela, em cada detalhe, cada respirar, não conseguia competir.
Mas se havia algo que ele não pode decifrar é a maneira insana que é capaz de agir. Isso, ninguém espera.
Ela trocou o pente da arma novamente, a encaixou no coldre, tomou distância e então correu em direção a janela. Agarrou nas cordas restantes, o equipamento desceu um pouco com seu peso, mas parou com a trava de segurança.
O homem no telhado parou por instantes, olhou por cima do ombro, e logo se virou assim que escutou aquele barulho, colocou a mão atrás do corpo alcançando a arma. Assim que se virou assistiu a cena, da garota que acabará de escalar até o último andar. Ele podia ter atirado, mas não o fez.
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G.U.Y. - A Lei do Silêncio
Fiksi Umum[+18] [Saga G.U.Y.] 2º Livro. Um legado foi deixado, ninguém jamais esquece dos feitos do Algoz, tanto que muitos tentam imitá-lo e tomar as rédeas dos negócios do "submundo". Mas, claramente, alguém já estava fazendo isso, o que chamou atenção dos...