Capítulo 38 - Berserker

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Berserker: Berserkers (também ulfhednar ) eram guerreiros que lutavam seminus, cobertos de peles . Entravam em combate sob um certo transe psicótico, quase insensíveis à dor, diz-se que eram quase tão fortes quanto ursos ou touros, e mordiam seus escudos e não havia fogo ou aço que pudesse detê-los. ​ Eles correram para o combate com fúria cega, sem armadura. A sua mera presença assustava os seus inimigos e até os seus companheiros de batalha, porque em estado de transe não estavam em condições de distinguir aliados de inimigos. 2
A origem etimológica desta palavra é incerta. Uma teoria diz que deriva do berr ("nu") e serkr (vestimenta semelhante a uma camisa). Outra teoria afirma que deriva do berr ("urso"), já que costumavam usar peles de animais (ursos, lobos e veados). ​ Por outro lado, Ulfhednar pode ser traduzido como pele de lobo

•••

    Quando aquele homem saiu às pressas, outros dois se ficaram para observá-lo.

    Silêncio.

    A verdade é que a única coisa que conseguiam ouvir era a goteira dos canos velhos e as correntes enferrujadas balançando de um lado para o outro. Aquele lugar provavelmente foi um abatedouro de porcos, se vê os ganchos no topo, as velhas esteiras rompidas.

    Um dos homens caminhava de um lado para o outro, rondando Caleb que estava ainda preso com os braços para cima. Apesar dos olhos fechados, não estava desmaiado, apenas, esperava, pacientemente.

Cyrus. - chamou o outro, encarando as costas do prisioneiro. — Acha que esse cara tem razão?

     Cyrus ergueu o olhar para o companheiro e ergueu os ombros como se perguntasse do que falava.

Sobre... O que o chefe acha. Ele é um Ceifeiro, não devíamos matá-lo assim que prendemos?

     O outro deu um riso de canto, ajeitou a alça que carregava a arma.

O chefe não vai falar nada, já que nem mesmo ele foi capaz de tal coisa. - encarou Caleb.  Se fosse tão bom, não teria se rendido fácil assim. Agora, fique quieto, Tuan.

     Respirou fundo e voltou a posição inicial. Tuan balançou a cabeça aflito, para não dizer com medo.

Esse é o problema, foi "fácil" demais. - sussurrou mais para si.

     E ele estava correto em sentir-se daquela maneira.

     Alguns instantes depois, um barulho metálico chamou a atenção de ambos. Um dos canos do outro lado despencou sozinho, pode se ouvir os parafusos caírem no chão. Tuan seguiu para averiguar e Cyrus deu um passo à frente analisando algo que havia chamado sua atenção perto dos pés do Ceifeiro.

     Assim que se aproximou, pegou o parafuso cheio de ferrugem e mofo. Analisou por alguns instantes.

Ele está certo. - comentou Caleb naquela mesma língua, vietnamita.

     Cyrus ergueu a cabeça rapidamente, a luz amarelada por algum motivo não iluminava o rosto do ceifeiro por completo, apenas conseguia ver o semblante macabro daqueles olhos e um sorriso singelo na face.

    Sem tempo ou reflexo, as pernas soltas do homem agarraram seu pescoço o puxando parar perto. A pressão e força que as coxas faziam em sua garganta o fizeram perder o ar imediatamente. Tentou erguer a arma para atirar, mas tudo caiu no chão após o alto som de ossos se rompendo. O corpo tombou, Tuan correu imediatamente com o barulho. Foram segundos, mas que pareceram minutos.

     O suporte que sustentava as correntes e o corpo dependurado do ceifeiro cederam, ele caiu com os pés no chão, quase agachando. Coberto do próprio sangue e suor, feridas abertas e profundas, Caleb o encarou. Ódio, fúria, determinação, foram as primeiras impressões que aquele homem conseguiu ver antes de erguer a arma e descarregar o pente em sua direção.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora