"O homem deve, sempre que puder, cerrar os lábios antes de dizer uma verdade que tenha traços de mentira; porque ele se expõe à vergonha sem ser culpado."
A Divina Comédia, Dante Alighieri
••♦••— E é só isso por hoje, voltem aos seus afazeres.
Ryan dispensou seus policiais, murmuravam uns com os outros sobre a loucura que estava o mundo e todas essas mortes. O capitão arrumava os papeis quando notou seu detetive encostado ao fundo, usando os óculos escuros, parecia encará-lo.
— Já dispensei todo mundo, Nero. – silêncio. — Nero Barns!
— Hm? Oi? – ergueu a cabeça, olhando aos redores com a voz embargada de sono.
— Estava dormindo em pé?
— Eu? Não. – segurou o bocejo e se ajeitou. — Não pareço bem acordado pro senhor?
— Sério, Nero?
Nero retirou os óculos escuros deixando-os de lado, passou a mão nos cabelos oleosos, e sua aparência estava mais precária do que deveria.
— O que houve? Anda bebendo de novo?
— Um pouco de álcool não faz mal a ninguém. – zombou, colocou uma parte do cabelo atrás da orelha e o fitou. — Mas, meu caso é outro, insônia mesmo.— Precisa descansar, está chegando cedo todos os dias e ficando até tarde.
— Alguém precisa trabalhar aqui. – cruzou os braços tentando manter-se acordado. — E não é como se eu quisesse ficar em casa, hoje...— É, não é um dia fácil.
— Um aniversário deveria ser feliz, certo? – riu baixo. — Mas, não quando já se está morto.— Nero, vá para casa, está acabado.
— Estou bem. – deu de ombros. — Agora, esse caso, na Grécia... – começou ele. — Lavínia Raptis, estranho, não?
— O que exatamente? – se aproximou e o empurrou para fora da sala.
Nero cambaleou pegando os óculos e continuou a ser empurrado.
— Morta, assassinada, acusada de tráfico humano. – ergueu as sobrancelhas. — Soa familiar para o senhor?
— Não. – o cortou. — E já sei aonde quer chegar.
— Então, soou familiar. – provocou seguindo até o escritório. — E se eu te dissesse que descobri algo interessante.
— Nero, chega.
— Que envolve os Noyer?Ryan fechou a porta quase a batendo e lhe apontou o dedo indicador.
— Mandei ficar longe desse caso, está fechado, o pai sofrendo e a mídia já se acalmou.
— Ah, é mesmo? – ironizou ele, e cruzou os braços como uma criança faz para provocar. — Se eu te disser que a mídia é comprada e o pai dele também?
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G.U.Y. - A Lei do Silêncio
Fiksi Umum[+18] [Saga G.U.Y.] 2º Livro. Um legado foi deixado, ninguém jamais esquece dos feitos do Algoz, tanto que muitos tentam imitá-lo e tomar as rédeas dos negócios do "submundo". Mas, claramente, alguém já estava fazendo isso, o que chamou atenção dos...