Capítulo 2 - Na Beira do Abismo

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 Nero não conseguiu dormir direito, foi além da sua ressaca, mas de sua decisão precipitada. Ele viu o homem que mais odeia morrer na sua frente apenas apertando um botão, uma palavra e a bala atravessou sua cabeça. Está entre sentir culpa e alívio. Quão cruel foi? Mas, aquele desgraçado fez a mesma coisa com sua esposa a sete anos, não teria Nero, o mesmo direito? O gosto dessa vingança?

 Por mais imoral que ele possa parecer as vezes, sem educação ou escrúpulos. Isso faz parte dessa personalidade autodestrutiva, ainda é policial, e jurou fazer justiça e proteger inocentes. Tomar uma decisão como aquela não o faz um "bonzinho". 

 Entretanto, o pensamento o levou por outros caminhos. Lilith, seja lá quem for, mostrou uma realidade. Assim como Leonard Noyer conseguiu encerrar a investigação em menos de um dia, ela conseguiu convencê-lo a matar seu maior nêmesis. Aquele que por anos procurou. E agora que tem seu sangue nas mãos e um "acordo", que provavelmente é equivalente a vender a alma pro capeta.

 Que tipo de trabalho espera que faça? E por que ele?

— Nero?

 O homem ergueu o olhar saindo dos pensamentos encarando a colega de trabalho que estava genuinamente surpresa em vê-lo.

— Não são nem nove da manhã e você já está aqui? – o analisou, se aproximou o cheirando. — E tomou banho! O que fizeram com você?

 Ele revirou os olhos ajeitando-se na cadeira.

— Meu Deus e ele não me respondeu. Eu vou chamar a polícia, você não é o Nero Barns.

— Cala a boca Fiora. – finalmente retrucou. — Já que chegou porque não trabalhar ao invés de encher a porra do meu saco.

  A viu suspirar aliviada, colocando a mão sobre o peito.

— Ufa, é o Nero.

 Ignorando-a, ele deu atenção ao computador da delegacia, mexendo em alguns arquivos, na maioria deles, Nero não tinha autorização de abrir e aquele que conseguia, as informações eram sigilosas. Se perguntava como aquela pessoa conseguiu tal acesso, programas, sabe que isso são sistemas exclusivos, não se pode simplesmente entrar nos aplicativos do celular e baixá-los a bel-prazer. Como um jogo.

 A curiosidade, aflição estão causando ansiedade e nervosismo em Nero.

— Nero? – o capitão estranhou igualmente sua presença logo cedo. — Que bom vê-lo aqui essa hora, pensei que teria que esperar até o almoço para te dar outro caso.

— E eu chefe? – Fiora não pareceu invejosa ou reclamando só queria perturbar. — Já arquivei tudo, me tira dessa cadeira.

— A senhorita já fez um grande trabalho com o FBI a 1 mês, quase morreu, sossega um pouco. – acenou para o detetive que já estava em pé. — Por aqui.

 Ambos cruzaram a porta do escritório, Ryan, aquele homem de quase dois metros de altura e musculoso o encarou de cima a baixo e fez a mesma coisa que a colega. Respirou fundo e o fitou com estranheza.

— Tomou banho?

— Oh chefe. – Nero abriu os braços incrédulo. — Até você?

— Desculpe, é que geralmente você vem todo estropiado, até lavou os cabelos, eles finalmente parecem brevemente loiros. – comentou ele rindo e pegou a pasta sobre a mesa. — Não quis provocá-lo, agora tome.

— Isso é sobre o que?

— Recebemos uma denúncia de uma mulher sobre barulhos e movimentação estranha em uma antiga fábrica abandonada. – se sentou na cadeira. — Uma viatura passou durante a madrugada, havia adolescentes fazendo baderna, nada de novo. Mas, como esse local já foi ponto de venda de drogas, não custa investigar.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora