— Foi inteligente da parte dela.
Comentava Caleb enquanto caminhava pelo escritório de Derek.
— Não sei se envolve inteligência. – disse o outro sem encarar o colega.
— Por que não diz logo o quer? – parou para fitá-lo. — Qual seu problema comigo agora?
— Sempre tivemos um problema entre nós. – escrevia algo no papel.
— Não, tínhamos um acordo, vontades e objetivos mútuos. Agora está agindo como se eu fosse seu pior inimigo. – deu de ombros. — Não me incomoda, sinceramente não me importo, mas é que a mudança foi drástica.
Derek o encarou.
— Você me esfaquearia pelas costas?
— Não, pela frente mesmo.
O viu dar um riso sarcástico e balançar a cabeça.
— Você a ensinou certinho. – disse por fim voltando a dar atenção aos papeis.
— Ah, entendi. – aproximou-se e se sentou na cadeira a frente. — Se trata de como Natasha o colocou na coleira.
— Acho que sempre foi esse o caso. Era o que ela queria desde o início. – parou o que fazia para encará-lo outra vez. — Ou será que era você que queria isso?
— O que eu ganharia com o Algoz na coleira?
— Não sei, me diga você.
— Derek. – cruzou as pernas ajeitando o terno. — Sua competição comigo tornou-se inviável anos atrás. Eu não tenho motivo para te trair, nunca realmente tive. A questão é que você ainda tem essa mentalidade solitária que tudo e todos estão contra você.
— Se repetirá que não faço nada sozinho...
— E não faz. – afirmou ele. — Nós não fazemos nada sozinhos. Agora, nas mãos dela, com certeza não fará.
— Eu não sei o que ela quer.
— Sabe.
Trocaram olhares, foram instantes de silêncio.
— Ela está confusa, precisa de remédios. – desconversou.
Caleb riu baixo.
— Estamos em uma guerra silenciosa, Derek. – apontou. — Todos nós. Nossos mundos se misturaram, agora ela vive entre nós, não é mais uma estranha.
— Nunca concordei com isso.
— Ah, concordou, a partir do momento que transou com ela, que a perseguiu. – acenou. — É nossa culpa, mais sua. Será que não está cansando de ouvir isso?
— Não posso parar.
— Derek...
— Quando isso vai acabar?
— Quando um de nós morrer.
— E será ela.
— Talvez. – deu de ombros.
— Vai se fuder, não me dê essa porra de resposta.
— Todos estamos na mira, pare de lamentar. Eu repetirei. – se inclinou para frente. — Eu avisei, avisei que estava colocando um alvo em neon na cabeça dela. E agora, ela é uma de nós e garanto que é uma das melhores.
— Que merda. Ela não era uma assassina.
— Seria apenas uma psicopata. – esclareceu. — A mente dela não é normal, sabemos disso, vai além do que a mãe dela fez, Natasha de fato é superdotada.
Se levantou, abotoou o terno e apontou para própria cabeça com o indicador.
— O QI dela é altíssimo mesmo com o transtorno, posso arriscar dizer que a deixou ainda mais esperta.
— Ela está fora de controle.
— Muito pelo contrário Derek. – respirou fundo. — Essa é a versão controlada dela, não queria que a solte da coleira.
— Estou cansando.
— E quem não está.
— É sério, Caleb. Estou cansado dessa vida, de lutar uma causa perdida. Por mais que tente eliminar os Tronos, outros surgiram, é infinito.
— O mundo vai encontrar um equilibro em algum momento, com ou sem a gente. Estamos terminando ciclos.
— Nós...
Caleb ergueu o indicador pedindo um segundo, tirou o celular do bolso que deu apenas um toque. Ele franziu o cenho, o nome de Natasha brilhava na tela. Rapidamente retornou a chama.
Um toque, dois, três. Ela não respondia.
— Problemas?
— Aconteceu alguma coisa. – encarava a tela ligava o gps para localizá-la. — Liga pra Alexia, manda localizar o celular da Natasha.
Derek rapidamente pegou o telefone na mesa, apertou um único botão.
— Alexia, localize a Natasha. – se levantava pegando o terno atrás da cadeira. — Caleb não consegue se comunicar com ela.
A resposta da colega foi rápida, assim que desligou ambas saíram da sala, apressados.
— Helen cancele qualquer reunião. – ordenou ele.
Desciam as escadas quando Caleb recebeu outra chamada, mas agora de Amália e rapidamente ele atendeu.
— O que houve?
— Caleb! – o choro dela era intenso. — A Aurora...
Ele parou de andar.
— A babá está morta e a Aurora desapareceu.
— Não saia daí, estou a caminho.
Desligou o celular, encarava a tela, respirou fundo fechando os olhos.
— Caleb.
— Levaram a Aurora. – não o encarou de imediato. — Acredito que Natasha esteja indo atrás dela, por isso me ligou.
— Temos que ser rápidos. – Derek tocou em seu ombro.
Caleb o encarou, a face que nunca tem uma expressão agora estava cheia de fúria, o ódio transbordava de seus olhos.
— Isso acabou de se tornar pessoal.
Caleb lhe deu as costas seguindo em direção aos elevadores e Derek foi atrás.
Seja quem foi que tenha atacado a família de Caleb, acabou de assinar a própria sentença de morte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
G.U.Y. - A Lei do Silêncio
Ficção Geral[+18] [Saga G.U.Y.] 2º Livro. Um legado foi deixado, ninguém jamais esquece dos feitos do Algoz, tanto que muitos tentam imitá-lo e tomar as rédeas dos negócios do "submundo". Mas, claramente, alguém já estava fazendo isso, o que chamou atenção dos...