Capítulo 32 - Um Ataque Pessoal

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— Foi inteligente da parte dela.

   Comentava Caleb enquanto caminhava pelo escritório de Derek.

— Não sei se envolve inteligência. – disse o outro sem encarar o colega.

— Por que não diz logo o quer? – parou para fitá-lo. — Qual seu problema comigo agora?

— Sempre tivemos um problema entre nós. – escrevia algo no papel.

— Não, tínhamos um acordo, vontades e objetivos mútuos. Agora está agindo como se eu fosse seu pior inimigo. – deu de ombros. — Não me incomoda, sinceramente não me importo, mas é que a mudança foi drástica.

  Derek o encarou.

— Você me esfaquearia pelas costas?

— Não, pela frente mesmo.

   O viu dar um riso sarcástico e balançar a cabeça.

— Você a ensinou certinho. – disse por fim voltando a dar atenção aos papeis.

— Ah, entendi. – aproximou-se e se sentou na cadeira a frente. — Se trata de como Natasha o colocou na coleira.

— Acho que sempre foi esse o caso. Era o que ela queria desde o início. – parou o que fazia para encará-lo outra vez. — Ou será que era você que queria isso?

— O que eu ganharia com o Algoz na coleira?

— Não sei, me diga você.

— Derek. – cruzou as pernas ajeitando o terno. — Sua competição comigo tornou-se inviável anos atrás. Eu não tenho motivo para te trair, nunca realmente tive. A questão é que você ainda tem essa mentalidade solitária que tudo e todos estão contra você.

— Se repetirá que não faço nada sozinho...

— E não faz. – afirmou ele. — Nós não fazemos nada sozinhos. Agora, nas mãos dela, com certeza não fará.

— Eu não sei o que ela quer.

— Sabe.

    Trocaram olhares, foram instantes de silêncio.

— Ela está confusa, precisa de remédios. – desconversou.

   Caleb riu baixo.

— Estamos em uma guerra silenciosa, Derek. – apontou. — Todos nós. Nossos mundos se misturaram, agora ela vive entre nós, não é mais uma estranha.

— Nunca concordei com isso.

— Ah, concordou, a partir do momento que transou com ela, que a perseguiu. – acenou. — É nossa culpa, mais sua. Será que não está cansando de ouvir isso?

— Não posso parar.

— Derek...

— Quando isso vai acabar?

— Quando um de nós morrer.

— E será ela.

— Talvez. – deu de ombros.

— Vai se fuder, não me dê essa porra de resposta.

— Todos estamos na mira, pare de lamentar. Eu repetirei. – se inclinou para frente. — Eu avisei, avisei que estava colocando um alvo em neon na cabeça dela. E agora, ela é uma de nós e garanto que é uma das melhores.

— Que merda. Ela não era uma assassina.

— Seria apenas uma psicopata. – esclareceu. — A mente dela não é normal, sabemos disso, vai além do que a mãe dela fez, Natasha de fato é superdotada.

   Se levantou, abotoou o terno e apontou para própria cabeça com o indicador.

— O QI dela é altíssimo mesmo com o transtorno, posso arriscar dizer que a deixou ainda mais esperta.

— Ela está fora de controle.

— Muito pelo contrário Derek. – respirou fundo. — Essa é a versão controlada dela, não queria que a solte da coleira.

— Estou cansando.

— E quem não está.

— É sério, Caleb. Estou cansado dessa vida, de lutar uma causa perdida. Por mais que tente eliminar os Tronos, outros surgiram, é infinito.

— O mundo vai encontrar um equilibro em algum momento, com ou sem a gente. Estamos terminando ciclos.

— Nós...

   Caleb ergueu o indicador pedindo um segundo, tirou o celular do bolso que deu apenas um toque. Ele franziu o cenho, o nome de Natasha brilhava na tela. Rapidamente retornou a chama.

    Um toque, dois, três. Ela não respondia.

— Problemas?

— Aconteceu alguma coisa. – encarava a tela ligava o gps para localizá-la. — Liga pra Alexia, manda localizar o celular da Natasha.

  Derek rapidamente pegou o telefone na mesa, apertou um único botão.

— Alexia, localize a Natasha. – se levantava pegando o terno atrás da cadeira. — Caleb não consegue se comunicar com ela.

   A resposta da colega foi rápida, assim que desligou ambas saíram da sala, apressados.

— Helen cancele qualquer reunião. – ordenou ele.

  Desciam as escadas quando Caleb recebeu outra chamada, mas agora de Amália e rapidamente ele atendeu.

— O que houve?

Caleb! – o choro dela era intenso. — A Aurora...

    Ele parou de andar.

A babá está morta e a Aurora desapareceu.

— Não saia daí, estou a caminho.

 Desligou o celular, encarava a tela, respirou fundo fechando os olhos.

— Caleb.

— Levaram a Aurora. – não o encarou de imediato. — Acredito que Natasha esteja indo atrás dela, por isso me ligou.

— Temos que ser rápidos. – Derek tocou em seu ombro.

   Caleb o encarou, a face que nunca tem uma expressão agora estava cheia de fúria, o ódio transbordava de seus olhos.

   Caleb o encarou, a face que nunca tem uma expressão agora estava cheia de fúria, o ódio transbordava de seus olhos

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— Isso acabou de se tornar pessoal.

   Caleb lhe deu as costas seguindo em direção aos elevadores e Derek foi atrás.

  Seja quem foi que tenha atacado a família de Caleb, acabou de assinar a própria sentença de morte.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora