Admirer la lune

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Acordo em um susto com Amelie me chacoalhando, olho de relance pra' janela e percebo que já anoiteceu.

— Seu celular estava na minha cama, Olivier. — Vejo o aparelho em suas mãos e o pego rapidamente, ele liga e percebo que não recebi nenhuma notificação depois da vergonhosa mensagem.

— Ah, ele deve ter caído, sei lá.

— Olivier, tente agir normalmente amanhã, oui? Quero ter vários contatinhos na escola. — Ela vai em direção ao banheiro e se tranca lá enquanto toma banho.

Vários minutos se passaram e nada dela sair.

— Meu Deus Amelie, vai acabar com a água do mundo. — Começo a bater fortemente na porta.

— Oh seu porra, me deixe tomar banho em paz!

— Amelie, eu quero tomar banho também caralho.

Depois de alguns minutos ela sai do banheiro me encarando com um olhar mortal, passo por ela entrando e me trancando lá.

Observo meu reflexo no espelho e começo a me despir, entro no chuveiro e as gotas quentes me deixam com mais calor, desligo o chuveiro e mudo para água gelada. As gotas trazem arrepios ao meu corpo e começo a me lavar.

Saio e pego a toalha cor de esmeralda do hotel me enrolando na mesma, encaro o espelho e vejo gotículas de água caindo do meu cabelo agora molhado.

Vejo que Amelie não está mais no quarto e aproveito pra' me trocar, coloco uma calça jeans clara e uma camiseta preta, sem moletom e sem minha amada luva por conta da forte temperatura.

Procuro meu all star preto pelo quarto e o encontro "jogado" perto da minha mala, provavelmente Amelie o jogou ali.

O aroma do meu perfume de hortelã se faz presente no ambiente e aproveito para ajeitar meu cabelo enquanto coloco um gorro.

Meu telefone toca e quando desvio o olhar para tela, vejo a foto de Amelie.

— Quer alguma coisa, Amelie?

— Só quero que você desça logo, mama não me deixou fazer o pedido só por sua culpa, estou falecendo de fome aqui porra. — Ela desliga na minha cara e reviro minhas orbes esverdeadas.

Desço rapidamente, chego no lindo restaurante próprio do hotel.

Tem grande mesas com toalhas azuladas e cadeiras estofadas, a decoração tem várias flores e o ambiente tem cheiro de baunilha. Me aproximo deles e puxo uma cadeira, logo sentando.

— Finalmente, nossa. — Amelie levanta as mãos.

Fazemos nossos pedidos e quando estamos em uma conversa sobre quadros, que ninguém está interessado além dele, recebo uma mensagem fazendo todos me olharem.

Ligo meu celular e me deparo com a tão esperada resposta, que diz: "já está me chamando de querido sem nem me convidar pra jantar antes?"

Percebo meu rosto esquentando e Amelie não perde a oportunidade de me envergonhar ainda mais:

— Olizinho já tem contatinhos antes mesmo de entrar na escola?

— Cala boca, Amelie. — Reviro os olhos e começo outro assunto apenas para me deixarem em paz. — Então... como era aquela pintura que você estava dizendo pai?

Ele começa a falar disparadamente me tirando de foco, termino de comer e volto pro quarto e me jogo na cama, olho pra mensagem de Milo e minha cabeça fica à milhão pensando no que responder. Respondo:

"Desculpe, eu estava com sono mais cedo e mandei sem pensar."

Ele logo visualiza e manda:

"Sem problemas, eu estava brincando. Estou ansioso pra te mostrar direitinho a escola amanhã, boa noite :)"

Je veux ton amourOnde histórias criam vida. Descubra agora