Le match

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O grande dia da partida chegou, todos estudantes estavam animados em compartilhar momentos felizes de suas vidas com seus amigos e aproveitarem cada segundo na ilha de Tipora.

O ônibus escolar chegou e todos guardavam ansiosamente suas malas malas nos compartimentos, os professores verificando as listas de nomes e anotando as duplas de barraca e segurança (como eram muitos adolescentes, cada membro da dupla ficará responsável pela segurança do parceiro quando os professores não estiverem por perto).

— Olá flor, quem será sua dupla de barraca? — A professora de artes ficou responsável pela turma deles e estava encarando Bárbara e Olivier, aguardando a resposta.

— Será Milo, fessora. — Ela responde apontando para o moreno guardando as malas ao lado deles.

— Oh, receio que não. A escola organizou que meninas dividiram barracas com meninas e meninos com meninos, perdão querida. — Ela suspira. — Então, quem será sua dupla?

Quase instantaneamente, Amelie aparece e começa a falar exasperada.

— Onde já se viu? Um absurdo desses, pensam que não existe amizade entre meninos e meninas! Quem será minha dupla, já que não posso compartilhar com o meu próprio irmão?

Olivier observava pacientemente, esperando que decidissem quem seria sua dupla na viagem.

— Ora, vocês duas ficam juntas, simples assim. — A professora começa a anotar o nome delas.

— E os garotos? — A loira pergunta.

— Hum... ficam juntos, como eu disse "simples assim". — Ela diz batendo palma e quase arrastando eles para dentro do transporte.

Olivier quis desmaiar ali mesmo, mas não teve tempo de pensar, quando viu já estava empoleirado ao lado do moreno no banco em partida à ilha.

Ele definitivamente não devia ter deixado escolherem sua dupla por ele, agora teria que disfarçar os sentimentos que nutria por Milo e também a culpa pelo silêncio após o beijo.

O francês percebe que o moreno é bem inquieto, pois fica conversando com Bárbara que está do outro lado do ônibus, os dois praticamente gritando para se escutarem em meio às conversas aleatórias dos outros.

Milo parece várias vezes querer falar com ele, mas se contenta em sussurrar uma melodia baixa e olhá-lo de relance algumas vezes.

— E aí, cara? — Milo pergunta, parecendo aliviado por finalmente falar.

— E aí, Milo. — Olivier olha pra ele por um tempo, percebendo o leve delineado sempre presente em seus olhos.

— De todos, você é a pior dupla que eu poderia ter. — Ele fala falsamente indignado.

— Ah! Que fofo. — O francês revira as orbes verdes.

Depois disso, caem em um silêncio desconfortável, aproveitando para apreciarem as paisagens distorcidas pelas janelas, casas passam como um borrão, algumas montanhas e rios.

O motorista começa a dizer que deveriam cantar alguma música para animá-los, então liga o rádio e seus ouvidos são invadidos pela melodia de "Bad Romance", os alunos começam cantando baixinhos e depois todos estão gritando desafinadamente.

Milo começa a cantar, mas quando chega a parte em francês, parece diminuir o volume da voz e olha para Olivier.

— Não sei cantar essa parte muito bem. — Ele diz envergonhado enquanto dá uma leve risadinha.

Olivier pensa e repensa se deveria dar corda à interação entre eles, mas acaba cedendo.

— J'veux ton amour, et je veux ta revanche. — Ele canta e percebe o outro olhando-o encantado com seu francês impecável. Satisfeito pela atenção do menor, continua — J'veux ton amour ...

— I don't wanna be friends... want your bad romance. — Milo continua e logo desvia o olhar, com as bochechas rosadas. — Nunca pensei que eu diria isso, mas... sua voz é lin– não, você canta muito bem. — Ele se levanta em um salto. — Vou falar com a Bárbara, adeus.

Olivier percebe que seus joelhos estavam encostados até o outro deixá-lo e sente falta do toque.

Ele monta uma lista mental do que fazer e não fazer nesse verão:

Se desculpar com Milo e tentar fazê-lo entender seu lado.

Tentar uma amizade com o moreno.

Se divertir com a sua irmã.

Fazer mais amigos.

Não tirar sua luva, caso vá nadar.

Não fazer:

De jeito nenhum, beijar Milo.

Não se apaixonar por Milo.

Não se perder nos olhos do moreno.

Não se perder nas matas ao redor da ilha.

Não cagar a amizade dele com Milo.


Tudo daria certo se ele seguisse corretamente cada tópico da lista.

O moreno volta e senta ao seu lado, faltavam apenas mais algumas horas de viagem e o céu já estava dando espaço para estrelas e desejos sussurrados à elas.

— Prefere as estrelas ou a nossa querida rainha, Lua? — Milo pergunta observando o céu.

— Difícil, acho que prefiro Saturno. — Eles finalmente se encaram, Olivier com a cabeça encostada na janela, Milo com o corpo virado para ele e o céu ao fundo.

—Tem um motivo desta escolha?

— Aham, Saturno é o planeta mais bonito, seus anéis o saudaram com esse charme especial. — Ele fala piscando.

— Nunca tinha pensado por esse lado, mas essa frase foi muito bonita pra ser dita por você! Tem certeza de que é você mesmo? Senhor, roubaram o meu Olivier, socorro! — Ele começa a levantar os braços, desesperado e logo depois começa a rir.

— Cale a boca. — Olivier o empurra levemente com os ombros e acompanha o outro na risada.

— Tá bem. — Ele diz se acalmando. — Com certeza prefiro a Lua, eu sempre preferi pensar que a Lua e Saturno se amam, mas não podem ficar juntos, pois o Sol já ama a Lua e se ele soubesse que não é correspondido talvez explodiria de tristeza. Então Saturno segura as alianças dele com a Lua, esperando que um dia ela possa ser dele. É bem triste, eu sei, mas acho meio comum pensar sobre a Lua e o Sol juntos.

— Depois podemos pensar em alguma teoria menos triste, assim Saturno pode ficar com a amada dele.

— Nem tudo tem um final feliz, Olivier. Talvez seja o destino de Saturno, sabe, ficar sozinho no universo.

— Talvez. — O tempo passa com eles debatendo sobre o futuro de Saturno e logo estacionam na ilha.

Um homem grande se aproxima e grita:

— Bem-vindos a ilha de Tipora!

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Olá amores, esse cap saiu mais rápido! 

Quem será esse homem, hein?? 

Espero que estejam gostando, beijinhos!!

Comentários sempre bem-vindos<3

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