Ticket

115 14 4
                                    

Os raios da manhã invadem o quarto onde um jovem rapaz encontra-se dormindo na cama ao lado da janela com a cama ao seu lado ocupada por sua irmã aos roncos.

Olivier abre os olhos com a claridade repentina e puxa um travesseiro, fazendo com que a escuridão voltasse, mas seu celular logo apita indicando o horário perto de suas aulas matinais.

Ele levanta em um salto e lembra-se de que justamente hoje teria um trabalho a fazer com Milo.

— Amelie, acorde agora! — Chama sem sucesso.

Olivier logo desiste e adentra o banheiro para tomar um banho e se preparar para escola.

Quando sai, já pronto, percebe que sua irmã ainda está dormindo e estranha, pois ela sempre é a primeira a levantar.

Vestindo um moletom preto, luva e uma calça jeans escura, desce as escadas em busca do pequeno restaurante que o hotel oferece.

Busca uma mesa vazia entre vários hóspedes e se senta perto da janela com vista para rua, estranhamente hoje as ruas estão mais quietas e com uma leve neblina pelas longas calçadas.

Uma garçonete vem em direção ao francês e pergunta se o mesmo já escolheu o pedido.

— Bom dia! O senhor já escolheu seu pedido? — A garota de cabelos escuros e pontas rosadas pergunta.

— Bom dia, não faço ideia do que pedir. Tem alguma sugestão? — Ele fala articulando com as mãos.

— Bom... normalmente gostam de pedir chá de hortelã e bolinhos sabor baunilha com chocolate.

Olivier nunca tinha tomado chá de hortelã, e achou a combinação com o bolinho bem curiosa.

— Vou pedir isso então, obrigado. — A moça se retira com o caderninho em mãos, Olivier aproveita pra pegar seu celular e ver quais notificações o esperavam.

Mas nenhuma o interessava e acabou percebendo que queria encontrar uma de um certo garoto com olhos azuis, mas não chegou.

Seus pensamentos voltam à breve briga que tiveram no dia anterior e em como Milo o acusou sem pensar duas vezes.

Definitivamente não tinha sido ele, ele nunca faria isso com ninguém. Uns garotos tinham jogado a bexiga e saído correndo, bem na hora em que Olivier passara no corredor, então Bárbara começou a gritar com o francês e a dizer tudo que pensava sobre ele. Quando viu Milo olhando a cena, entrou em desespero e decidiu deixar o local, mas o garoto o encontrou na saída e não teve como escapar.

A mesma moça simpática volta com o pedido de Olivier.

— Aqui, seu bolinho e o chá. Espero que goste e bom apetite.

— Muito obrigado. — Olivier dá a primeira dentada no bolinho de baunilha com chocolate e se sente muito bem com o sabor sutil de canela que deve ir no preparo. Logo depois, experimenta o chá de hortelã e faz uma careta ao sentir o forte gosto que é semelhante ao chiclete de menta.

O ambiente do restaurante é bem agradável, com pouco barulho e bem aconchegante, fazendo com que o francês nem perceba o tempo passar e logo é hora de ir à escola.

Do outro lado da movimentada cidade, Milo está saindo apressado por ter acordado atrasado e seu pai não perdoaria o atraso.

Atravessa a rua sem se importar com os carros e acaba derrubando a mochila na beirada da calçada, quando se inclina para pegar, Milo sente algo batendo com força em suas costas. Virou abruptamente e se deparou com olhos esverdeados o encarando preocupado, mais especificamente Olivier, só aí que Milo sente as mãos do outro apertando sua cintura com força, para o mesmo não cair onde os carros passam com pressa.

Je veux ton amourOnde histórias criam vida. Descubra agora