Pièces

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Arte, como você definiria a arte? Pode muitas vezes ilustrar paisagens, pessoas, objetos, animais, certo?

Obras são reflexos dos sentimentos de quem a contempla e sempre é melhor apreciá-las sozinho.

Olivier fica intrigado ao perceber o quadro misteriosamente colocado ao lado do desacordado Milo.

Ele se aproxima e percebe que a imagem representa uma garota de cabelos escuros deitada em uma enorme cama, tem um garoto ao lado dela, um garoto com uma das mãos cobertas; após ficar um tempo apenas olhando, ele percebe.

Mia e ele.

Ele e Mia, no dia da festa.

— Que porra é essa? — Ele grita, acordando o moreno em um pulo assustado.

— Olivier? — Milo pergunta e não demora em perceber a pintura ao seu lado. — O que é isso?

— Eu que te pergunto! O que isso está fazendo aqui?

Olivier não faz ideia como Milo não percebeu alguém entrando e colocando isso literalmente do lado dele.

— Eu não sei, ninguém entrou aqui. — Ele responde e parece concentrado na obra. — Espere, é.. você?

— E a Mia, no dia da festa.

— Puta merda, bizarro. — Ele se põe de pé. — Vamos, temos que chamar um dos professores e contar ao delegado.

Eles vão rapidamente em busca de um professor, Olivier se mantém quieto o caminho inteiro.

A professora de artes é a primeira que aparece e eles a levam até o quadro.

— Se acalmem meninos, onde está?

— Aí dentro, professora. — Milo responde, ele prende o cabelo em um pequeno coque frouxo.

A madrugada está chegando, assim deixando a ilha mais gelada e silenciosa, sendo possível apenas escutar o mar inquieto.

Ela sai da barraca e encara os dois. — Não tem nada lá, queridos.

— Como não? — Eles protestam juntos. — A gente viu, estava lá, professora!

— Se acalmem. — Ela dá uma pequena risada. — Vão dormir, está um pouco tarde... mas saibam que acredito em vocês, boa noite!

Ela volta rapidamente para a própria barraca, deixando os dois pra trás.

— "Acredito em vocês" uma ova, ela sequer prestou atenção! — Milo diz deitando no lugar em que antes era ocupado pelo misterioso quadro.

— É... escute, já volto. — Olivier avisa, saindo da barraca com uma lanterna.

— Ei, espera Olivier. — Milo corre para ficar ao seu lado. — Onde você vai?

Ele não responde e continua andando rapidamente, mas tentando não chamar a atenção dos outros alunos, provavelmente dormindo em suas barracas.

Milo puxa seu braço, fazendo-o parar de repente. — Oli, poderia me dizer para onde estou seguindo você, por favor?

Olivier sente suas bochechas esquentarem, pois o outro nunca se referiu a ele como "Oli" e ele poderia facilmente se acostumar com isso.

— Eu.. eu estou indo atrás dela.

Milo o encara por um tempo, mas solta o aperto no braço.

— Dela? — O maior apenas concorda. — Espere, Mia? Como você vai fazer isso?

— Não faça perguntas difíceis, mas estou indo até a mansão, provavelmente acharemos alguma coisa lá.

— Acharemos? — Ele torce o nariz. — Muita ousadia sua presumir que eu irei com você.

Je veux ton amourOnde histórias criam vida. Descubra agora