Capítulo 5

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Acordei de novo, mas desta vez eu tinha certeza de que não se tratava de outro sonho em que eu supostamente acordo na minha cama ou algo assim.
A luz ofuscada do sol passando sobre minhas cortinas e chegando nos meus olhos, me cegaram por um momento. Eu estava tonta. Parecia que eu tinha bebido muito, ao ponto de eu não consegui focar nos objetos próximos.
Meu olhar estava direto sobre a janela de onde veio um vento frio e fez-me tremer aos ossos. Algo estava sobre meus braços no momento, como um abraço caloroso. Por causa da minha visão perturbada, eu pensei que aquilo era meu maior travesseiro, então por  isso eu agarrei o apertando bem forte e coloquei minha coxa sobre a parte mais curva. Senti vontade de dormir novamente com o calor gerado por ele. Até o travesseiro soltar um suspiro na minha cabeça.
Achei que fosse um sonho de novo, mas mesmo assim me assustei, pois foi muito de repente.
Assim que meu cérebro começou a entender o ambiente e a situação que eu me encontrava, eu notei um rosto familiar acima da minha cabeça. Seus olhos estavam fechados, dormindo com uma completa paz e serenidade. Eu dei um sorriso bobo... Espera um pouco...

- A-alan!? - berrei muito surpresa, e o susto foi tão grande que me joguei para trás com tanta força ao ponto de cair da cama, e obviamente o barulho o fez acordar, além do grito.

Ele estava com um olhar meio confuso me encarando assustado e surpreso. O mesmo estava sem o seu casaco, deixando a mostra um suéter marrom com um símbolo de pare bem no meio de seu peito.
Enquanto eu o encarava confusa e assustada não pude deixar de notar o que eu tinha feito agora a pouco e isso me deixou muito envergonhada. Eu deveria parar de sair abraçando qualquer coisa que estivesse na minha cama. Isso serve como experiência para caso algo parecido acontecesse.

Com a mão trêmula e as bochechas rosadas, eu peguei a primeira coisa que estava em cima do meu criado-mudo e apontei em sua direção para me proteger. Claro que eu não tenho medo dele, mesmo parecendo um assassino, mas não pude deixar de ficar assustada.
O que ele está fazendo aqui?! Então aquilo não foi um sonho....! Perguntas surgiram na minha cabeça estourando como milho de pipoca no calor extremo. 

- Calma, calma! - ele tentou me acalmar quando eu apontei o abajur para me defender dele - Sou só eu! Abaixa isso!

- O que você esta fazendo aqui?! - exclamei sem abaixar o objeto apontado para o mesmo.

- Relaxa, eu te explico tudo... - o mesmo colocou as mãos na frente mostrando que estava claramente desarmado e querendo paz - Só abaixa isso - ele veio em minha direção e com a ponta do dedo foi lentamente abaixando o abajur enquanto eu o encarava perplexa.

- É melhor se explicar mesmo! Como você entrou na minha casa?! - o questionei.

Ele se sentou na cama esfregando os olhos com um olhar perdido neles. Provavelmente foi os susto que eu dei quando gritei e caí no chão.

- Ontem eu tinha ido pra casa pra resolver uma coisa, mas eu notei que eu já tinha feito quando você desmaiou ontem. Então, voltei para sua casa para ficar mais um tempo. Só que quando cheguei te encontrei dormindo no sofá e te levei pra cama depois... Aproveitei e fiquei junto com você e... - ele desviou o olhar corado - o resto eu não lembro...

- Então... - me levantei o encarando ainda confusa - Você invadiu minha casa e decidiu dormir junto comigo? - perguntei retoricamente - Isso é muito... bizarro...

- Estava tarde e... a floresta estava muito escura... Achei que iria me perder igual você... Me desculpa por ter sido tão invasivo... Se quiser eu vou embora agora. Nem precisa pedir... - ele falou se levantando enquanto tranquilizava com as mãos.

Eu fiquei parada o encarando com as bochechas rosadas. Eu sabia que aquele sonho estava bom demais para ser verdade...! Já estou fervendo de vergonha só de ter imaginado que era o Alan esse tempo todo... Ele provavelmente estava acordado aquela hora também... Cobri meu rosto com as mãos de tamanho constrangimento.

My dear hatchet manOnde histórias criam vida. Descubra agora