Depois de alguns minutos com os lábios entrelaçados, o mesmo começou a aumentar o clima, ameaçando tirar a minha roupa, com as mãos já posicionada por debaixo da minha blusa. Seus dedos quentes e macios, apertavam minha cintura com força e me aproximavam cada vez mais de seu corpo. Mas subitamente, ele encerrou o beijo, me olhando cabisbaixo. Pensei que em um momento, o mesmo iria me mandar embora. Ou meu beijo estava horrível. Fiquei ansiosa de uma forma muito rápida...
- O-o que houve? - gaguejei contendo uma feição triste.
- É que... - ele agarrou meu pulso e colocou a palma da minha mão em seus lábios, a beijando com carinho - Eu, infelizmente, vou ter que parar por aqui...
- O que? Mas por quê? - perguntei confusa - É seu trabalho de novo?
- Não... Vou guardar para mais tarde... - sorriu maliciosamente enquanto me encarava.
Toda aquela ansiedade foi embora... Me senti tão mais leve que nem percebi que havia prendido minha respiração. Então a soltei espontaneamente, sorrindo e desviei o olhar do dele. Achei que estava fazendo alguma coisa errada ou ruim... Esse suspense me matou de vez...
- Ficou assustada foi? - ele riu da minha cara.
Neguei, claramente mentindo.
Ficamos apenas nos encarando por longos segundos, enquanto minha cabeça rodava de pensamentos inusitados sobre nós dois. Até ele olhar pela janela, observando o lindo sol se pôr no horizonte com uma felicidade que aumentou gradualmente.
- Acho que o horário já está bom... - murmurou ainda com os olhos cravados no lado de fora - Você está pronta?
- Para o que exatamente...?
Ele nem sequer me respondeu, apenas saiu andando rápido até seu quarto. Mas depois, o mesmo voltou mais veloz que quando entrou, segurando desta vez, uma camisa e um casaco, que os vestiu rapidamente. Eram as roupas que eu já o vira o usar quando nos conhecemos, até mesmo a blusa.
- Vamos para a floresta - ele respondeu à minha pergunta anterior - Você topou brincar de pique-esconde comigo. Então, vamos! - sem antes eu pensar em falar alguma coisa, Alan, me agarrou pelo braço e me levantou num puxão.
Ouvi um estalo no meu ombro, porém, não me importei. Estava a tanto tempo sem fazer quaisquer exercício que nem me surpreenderia se meus ossos fizessem barulhos estranhos.
Depois de ser puxada, ele me carregou no colo até o lado de fora da casa, entretanto, ainda não tinha sido colocada no chão.
Mesmo com o sol ainda brilhando no céu, algumas partes da floresta já estavam ficando realmente escuras e o piar de algumas corujas podiam ser ouvidas entre as árvores, me dando calafrios só de pensar que teria de ficar escondida em um lugar sombrio. E ainda por cima de noite em uma floresta, cujo o "perito" é cheio de cicatrizes supostamente feitas aqui!Continuei sendo carregada por ele, quando enfim precebeu que estávamos longe o bastante para a tal brincadeira.
Sinceramente, não entendi o porquê de eu ter aceitado brincar desse tipo de coisa. Eu sou ruim em qualquer jogo ou esporte, exceto por xadrez - que até sei jogar e tenho táticas e estratégias, mas não é como se fosse a melhor nele. Me lembro de uma vez que Stu me venceu depois de sete rodadas...Stu... Faz quanto tempo que eu não o vejo...?
- Então... - Alan cortou totalmente os meus pensamentos - Sobre a brincedeira... Não vai ser o pique-esconde convencional, mas sim um caça tesouro misturado.
- Eu nem me lembro direito como que se brinca de pique-esconde, porém tenho uma breve noção. Nunca brinquei disso, nem mesmo quando criança - me abri para ele.
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My dear hatchet man
FanficS/N toma uma decisão animada de deixar para trás uma vida de abusos psicológicos e maus-tratos, buscando uma nova chance em uma cidade distante. No entanto, mesmo afastada da influência tóxica familiar, ela continua a lutar com seus demônios interno...