Enquanto eu ainda estava presa envolta de seus braços; fiquei pensando em uma maneira simples de fugir desse maluco. Eu não sabia que ele é perdidamente apaixonado por mim há muito tempo. Será que aquele nosso primeiro encontro na floresta - quando me perdi -, o mesmo sabia que eu iria estar lá, por isso ficou me observando...? Comcecei a sentir um medo genuíno do que ele poderia fazer comigo; ou pior... com Stu, cujo qualnão tinha nada a ver com o assunto. Simplesmente por ele ser uma amigo de infância meu, teve de ser preso aqui e eu nem fazia ideia de que tinha sumido.
Subitamente, algumas lágrimas silenciosas começaram a escorrer sobre minhas bochechas, mas aproveitei que estava de costas à ele, pude as esconder facilmente.
A única maneira de eu conseguir escapar sem ser percebida e com Stu comigo, seria quando Alan dormisse profundamente. O ruim é o risco de o estado do Stu atrapalhar a fuga. E não sei bem como voltar para casa sozinha, além do fato de aqui não tem quase sinal nenhum no meu celular, mas sim no dele, aparentemente. Já que o mesmo consegue fazer ligações quase que diárias com aquela mesma pessoa que deu a ordem de matar alguém...- Você está bem, Doe-eyes? - ele de repente falou muito perto de meu ouvido.
Senti um arrepio muito forte subindo pela minha coluna, como a sensação de uma presa levando o bote de uma cobra.
- Sim... - foquei em fazer o papel de Doe-eyes, mas não saía tão natural para mim. Parecia que a qualquer momento eu iria tremer de medo - Por que não estaria?
- Não parece... Você está chorando - ele disse acariciando minha barriga de supetão. Meu estômago se revirou com o seu toque e eu engoli em seco.
- É que... os meus sentimentos estão à flor da pele mais que o normal. Foi mal - limpei meu rosto de novo, com raiva dessa vez.
- Você não está falando a verdade, não é?
- Claro que é verdade. Isso é algo natural para as mulheres...
Ele ficou um tempo em silêncio, o que me fez pensar que não estava acreditando mais em nenhuma palavra vinda de mim. Eu realmente não sou convinvente com as minhas mentiras...
- Tudo bem... - o mesmo falou em meio ao silêncio brutal - Eu acredito em você...
Não sei porque essas palavras cortaram meu coração ao meio...
No fim das contas eu ainda o amava, e sabia disso. Tanto é que pensei em uma possibilidade de isso tudo não passar de um sonho ou até mesmo um delírio meu. Mas... agora que eu sei de toda a verdade, minha cabeça me diz para correr o mais rápido e longe possível.
Não existe pontos bons em alguém completamente obcecado por você, principalmente em um nível tão grande que mataria meus amigos para me ter só para ele.
Parando par pensar agora... Eu sempre me senti sendo observada enquanto dormia e quando fazia minhas caminhadas pela floresta, mas eu ignorava porque isso aconteceu desde o dia em que eu me mudei para fazer a faculdade... Então, ele me observou esse tempo todo? Como eu não notei ou achei estranho antes...? Provavelmente os remédios que eu tomava na época me fizeram cética sobre. Eu fui muito tonta... Estava tão apaixonada por ele que nem notei as encaradas severas e outros sinais que o mesmo demonstrava.
[...]
Eu me forcei a continuar acordada, esperando Alan finalmente cair no sono para que eu tire o Stu daquele lugar aterrorizante e fuja para o mais longe possível. Como adoro reforçar, eu não sei qual caminho seguir para sair da floresta e ir para a casa. Então, meu plano seria me esconder com Stu até o amanhecer, que facilitaria a volta para urbanização, pois com a claridade, tudo fica mais fácil de enxergar. E assim que chegasse em algum lugar com sinal, eu ligaria para a polícia...
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My dear hatchet man
FanfictionS/N toma uma decisão animada de deixar para trás uma vida de abusos psicológicos e maus-tratos, buscando uma nova chance em uma cidade distante. No entanto, mesmo afastada da influência tóxica familiar, ela continua a lutar com seus demônios interno...