Capítulo 13

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 Acordei de repente em meio ao chão frio, no mesmo local onde eu dormira sem querer ontem, sentindo uma forte dor de cabeça e falta de ar... Meu pulmões ardiam e minha respiração estava ofegante, por algum motivo. Eu não compreendi de início o porquê de eu não estar deitada na cama ao lado dele, mas enfim percebi que não se passou de um sonho muito longo... Embora tenha sido tão real e detalhado... Isso me deixou um pouco confusa sobre a diferença entre o sonho e a realidade.

 Olhei ao redor com um olhar cansado e meio fraco, chegando a ter a visão embaçada. Só depois de um tempo que decidi levantar com toda a fadiga possível. Foi difícil não só por isso, mas também porque meus corpo estava trêmulo igual a uma vara verde em dia de ventania... Por que eu estava desse jeito? E como acabei assim...?

 Com muita dificuldade, consegui chegar até a borda da cama e tentei deitar e descansar um pouco. Minha cabeça estava rodando demais para fazer mais que isso. E sim, eu pensei em chamar o Alan, porém, era só uma simples tontura. Tenho um longo histórico de tontura e desmaios, então não era surpresa para mim.
 Se eu dormisse mais um pouco era certo de estar melhor em pouquinho tempo. Eu não precisava incomodá-lo com essa bobagem passageira...

 Minha cabeça - pesada - caiu no travesseiro com força e logo dormi. Meus olhos estavam secos, ainda mais com a brisa leve que passava com dificuldade pela janela, por causa das tábuas de madeira que Alan colocou, impossiblitando minha fuga por ela. Me surpreende ele não me trancar no porão de uma vez, pois o espaço e a atmosfera são as mesmas.

 Quando eu estava prestes a cair em um sono profundo; um barulho na porta me surpreendeu e me fez abrir os olhos rapidamente, cujo qual estavam lacrimejando. Era a tranca sendo aberta, e com certeza Alan apareceria com um prato de comida no mesmo instante.

  Eu não estava errada.

- Bom dia, Doe-eyes - ele falou de uma forma meio cansada e séria, após escancarar a porta ao entrar.

 Não respondi.

 Sua aparencia denunciava o seu estado físico e mental desgastado: seus cabelos estavam mais bagunçados que o normal, suas roupas: completamente amarrotadas; e seus olhos com muito mais olheiras que anteriormente. Isso provava que dormiu no sofá novamente. 
 Quando me prendeu aqui teve mais tempo de dormir, o que auxiliou na diminuição das grandes manchas debaixo de seus olhos, mas sua pele continuou a mesma, já que não saímos dessa caverna tem tempos. A minha deveria estar pior, porque ele pelo menos saiu uma vez ao mercado e eu, bem, nunca mais saí.

- Sei que ontem fiquei bravo com toda aquela situação, porém, saiba que eu só te amo. Você tem que parar de ser tão teimosa assim e aceitar de uma vez a maneira  que eu demonstro meu amor... - o mesmo encarou o chão por alguns segundos, tentando não demonstrar sua raiva por mim - Me perdoa por ter que te deixar presa em um lugar abafado e úmido igual a esse, mas porão é pior. Confie em mim... 

 Antes de continuar a falar, Alan se sentou ao meu lado na cama erguendo o prato para mim. Sinceramente, eu estava sem quaisquer aptidão por comida naquele momento, só queria descansar o máximo que pudesse. E  todo esse papo de eu ser totalmente submissa à ele para sempre ou vou acabar acorrentada no porão, está me deixando com uma dor de cabeça pior que antes, e uma raiva também...

- Escuta, o nosso acordo sobre sair uma vez por semana para a floresta ainda está de pé, mas não esqueça da sua parte nisso. Você prometeu - fixou seu olhar apreensivo nos meus.

- Tudo bem... - eu desisti de tentar argumentar com ele, mas tinhas palavras afiadas na ponta da língua. Optei em apenas concordar com ele, porque tentar argumentar com um assassino é a mesma coisa que discutir com uma parede.

My dear hatchet manOnde histórias criam vida. Descubra agora