Capítulo 2

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Winter Rosewood:

Estive tão concentrada em minhas leituras que quase não vi a senhora que cuidava da biblioteca chegando. Segundo ela, o lugar fecharia em 10 minutos e era melhor que eu me apressasse caso tivesse a intenção de jantar ainda hoje. 

No caminho de meu quarto apenas para deixar os materiais, esbarrei em alguém no corredor das masmorras. 

— Perdão, eu não te vi. — Digo me abaixando para pegar alguns pergaminhos que haviam caído. Quando levanto a cabeça, poxa, o cara era bonito... muito bonito.

 — Eu quem peço desculpas, deixe-me te ajudar. — Ele diz com um sorriso caloroso.... E aqueles olhos....

 —  Não precisa. Já consegui pegar tudo.  — O jeito que ele me olhava já estava me deixando desconfortável, era como se conseguisse enxergar a minha alma. — Eu preciso ir, com licença. — Digo me afastando envergonhada.

 — Claro, aliás, sou Cedric Diggory. —  Aquele sorriso.... Por Merlin o que estava acontecendo comigo?

 — Sou a Winter.... Winter Rosewood, prazer em conhecê-lo. — Eu realmente gaguejei? O que está acontecendo e porque minhas pernas parecem fracas de repente?

 — Igualmente. Te vejo por aí  Winter, Winter Rosewood. — É... te vejo por aí. Merlin realmente tem seus favoritos, meu senhor. 

Acho que nunca fiquei tão afetada com um mísero diálogo.


A comunal estava silenciosa. Todos deviam estar jantando, como bruxos normais no caso. Sinto um puxão e uma mão cobrindo minha boca. Eu conhecia muito bem aquele perfume e a voz que se seguiu.

— Vai dar mole pro Diggory agora? Você reclama que eu tenho muitos rabos de saia ao meu redor, mas não consegue reconhecer um verdadeiro galinha quando vê um. Que irônico. — A outra mão dele pressionava minha barriga contra seu corpo, mantendo-me no lugar, não importava o quanto eu me debatesse. — Não, Winter, não faça isso. Você sabe que só vai me irritar mais. — Meus múrmuros saíam abafados contra a palma de sua mão. — O que foi diabinha? Não consigo te ouvir .— Esse apelido... Um pisão na parte macia de seu pé faz com que ele me solte — AI Winter, que porra?

— Você... não.. tem.. o.. direito! — Minha voz treme de raiva — Não depois de tudo o que você fez... — Antes que as lagrimas se atrevessem a cair eu agarro a frente de sua camisa, seus centímetros a mais não importando quando coloco minha varinha em sua garganta e ergo minha voz para que ele entenda bem. — Não tem mais direito de se meter na minha vida, com quem saio ou deixo de sair. Você não tem nada. Você perdeu ele quando me traiu naquele dia. Se não fosse por você, nada daquilo teria acontecido. Você destruiu o que tínhamos de mais precioso e me colocou na mira deles.

—Winter eu não... — Os seus olhos estavam arregalados. E não tenho certeza de quem mais tremia. A esse ponto, tudo que eu enxergava era vermelho.

— Não! Você é quem me escuta agora. — Suas mão vão até as minhas, abaixando a varinha pressionada abaixo de seu pomo de Adão.

— Winter você não entende...

—Não entendo? O que exatamente eu não entendo Theodore? Você quebrou minha confiança naquele dia e matou o respeito que eu tinha por você. Você ME matou!. Tudo o que eu sentia... Bom, não importa mais o que eu sentia, não é? Tudo que eu sinto agora... É nojo, Theodore. Nojo. — Minhas mãos caem, soltando-o. — Me xingue, ignore, faça suas piadinhas cruéis. Mas não ache que você tem algum poder sobre minha vida! Você não tem. — Suas feições enrijeceram rapidamente e desgosto brilhou em seu olhar. Bastardo! Era eu quem devia estar desgostosa, não o contrário.

— Tudo bem por aqui? — Ambos viramos assustados para encontrar um Draco desconfiado com um prato em mãos.

— Tudo ótimo. Eu já estava de saída mesmo. — Com um último olhar em sua direção subo para meu dormitório. Poucos minutos depois ouço uma batida na porta.  Juro que se aquele panaca tiver vindo atrás de mim....  — O que você... Draco?

— Oi, posso entrar? Trouxe comida pra você.. — Dou uma rápida olhada no meu relógio de parede. O salão principal já havia fechado a 10 minutos. Por Merlin!  já passou tanto tempo assim?

— Oi, entra, claro. Obrigada. — Apoio o prato em minha mesinha de cabeceira. — Você trouxe até torta de abóbora! muito obrigada! — Ele abriu um sorriso. Discreto, mas ainda sim um sorriso. — Não precisava me trazer nada, mas agradeço o gesto. 

— Só não queria que você ficasse sem comer de novo..... Posso ser indiscreto e perguntar o que era aquilo no corredor? 

— Posso ser incisiva e perguntar o que foi que você ouviu? — Aquilo me irritou. — Ou ainda mais. Como conseguiu o meu diário? — Culpa percorreu suas feições.  A cama era macia com a colcha espumosa contra minhas pernas.

— Eu não escutei nada. Cheguei quando vocês se encaravam como se quisessem matar um ao outro. Nada muito diferente do dia a dia na verdade, exceto que não havia ninguém por perto e ISSO sim era preocupante. — Vergonha me percorreu. Tudo isso devia ser ridículo assim para os outros, não é? Se eles soubessem...  — Já sobre o diário, você deveria ter mais cuidado com ele. Deixou ele aberto no sofá da comunal hoje mais cedo. Juro que não li nada mais do que a página aberta. Se serve de consolo, não tinha muita coisa lá. 

— Ainda sim você não deveria ter lido. — Ele se aproximou da minha cama e sentou-se do meu lado. Um suspiro deixando seus lábios.

— Eu sei. Foi mal por isso, mas veja pelo lado positivo, eu trouxe comida — Uma risada leve sai de mim antes que eu perceba. — Você está bem? Não foi um olho lacrimejante que vi quando abriu a porta, foi? — Ele era perceptivo, poderia ser um problema no futuro, mas por ora... Era legal. Eu não estava acostumada com essa atenção toda.

— Eu estou bem... hmmm, aceita um pedaço de torta? — Seu sorriso era gentil, mas logo ele negou com a cabeça.

— É pra você, está precisando comer. Bom, eu preciso ir. Se quiser chutar a bunda do Nott, chute. Não sei o que ele fez, mas ele provavelmente merece. — Ele caminha até a porta enquanto pego a torta e dou uma mordida. A porta faz um clique ao ser fechada, indicando que ele já foi. 

"Você nem imagina Draco".

An Enemie's Story - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora