Capitulo 10: Nascidos do fogo

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Daemon VII

Esperei do lado de fora do quarto do meistre. Estava confuso, algo mais grave afetou Rhaenyra e isso mexeu com minhas emoções. Ninguém me dava nenhuma resposta. Andava de um lado para o outro impaciente esperando alguma informação, um diagnóstico, qualquer coisa que fosse positivo sobre a saúde dela.

Dois dos meus guardas aguardavam junto comigo, caso precisasse de algo com extrema urgência.

Então aquele senhor carrancudo saiu do quarto suado e com o semblante preocupado. Isso não cheirava bem, sinto que estão escondendo algo e de hoje não passaria.

— Então meistre, o que Rhaenyra têm?

— Meu príncipe, senhorita Rhaenyra está melhor agora. Precisa de repouso para os próximos dias, mas nada grave.

— O que ela têm? — estava impaciente. Qualquer informação era uma incógnita, um mistério. Não aguentava mais palavras vazias apenas para tentar me acalmar.

— Fiz um voto de silêncio, meu príncipe. Não posso dizer com detalhes o que Rhaenyra teve. Só orientar aos cuidados e repouso absoluto até a terceira lua.

Cansei dessas bobagens!

— Guardas — ambos seguraram os braços do meistre e forçaram suas pernas até ajoelhar. Um ar de desespero percorreu o seu rosto. Desembainhei a Darksister e aproximei cautelosamente até ele — Meu caro meistre, eu não me importo se fez um voto de silêncio, você responde pela casa Targaryen e jurou lealdade para não perder sua cabeça.

A lâmina refletia o suor desesperado escorrer na lateral do seu rosto. Olhos arregalados e respiração oscilando conforme prestava atenção nas minhas palavras.

— Aconselho o senhor me contar com detalhes tudo o que está acontecendo ou declaro traidor e corto sua cabeça agora mesmo. Qual sua escolha?

— Eu conto vossa graça, eu conto!

— Ótimo! Pensei que fosse um velho tolo.

— Meu príncipe — ele olhava para os guardas com desconfiança — irei contar, mas precisa ser apenas para vossa graça.

Não precisava dos guardas para lidar com ele. Qualquer passo em falso finalizaria com apenas um golpe. Vou ceder ao seu pedido.

— Deixe-nos!

Os guardas soltaram os braços do velho meistre e seguiram para fora do castelo conforme ordenado.

— Senhorita Rhaenyra teve um aborto vossa graça.

Um choque percorreu meu corpo. Estava grávida e não me disse nada? Será que causei esse aborto?

— Você tem certeza? Eu fui o culpado disso? — dei dois passos para trás guardando minha espada na bainha e sentindo uma tristeza invadir meu peito.

— Não príncipe, se sua dúvida é sobre alguma relação sexual feita anteriormente isso com certeza não foi a causa. Rhaenyra decidiu por esse aborto pedindo o chá da lua.

Pensei que a notícia não poderia ficar pior. Ela causou isso? Ela não quis a criança? Será que não era meu? Sinto calor e frio na espinha no mesmo instante. O suor frio escorrendo da minha testa tentando compreender a punhalada que acabo de sofrer.

— Pode se retirar meistre, eu assumo daqui!

— Meu príncipe — após reverenciar o meistre seguiu seu caminho.

Entro no quarto encontrando Rhaenyra com os cabelos soltos e ondulados com o esforço e dor que sentiu durante a perda. Estava pálida e parecia debilitada. Apesar de tudo isso não poderia deixar essa conversa para outra hora. Precisava entender sua decisão ou ficaria louco até sua melhora.

Um dragão não é um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora