Capítulo 16: Um milagre dos deuses

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Rhaena I

Disparei a flecha na cabeça do mercenário que atingiu Rhaenyra enquanto meu pai segurava-a em seus braços. Ele suplicou para encontrar o meistre e fiz imediatamente. Luke estava em choque, mas nesse momento não conseguia acudi-lo, precisava salvar Rhaenyra antes.

Entro correndo até o quarto, batendo na porta desesperadamente chamando-o. Sonolento e carrancudo abre a porta com a vela em mãos confuso com o meu semblante ofegante e alarmante.

— O que está acontecendo minha criança, qual o motivo de tal aflição? — como pode o meistre ter um sono tão pesado ao ponto de não escutar nada do horror acontecendo do lado de fora.

— Meistre venha agora mesmo! Não tenho tempo para explicar com detalhes, assim que chegar vai entender meus motivos.

Agarrei seu braço e puxei se movendo o mais rápido que podia. Era um senhor de 68 anos e não conseguia acompanhar os passos da forma que precisava, mas infelizmente hoje preciso ser mais grosseira. Espero que ele entenda depois.

***

Chegamos ao pátio e os olhos do meistre arregalaram ao ver o mar de sangue e corpos caídos no chão. Todos estavam em silêncio parados olhando apenas para meu pai, agarrado aos prantos sujo de sangue da sua amada. Nem com a morte da minha mãe ele sofreu tanto, nunca demonstrou tão abertamente seus sentimentos, mas ali, naquele momento, ele não ligava para mais nada. Era como se os deuses tirassem toda a felicidade do seu corpo da pior maneira.

Luke não conseguia olhar, chorava soluçando sentado no degrau. Envolvi meus braços em seus ombros com um abraço caloroso e não consegui segurar as lágrimas. Era a segunda mãe que perdia. Não consigo mais suportar.

O meistre correu até o corpo de Rhaenyra e tocou no ombro do meu pai pedindo para olhá-la.

— Meu príncipe, os batimentos dela estão fracos, mas está viva. Precisamos levá-la até minha sala imediatamente e fechar o ferimento logo.

Ele não pensou duas vezes, pegou Rhaenyra em seu colo e correu até o laboratório onde meistre cuidava dos feridos.

Seguimos esperançosos e suplicamos aos deuses para salvá-la.

Meu pai colocou-a em cima da cama como o meistre sinalizou. O velho pegou as ferramentas necessárias para retirar a flecha e fechar o ferimento. Seus ajudantes estavam a postos e sabiam exatamente tudo o que precisava fazer.

— Meu príncipe, preciso que todos saiam agora. Eu cuido daqui.

Obedecemos sem questionar. Ele fechou a porta e esperamos com o coração acelerado e implorando por sua vida.

Meu pai seguia impaciente se movendo de um lado para o outro completamente sujo de sangue. Ele não conseguia pronunciar nenhuma palavra.

Observando pela janela, vi Caraxes e Syrax sobrevoando. Syrax rugia triste sem parar, ela estava sentindo sua montadora partir.

— Príncipe Daemon, encontramos o traidor — disse Sor Harold ofegante surgindo no corredor.

Meu pai pegou a espada e andou furioso para o lado de fora.

— Luke, fique aqui, preciso segurar meu pai para qualquer loucura que ele faça.

Ele assentiu com a cabeça enquanto passava suas mãos no rosto.

***

Parei na escadaria e fiquei surpresa em saber quem seria o traidor. Arryk, permanecia ajoelhado com as mãos amarradas olhando por cima o rosto do meu pai. A espada estava na sua frente, ele apoiava as mãos no pomo silencioso. Pensei que ele mataria logo, estaria com raiva espancando-o, mas não, ele estava quieto, o que tornava o terror psicológico ainda pior.

Um dragão não é um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora