Capitulo 15: O estranho

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Rhaenyra VII

Três anos depois...

Falcoava todos os dias no dorso de Syrax. Sentia a brisa do vento em cima das nuvens e nada se comparava à sensação de liberdade da minha garota dourada. Conforme os anos passaram, as habilidades nas manobras melhoraram. Disputava qual dragão era mais rápido com Daemon e Caraxes nos momentos mais tranquilos. Lutei bravamente nas batalhas da Goela e Tumbleton trazendo vitórias com fogo e sangue. Felizmente Rhaenys retomou o trono como seu de direito, mas alguns traidores conseguiram escapar ilesos e se escondem além do Mar Estreito. Território esse que Daemon dominava bem. Apesar de conseguir mais inimigos do que amigos durante a batalha dos degraus, seus sussurros chegam sempre com uma nova informação até Pedra do Dragão.

Aegon II e Criston Cole foram mortos queimados e devorados por Meleys no septo sagrado. A cabeça de Otto e Larys foram entregues em minhas mãos como presente de Daemon. Viserys foi poupado e enviado para a Muralha e vestir o negro. Helaena virou uma irmã silenciosa após todo o trauma da guerra. Alicent vive presa na cela da Fortaleza Vermelha divagando em sua loucura.

Aemond e Daeron conseguiram escapar e não foram vistos desde as últimas 8 luas. Minhas guerreiras receberam honrarias e terras pela bravura em batalha e lealdade à Rainha Dragão.

Desde então, vivo em paz e finalmente não preciso me preocupar com nenhuma batalha. Fiz as pazes com os deuses e nada mudaria.

***

Assim que pousei no fosso dos dragões, não contive minha excitação. Estava com saudade do meu menino de cabelos prateados que completará dois anos. Aegon III, meu filho com Daemon. Julgava que era impossível engravidar novamente, mas a conexão com Syrax fez meu ventre voltar a vida e o tão sonhado filho homem veio até o Príncipe Rebelde.

Ele acompanhou o nascimento aflito. Não era estranho, já que perdeu nossa mãe Alyssa e Laena para o parto. Com alegria a criança veio ao mundo soltando seu choro por todo o castelo provando sim, que era um legítimo Targaryen.

A felicidade de Daemon foi tanta, que ele percorria o castelo orgulhoso mostrando para todos que apareciam o seu garoto dizendo "Meu filho!". Carregava em seus braços e só desgrudava quando precisava mamar.

Caminhei tranquilamente até o salão principal do castelo. Me deparei com Rhaena e Luke aprendendo valiriano com o Meistre Gerardys. Tal visão me alegrava. Sempre sonhei em ter filhas e abracei e cuidei das gêmeas dragões como se fossem minhas. Não queria roubar o lugar da mãe delas, mas apenas continuar o legado.

Baela aprendeu mais cedo a língua materna, era aplicada e apaixonada pelos seus ancestrais assim como seu pai. Ela permaneceu como herdeira do trono de ferro e princesa de pedra do dragão e sua educação foi transferida por alguns anos até a corte.

Seu casamento com Jace foi refutado pela rainha, mas Baela era tão filha de seu pai que nada mudaria sua vontade e ninguém forçaria um casamento arranjado. Rhaenys cedeu a sua insistência por amor à neta e estão prometidos um ao outro com a cerimônia marcada para o início da primavera.

Jace se inspirava muito em Daemon. Sua forma de andar e conduzir estratégias de batalha ficaram semelhantes e deixou meu marido alegre com tal admiração.

Onde está Aegon? — disse em alto valiriano para analisar como estava os ensinamentos.

Papai levou ele para dormir — respondeu Rhaena de prontidão.

Como foi o passeio de dragão, mãe? — Luke queria mostrar seus conhecimentos também.

Foi ótimo meu doce garoto.

Um dragão não é um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora