Capitulo 08: Filho de dragão

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Rhaenyra III


Não conseguiria descrever meus gritos, apenas outra mãe com o coração dilacerado entenderia a dor que estava passando. Me debatia nos ombros de Daemon tentando sair a todo custo. Meu menino, meu doce menino estava vivo. Eu precisava salvá-lo!

— RHAENYRA, SE ACALME! — disse Daemon, me pressionando entre seus braços tão forte que fez minha pele marcar em um vermelho intenso.

— E-eu preciso salvá-lo! Ele precisa de mim... — Estava ofegante, com raiva, e chorava em desespero.

— Escute-me! O que vou dizer agora pode te machucar profundamente, mas seu filho está morto. Aemond não veio aqui para fazer nenhuma troca, é uma armadilha. Se for até lá, você morre! Qualquer um que tentar vai morrer.

As palavras cortantes dele atravessavam meu peito me fazendo sangrar por dentro. Era impossível acreditar no que acabará de ouvir, estava incrédula em ver o rosto do meu filho mais doce e não conseguir salvá-lo mais uma vez. Desmoronei no chão gritando com o mais puro ódio e impotência que poderia sentir.

— Vou morrer tentando, mas não vou deixá-lo!

Um som de asas soou pelo local. Parecia distante, um rugido ao fundo. Daemon olhou para o céu reconhecendo o som de dragão como música para os seus ouvidos, mas, ao mesmo tempo a sua tormenta.

— Outros dragões! Talvez Daeron ou Aegon vieram em seu auxílio — continuou olhando para o céu, pois estava incerto sobre suas afirmações.

Com uma rajada de fogo vigoroso, um dragão preto com escamas cinzas lançou em Vhagar, emitindo um som vibrante ao sentir o calor das chamas. Aemond correu até sua sela, deixando Lucerys sozinho. Aproveitando a oportunidade, Luke correu em linha reta para o castelo.

Observei com mais atenção no dragão que veio ao nosso amparo e reconheci com enorme felicidade.

— Ela conseguiu.

— Ela quem? — Questionou Daemon impaciente olhando minha expressão de alívio.

— Rhaena! A garota conseguiu domar o dragão mais selvagem!

A expressão no rosto do príncipe mudou de severo para preocupado. Vhagar alçou voou em direção da garota de cabelos prateados. Então a aflição foi transferida para Daemon que pulou em sua sela, e voou aos céus com Caraxes indo em busca de sua menina. Ele sabia que contra Vhagar, Rhaena morreria.

Sem pensar, subi no cavalo mais próximo para socorrer Luke.

Ele corria desesperado, sem esperanças, apenas com a missão de viver. Conforme o cavalo aumentava sua velocidade, sempre com o meu comando, meu menino reconheceu quem chegava para ajudá-lo.

— Mãe? MÃE! — o restante das forças no garoto de 16 anos se espalhou por todo seu corpo para alcançar seu destino.

Consegui puxá-lo com meu braço esquerdo e dei meia-volta seguindo em direção ao castelo. Ele assentou de forma desajustada se aninhando e apertando seus braços em volta da minha cintura com carinho.

Nos céus, as nuvens sangravam com a dança entre os dragões. Sua tonalidade avermelhada indicava fogo contra fogo. Aemond não conseguiria vencer dois dragões, mesmo com uma fera lendária da conquista. Covardemente, sumiu ao horizonte. Daemon voltou acompanhado do dragão reivindicado de Rhaena e pousou à salvo no pátio de Harrenhal.

— Eu consegui pai, eu reivindiquei um dragão — Rhaena contava entusiasmada para ele.

Seu rosto carrancudo se transformou em alívio por tê-la em seus braços sem um arranhão.

Um dragão não é um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora