Capitulo 12: Herdeira de Pedra do Dragão

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Baela I

Todas as manhãs eram dedicadas aos lordes dos arredores de Pedra do Dragão. Ouvia suas reclamações, pedidos, auxiliava e apaziguava conflitos. Cumpria meu papel de herdeira, mas essas rotinas me matavam. Percebo dia após dia que não fui feita para reinar, mas os deuses decidiram assim, não posso desistir ou demonstrar fraqueza, preciso seguir igual minha avó, Rhaenys e continuar seu legado de mulheres sentando no trono de ferro.


Após finalizar mais uma audiência, sigo até o grande salão, acompanhada de Sor Harold.

— Sor Harold não aguento mais ficar aqui. Estou cumprindo com as minhas obrigações como herdeira, mas treinei boa parte da minha vida, tenho um dragão pronto para batalha, por que tenho que permanecer aqui?

— A resposta está na sua própria pergunta, princesa — respondeu enquanto caminhava ao meu lado — Você é a herdeira. Não podemos arriscar perdê-la e príncipe Daemon está à frente da situação, não tem com o que se preocupar.

Soltei um suspiro dramático não aceitando tal resposta.

— Se não fosse a carta do Tio Viserys e minha ideia de enviar Rhaena sabendo que aquele caolho estaria lá, a história teria outro final.

— Pelo o que lembro, Rhaena só foi até Harrenhal por que impedi de você ir com Moondancer.

Lancei um olhar semicerrado para Sor Harold, mas infelizmente estava certo. Estava orgulhosa de Rhaena, vivia triste por seu ovo nunca chocar, mas conseguiu domar um dragão selvagem e perfeito para qualquer batalha.

— Sinto apenas que não estou fazendo à diferença. É difícil você ver sua família lutando pelos seus direitos e eu aqui sentada em um estúpido trono de pedra, lidando com lordes sobre roubo de ovelhas e terras sendo invadidas. Qualquer dia saio voando e ninguém vai me impedir.

— Se fizer isso seu pai me mata princesa.

— Se continuar me impedindo, eu vou te matar!

Ele riu com a provocação não me levando à sério. Por mais que fale essas bobagens, jamais mataria Sor Harold. Ele esteve comigo desde pequena e sempre foi nosso escudo juramentado.

Ao longe avisto Meistre Gerardys com um papel enrolado na mão com o selo real.

— Princesa Baela, chegou um corvo de Porto Real — disse reverenciando e entregando a carta.

Rasgo o selo e desenrolo o papel lendo com atenção as palavras da rainha:

"Baela, estamos em tempos difíceis, seu pai permanece no controle da situação, mas precisamos de mais aliados e consolidar novas alianças, dessa forma permaneceremos seguros e fortes nessa guerra. Prepare-se para receber brevemente o Príncipe de Dorne. Uniremos nossa casa com o seu matrimônio. Espero que entenda a importância dessa decisão."

— EU NÃO ACREDITO! — rasgo a carta enfurecida com tal notícia — Eu não vou me casar apenas para unir nossas casas!

Isso estava fora de cogitação. Não posso aceitar me casar com um mero estranho. Não me importo que seja um príncipe, lorde, bastardo, o que raios for. Eu preciso decidir o meu futuro.

— Princesa, o casamento é a melhor forma de unir as casas. Assim teremos mais aliados, exército...

— Eu sei como funciona a política matrimonial meistre Gerardys. Não aceito tal decisão, eu tenho o direito de escolher.

— Até seu pai passou por um casamento assim aos 15 anos, princesa.

— E você sabe como foram esses anos da vida dele né? Você presenciou todas as histórias e como ele odiava Rhea Royce e o Vale. Quando ele guerreava na batalha dos Degraus, ela "caiu do cavalo" durante uma caçada, permanecendo cinco dias de cama e quando acordou morreu em seguida.

Um dragão não é um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora