Steven

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Naquela manhã em que cheguei na redação e me deparei com aquela linda e desatrada mulher, não pude deixar de provocá-la, Sophie é tão linda e doce, mas brava é muito mais sexy. Samanta me avisou com certa antecedência sobre a mesa dela ser ao lado da minha, tive que me controlar para não ficar olhando para as belas pernas expostas no curto espaço que sobrava daquela saia justa.

O dia correu bem, terminei sem discutir com Sophie. Depois do trabalho fui tomar um choop com os amigos no Bar do Gus.

- Fala Steven, quanto tempo cara! - Logan me deu um tapa nas costas.

- E aí brother! - retribui o cumprimento e sentei ao seu lado no bar.

O garçon me trouxe um choop.

- Steven, se liga naquela loira gostosa ali naquela mesa perto da janela. - apontou mordendo os lábios.

- Bem gostosa, mas é obvio que você nem sabe quem é ela cara, uma mulher daquelas jamais daria moral pra você. - bati em seu peito rindo.

- Muito engraçado - fingiu uma risada - sei que sou um cara magro e desinteressante, mas olha esses meus olhos castanhos! São lindos demais cara, assume, você casaria comigo se eu quisesse, sou irresistível.

- Claro Logan, seus olhos castanhos são incrivelmente atraentes, estou apaixonado, me beija! - atirei um beijo.

- Ta cara, vamos parar por aqui, logo vão achar que somos gays mesmo e eu ainda quero aquela loira gostosa.

- Você sonha meio alto, mas vai em frente - gargalhei enquando bebia meu choop.

Ficamos jogando conversa fora por um tempo, até que um barulho estridente foi ouvido na rua e minutos depois ouvimos sirenes, uma multidão se formou e o transito ficou parado.

- Vamos lá ver o que aconteceu! - Logan me levantou e foi em direção a multidão.

- Deve ser um acidente. - o segui.

Não pude ver muita coisa, mas quando cheguei já haviam colocado uma jovem muito machucada e desacordada na maca, não conseguia ver quem era, então me aproximei e fiquei estasiado ao ver aquele rosto, pálido e sangrento, mas conhecido.

- É a Sophie! - gritei colocando as mãos na cabeça.

- Você conhece ela Steven?

Não tive tempo de responder e corri até meu carro para seguir a ambulância, que foi até o Hospital Coração de Maria.

Meu coração estava estranhamente acelerado, não sabia explicar o que sentia, apenas fui atrás daquela ambulância, atrás de Sophie, por uma razão desconhecida.

Fui até a recepção e perguntei sobre a paciente e dara entrada no hospital em decorrência de um acidente de carro.

- Ela está sendo operada nesse momento. Você é parente da moça? - respondeu checando o computador.

- A situação é grave? Não sou parente, só um amigo. - achei que faria mais sentido mentir que existia alguma relação amigável entre nós.

- Okay. A situação é grave sim. Você conhece algum parente dela? Precisamos avisar alguém. - deu um sorriso fúnebre.

- Vou fazer uma ligação, só um momento.

Minha primeira ideia foi ligar para Samanta, ela como chefe tinha a ficha dos funcionários, então deveria ter o numero de alguém.

- Alô? - atendeu com voz de sono.

- Samanta, é o Steven - hesitei - você tem o contato de algum parente da Sophie?

- Só na ficha, mas isso é confidencial.

- Por favor, é urgente, ela ta no hospital e precisam do número de alguém. - minha voz falhava.

- Hospital? - a voz de Samanta se elevou - o que aconteceu?

- Acidente de carro. Tem como me dar o número de alguém?

- Não acredito Steven - um silêncio se fez - Te mando o numero da casa dos pais dela por SMS. Me mande noticias.

- Muito obrigada. - desliguei.

Minutos depois chegou uma mensagem no meu celular com o número, o passei para a moça morena da recepção e então ela ligou. Fiquei estasiado ao ver a calma dela ao falar com a mãe de uma menina a beira da morte, foi tão cautelosa e pareceu escolher cuidadosamente cada palavra, sei que era o trabalho dela, mas a menina era boa com aquilo.

Fiquei um tempo na sala de espera quando uma senhora chegou acompanhada do marido.

- Moça, eu sou a mãe da Sophie, como ela está? - limpou os olhos com um lenço, seu rosto estava inchado.

- É meio delicado. Sugiro que aguardem na sala de espera, quando a cirurgia acabar, o médico virá avisá-los.
- Minha pequena Sophie - o marido a abraçou enxugando suas lagrimas enquanto caminhavam até o lugar onde eu estava - e pensar que nesse tempo todo não falamos com ela, orgulho seu George!

- Eva, minha filha está numa merda de sala de cirurgia, eu não falo com ela a dias, a mandei embora de casa, já estou me sentindo culpado o suficiente, então por favor, lamente-se a vontade, mas não me acuse! - exaltou-se.

A sra. Traynor me olhava discretamente, acredito que queria saber quem eu era, talvez não houvesse coragem para perguntar, a situação era tensa demais, triste demais. Apenas quando o sr. Traynor foi buscar um café que ela puxou assunto.

- Oi, você conhece a Sophie?

- Não muito. Somos colegas de trabalho agora, ela começou hoje.

- Não sabia que ela mudara de emprego. - parecia confusa - sabe onde ela estava morando?

- Estava? Senhora Traynor, está falando de sua filha no passado, mas ela ainda está viva. Infelizmente não sei quase nada a respeito da vida dela. - encarei meus pés.

- Desculpa! - colocou as mãos no rosto, os colovelos apoiados nos joelhos e então desabou, chorou muito, de verdade.

Pensei em sentar ao seu lado e dar um abraço forte, dizer que tudo ficaria bem, na verdade ninguém podia dizer isso, o estado de Sophie era grave e não existiam palavras para consolar aquela mãe, apenas a olhei por um tempo e mostrei que eu estava ali, passei carinho pelo olhar. Logo o senhor Traynor chegou e a olhou com piedade.

- Minha mulher estava te importunando? - perguntou vergonhoso.

- De maneira alguma, estávamos apenas falando a respeito da filha de vocês.

- Você a conhece?

- Ela começou a trabalhar na mesma revista que eu hoje, não nos conhecemos muito.

Fomos interrompidos pela presença fe um médico alto, que estava com uma expressão desanimada.

- Vocês são familiares da Sophie Traynor?

- Somos. Noticias dela? - a sra. Traynor levantou-se rapidamente.

- Fizemos tudo que podíamos - hesitou - ela teve lesões por todo corpo e fratura craniana grave, não conseguimos salvar o bebê e ela está em coma.

Aos meus queridos leitores:
Gostaria de pedir desculpa pela demora para postar esse capítulo, estava com uns probleminhas pessoais.
Para os próximos capítulos, precisarei da ajuda de vocês, 4 comentários e 15 visualizações e eu posto o próximo ;)
Beijinhos, conto com vocês

Uma razão para viverOnde histórias criam vida. Descubra agora