Steven - Detalhes.

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Acordei com a doce voz de uma bela enfermeira na sala de espera onde eu estava.

- Moço! Moço! Por que não vai para casa descansar?

- Que horas são? A Sophie acordou? - falei com a voz ainda rouca de sono.

- Meia noite. A Sophie não acordou e poderá começar a receber visitas amanhã.

- Muito obrigada. - levantei pegando meu casaco e indo embora.

                                    ~

- Bom dia Sam, posso entrar? - bati de leve na porta do escritório de Samanta, que se encontrava aberta.

- Steven, entre, fique a vontade.

- Gostaria de falar com você sobre Sophie...

- A mãe dela me contou o que aconteceu - me interrompeu - isso é realmente muito triste, ela tinha um grande potencial como colunista, escrevia bem demais.

- Tinha? Qual o problema de vocês? A Sophie ainda está viva! - senti meu rosto corar.

- Eu não disse que ela não está viva, mas no momento não pode nos servir, pode acordar do coma daqui um dia, um mês, um ano ou nunca! Essa é a realidade, você querendo ou não. E eu que pergunto qual o seu problema? Mal conhece a menina, para de agir como se ela significasse alguma coisa pra você e vá fazer o seu trabalho!

Apenas arfei e sai da sala antes que fosse demitido por matar a chefe, o problema não era Sophie significar ou não alguma coisa pra mim, apenas sentia que deveria ajudar.

Quando finalmente me concentrei no meu trabalho, apareceu uma menina muito nervosa.

- Oi, você é o Steven, certo?

- Você me conhece?

- Está escrito na plaquinha encima da sua mesa. Sabe da Sophie? Ela não me dá noticias desde ontem, quando foi na casa do namorado, achei que ela estaria trabalhando, mas pelo jeito não está - olhou para os lados - meu nome é Lara, somos amigas e dividimos apartamento, sabe dela?

- Lara - respirei fundo - desculpa o fato de ser eu o portador dessa notícia, mas sua amiga sofreu um acidente grave ontem e está em coma - aquelas palavras saíram de minha boca cortando a minha alma ao meio.

- Acidente? Coma? Como assim? - sentou-se numa cadeira a frente da minha mesa - não pode ser - colocou as mãos no rosto e começou a chorar - onde ela está internada, pode me levar la?

Olhei-a com piedade e fui falar com Samanta, tirei o dia de folga, ela foi bem compreensiva entendeu a situação.

- Lara, vamos para um outro lugar comigo. Acalme-se.

- Tudo bem. - passou o braço no nariz.

Fomos até o Bar do Gus, aquele lugar não me trazia boas lembranças no momento, mas foi o único que me veio a cabeça. Pegamos a mesa da janela e a garçonete trouxe os refrigerantes que pedimos.

- Steven, por favor, me conte o que aconteceu com a minha amiga - fungou.

- Foi um acidente, ela perdeu o controle do carro e capotou logo ali - apontei para rodovia.

- E alguém foi vê-la no hospital?

- Os pais dela.

- Mas e o namorado, Will, não viu ele por lá?

- Lara, é uma situação bem delicada, não sabia que ela tinha namorado, mas me perguntei dele quando o médico falou que ela perdera o bebê. Respondendo sua pergunta, ele não apareceu.

- Meu Deus! Ela estava grávida! - tapou a boca com uma das mãos.

- Sim. Daqui uma hora começa o horário de visitas, vamos lá? - convidei. Lara assentiu com a cabeça.

Dirigi pela rodovia principal, contemplando o silêncio assustador que se fazia entre nós.

- Lara, me fala sobre você Sophie. - quebrei o gelo.

- Falar dela é complicado... - olhou pela janela e soltou um supiro - nos conhecemos desde sempre, ficamos amigas do modo mais estranho do mundo, estávamos no ensino fundamental, eu era aluna nova e usava aqueles aparelhos que parecem mais um freio de cavalo e óculos de grau, imagina a situação, eu era nova no colégio e Sophie era a mais popular e era tipo revolucionária, queria mudar o mundo, quando eu cheguei na escola, achava que ela era o tipo patricinha metida, até que um dia uns meninos começaram a zombar de mim, eu já estava quase chorando e ela chegou, brigou com eles e perguntou: "Você está bem? Meu nome é Sophie e o seu?" e desde esse dia, nunca mais nos separamos, somos como irmãs. - uma lagrima se formou em seu olho.

- As melhores e mais duradouras amizades, surgem nos piores momentos mesmo.

- Verdade. Mas me diz, qual tua relação com a Sophie, ela nunca me falou de você. - me olhou curiosa.

- Você vai achar que sou maluco - sorri com um canto da boca - mas eu conheço ela a muito tempo. Uma bela manhã, estava caminhando perto da Chelsen's e parei para tomar um suco num café ali perto e vi uma bela moça tomando seu café, com o olhar distante, fiquei a observando, ela parecia tão doce e pura, confesso que fiquei bobo e então passei a ir todos os dias, no mesmo horário para ver a moça de beleza angelical, ela sempre estava lá e então um dia resolvi que iria falar com ela, mas bem nesse dia, ela não foi. O destino foi tão sacana, que pouco tempo depois, esbarramos na rua, ela caiu no chão, ficou se fazendo de durona e só aceitou minha ajuda quando viu que a saia estava rasgada, implicamos um com o outro e depois descobrimos que teríamos de trabalhar juntos, pensei "essa é minha chance", mas mais uma vez o destino armou para mim e agora ela está lá, viva através de aparelhos apenas. - senti minha voz falhar.

- Oh meu Deus! - colocou a mão na boca - não posso acreditar nisso, quer dizer que você ia no mesmo café todos os dias só para vê-lá de longe?! - me olhou com piedade.

Estava pronto para falar quando fui interrompido pelo celular de Lara.

- Alô, Will? - parou para escutar a pessoa do outro lado - Você já está em Nova York? O que aconteceu no seu apartamento? - enquanto escutava, me olhou apavorada - Então eu te peço para que fique aí com a rua vidinha medíocre seu canalha! E nao procure mais saber da Sophie - desligou o celular trêmula e com o rosto vermelho.

Quero agradecer aos comentários, a quem acompanha, em especial a deehhos que comenta e acompanha sempre. Vocês que estão lendo, me fazem muito feliz! S2
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