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Lila Winter

Alexandria, Virginia.

Depois da pequena conversa que eu tive com o Reid no estacionamento eu segui para casa, não é que eu ache ele intrometido, é fofo ver ele tentando se enturmar comigo. Assim que guardo a moto na garagem eu entro em casa e decido fazer algo útil e limpar meu quarto.

Quando terminei já era três horas da madrugada, eu senti meu estomago roncar e então eu desci até minha cozinha, eu não sabia o que comer, mas eu começo a fazer a primeira coisa que veio na minha cabeça, enquanto o macarrão estava cozinhando eu sentei no sofá e fiquei vagando pela TV, acho que isso virou meu passa tempo favorito.

Eu me levanto para tirar a água do macarrão que já devia estar pronto, mas algo na rua chama minha atenção. Um carro preto estava parado do outro lado da rua, mas a placa não era de nenhum dos meus vizinhos, então do nada o motor foi ligado e o carro saio cantando pneu pela rua, aquilo me assustou por ter sido um ato repentino, só por precaução eu escrevi a placa em um papel, amanhã eu entrego para a Garcia pesquisar.

Eu volto para a cozinha sem tirar o fato de talvez estar sendo seguida, não faz nem uma semana que eu entrei na UAC, mas esse pensamento some quando escuto meu celular tocar, então eu jogo o molho de tomate na panela e ando até a sala começando a comer enquanto atendia o celular que estava jogado na mesinha de centro.

O visor do celular mostrava o nome e  eu já sabia que minha noite de descanso estava chegando ao fim.

- alô?

- Lila, temos um caso - o Hotcher diz no telefone.

- tudo bem, já estou indo - eu como metade do macarrão e jogo a panela na geladeira.

Eu corro até meu quarto que já estava limpo e organizado, eu ando até o guarda roupa e pego uma calça jeans preta e uma camisa azul, eu amarro o cabelo em um rabo de cavalo, entao caminho até minha escrivaninha e pego minha arma e meu distintivo junto com uma "mala" já que iríamos usar o avião. Eu desci para a garagem pegando minha chave pendurada ao lado da porta, como sempre eu coloco minha bolsa embaixo do banco e a mala ficou amarrada atrás de mim, eu coloco o capacete e logo o motor soa pela garagem que se abria e então eu sai, só quando eu vi a garagem fechada eu sumi pela rua, seguindo para a sede do FBI.

Quântico, Virginia.

Sede do FBI.

Eu estacionei no mesmo lugar de ontem e então eu segui para o escritório, mas antes passei na cozinha para pegar um café, então fui para a sala de conferencia, dessa vez tinha uma pasta do caso para mim.

- desculpa acabar com a sua noite - o Hotcher diz assim que eu me sento entre o Rossi e o Reid, minha roupa estava normal, mas não consegui disfarçar minha cara de bunda.
- eu não estava conseguindo dormir mesmo, então não se preocupe com isso - eu falo dando uma desculpa que era 99,9% mentira e o Reid se mexe na cadeira.
Eu começo a ler o caso que estava na minha frente até que a Garcia entra na sala e pega o controle da TV.
- Então, quatro mulheres foram encontradas mortas com uma parte de seus corpos faltando, Helena Gomez a primeira que foi encontrada sem o pé direito, acharam que tinham sidos os animais, isso é se animais sabem usar uma faca - ela dia eu seguro o riso- a segunda foi a Petra Unique, encontraram ela sem o pé esquerdo e sem as duas mãos, a terceira é Lily James e foi encontrada sem o braço esquerdo, mas a mão esquerda foi encontrada junto com o corpo, e a quarta foi a Alana Rithesthone ela foi encontrada sem o tronco, todas elas foram encontradas na floresta em diferentes partes, as vítimas eram brancas e todas eram morenas de 19 a 25 anos - a Garcia e me olha parecendo preocupada comigo ou como se eu fosse acabar atirando em alguém.
- que foi? - eu pergunto e ela nega - então o elemento está pegando partes do corpo das mulheres, talvez ele esteja guardando como lembrança - eu falo ignorando o fato de que todo mundo estava me olhando estranho.
- ou ele está guardando as partes que acha mais bonito nas mulheres - o Morgan diz e eu assinto.
- a primeira vitima foi encontrada com o rosto para o chão, então ele se arrependeu de matar ela, mas as outras foram descartadas, sem nenhum remorso, o elemento começou a sentir prazer em matar as mulheres, talvez sejam mulheres que rejeitaram ele e ele ficou com raiva, mas ainda sim não temos o gatilho - o Reid fala.
- talvez tenha sido a primeira rejeição ou a rejeição da mulher que o elemento gostava - eu falo e ele assente.
- tem certeza que quer nos acompanhar? - o Rossi pergunta e eu assinto lendo a segunda página da pasta, então li o que estava deixando todos ali nervosos com a minha reação.
- Lila, o caso é em Kansas na cidade de Paola - o Hotch diz e eu o olho.
Eu nasci em Kansas, na mesma cidade do caso, foi lá que minha família foi morta, nunca pegaram o cara que fez isso e agora eles tem mais um a solta, o Kansas não tem sorte mesmo.
- eu sei, mas isso deveria me impedir de fazer meu trabalho? - eu pergunto sem perceber que eu estava sendo grossa - desculpa, não quis ser rude.
- tem razão, me desculpa - ele diz e eu me pergunto se eu tenho razão por ter sido grossa ou por não querer impedir meu trabalho por assuntos pessoais.
- como ela já me disse Hotch, ela é macho - o Rossi diz e eu sorrio para ele.
- tudo bem, saímos em vinte minutos - o Hotch diz e todos se levantam, menos eu.
Eu pego uma das fotos das vítimas, a foto da Lily, eu estudei com ela, ela era uma das minhas melhores amigas quando minha família foi assassinada e a Garcia já devia ter contado para todos, acho que um dos motivos pelo qual todos estavam me olhando estranho, eu coloco a foto de volta na pasta e me levando o Reid estava parado na porta, eu sorri quando percebi que ele tentava ficar sério enquanto me olhava.
- não precisa ir, um gênio já é o suficiente em campo - ele diz e eu dou um soco leve no braço dele- Ei!
- não precisa se preocupar comigo Dr. Reid, eu sou muito boa no que eu faço - eu falo e ele assente.
Eu caminho até minha mesa e pego minha mala, o mesmo ainda estava no lugar até o Morgan gritar por ele, o mesmo se assusta e então vai atrás da sua mala.
O Rossi disso que me levaria até o aeroporto então eu desci até o estacionamento, junto com o Reid, o Morgan e o Rossi, minha mala ficou no meu colo o tempo todo, mesmo dizendo que o que aconteceu não vai afetar meu trabalho, eu não tenho a mínima ideia se é assim que vai ser. Eu sempre vou dizer que estou bem e que nada me afeta no trabalho, afinal minha vida pessoal não deve interferir no meu trabalho, muito menos no meu julgamento.
Depois que eu me mudei com o Rossi eu nunca sonhei em voltar para o Kansas, mas eu sabia que nesse emprego uma hora ou outra isso iria acontecer, só não imaginei que seria mais rápido do que eu imaginava. É só o meu segundo caso que eu participo com a UAC.
Assim que eu e o Rossi subimos no avião eu fui guardar minha mala que foi tomada das minhas pelo Morgan.
- minha segunda princesa deve ser tratada como tal - ele diz e eu rio me sentando ao lado do Reid.
- eu devia ficar com ciúmes, mas eu sei que sou a primeira- a Garcia diz do computador, eu concordo com ela.
O Hotch chega junto com a Emily que parecia ter sido tirada da cama de madrugada pra lavar rouoa, então ela se senta em um lugar de frente para a JJ.
A viagem pareceu ter durado no máximo cinco minutos, assim que o avião decolou eu coloquei meus fones e fiquei lendo e reelendo o caso.
Reid notou isso enquanto lia Crepúsculo pela primeira vez, então eu apenas o vi levantar, pedir licença e depois de alguns minutos voltar com dois copos, ele deslizou uma caneca para mim e eu o olhei tirando os fones.
- obrigada - eu falo tomando o café mais doce que pé de moleque - acho que vou ter diabetes!
- desculpa, acho que eu confundi as canecas - ele diz depois de tomar um gole da caneca dele e fazer uma careta - quem toma café sem nenhum açúcar?
- quem toma açúcar com café? - eu respondo pegando a caneca da mão dele e bebendo o café amargo, sentindo um alívio imediato da minha língua.
- isso é o mais próximo de um beijo que ele já teve - O Morgan diz e o Ross ri.
Eu ignoro eles e continuo a beber o café, mesmo eu querendo ignorar o fato de voltar para o lugar onde eu nasci e onde minha família foi morta isso era a única coisa que estava me deixando nervosa era todo mundo saber que eu era a menina que serial killer matou a família e não agente Winter do FBI, isso é frustrante pra caralho.
Pelo menos Tudo isso tem um lado bom, eu não estou sozinha, eu posso ter conhecido a equipe a, praticamente, dois dias, mas eu sei que eles vão me dar cobertura no que quer que seja.

Just Like The RainOnde histórias criam vida. Descubra agora